Capítulo 24 - Annabeth

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Deixei o barco no piloto automático, era hora de jantar e Kaayra exigiu que eu estivesse ali presente junto dos outros. Confesso que eu odiei o fato dela exigir algo de mim, mas de qualquer forma eu infelizmente tinha que aceitar as ordens dela, já que ela foi dada como "líder" da missão.
Desci para o refeitório onde Kaayra, Urakin, Helena e Arthur já estavam. A cena era um tanto engraçada... Arthur tentava chamar atenção de Helena que o ignorava totalmente e tentava se intrometer no assunto de Kaayra e Urakin. Me sentei na ponta, meu lugar de sempre, e reparei que Kaayra estava com muitas faixas no corpo e nas asas dela.

Annabeth: e então?
Arthur: só estamos aguardando o Leo e a Hazel
Kaayra: Leo teve um sonho pelo o que ele me explicou rapidamente quando o acordei
Annabeth: com a missão?
Kaayra: sim, parece que ele sonhou com a localização aproximada do nosso destino
Helena: ou pelo menos com qual caminho devemos seguir até ter que entrar na mata.
Annabeth: entendo... e como você está Kay?
Kaayra: *sorrio* foi um pequeno ataque de fúria, nada de mais.
Annabeth: as faixas dizem o contrário...
Kaayra: bah *dou de ombros e faço uma careta de dor* só umas costelas quebradas, espinha fora do lugar e parte da envergadura das asas torcidas.
Annabeth: por Hades, como você consegue ficar tão calma assim como se não fosse nada demais!?
Kaayra: eu consegui fazer os curativos apenas com o auxílio de M.I. com o Will, então acho que posso dar como "nada de mais"
Annabeth: não, você não pode dar como "nada de mais". Além disso, você é meio fraca para essas coisas, sempre passa mal quando falamos dessas coisas perto de você ou quando você vê coisas assim.
Helena: eu ajudei ela a fazer os curativos enquanto ela tentava não vomitar de dor e com o que o Will falava.
Annabeth: agora faz mais sentido.

Leo e Hazel entraram no refeitório e começamos a comer. Valdez explicou que, no sonho, nós ficávamos no Rio Amazonas por um tempo e depois pegávamos o Rio Negro, pelo qual subíamos até onde o barco conseguia e depois atracávamos na margem e seguíamos a pé pela mata.
Jantamos tranquilamente enquanto conversávamos. Hazel disse que também teve um sonho e no sonho dela nós encontrávamos um templo, após sermos atacados por criaturas de cabelo de fogo, e nesse local encontrávamos uma moça que provavelmente nos indicaria o caminho que devíamos seguir para encontrar o pai de Kay. Estava tudo tranquilo demais e era até assustador. Para semideuses, o silêncio de monstros era tão perigoso quanto a presença deles e o aparecimento da Lula Primitiva no Canal do Panamá só nos provou o quanto isso é verdade.

Urakin: as coisas não estão... tranquilas demais?
Hazel: ele está certo...
Annabeth: mais alguém além de mim está pressentindo perigo?
Helena/Kaayra: achei que eu era a única...

Kaayra, Helena, Hazel e eu subimos rapidamente pro convés a tempo de ver um cara subindo no barco. Era um moço meio... bonito. Ele usava um chapéu de palha e um terno, mas não entendi porque estava subindo no barco.

Hazel: *sussurro* que cara bonito
Annabeth: *sussurro de volta* é... parece bonitinho.
Kaayra: não acho, sinto perigo emanando dele...
Helena: você é muito desconfiada.
Kaayra: *pego a espada* quem é você?
Hazel: Kaayra, abaixa a espada.
Kaayra: mas...
Annabeth: ele não mostrou sinais ofensivos, então abaixe a espada.

Ela obedeceu contra a vontade. O homem em nossa frente se aproximou e fez uma breve reverência para nós. Ele tinha uma pele rosada e usava o chapéu meio por cima do rosto. Ele, por incrível que pareça, começou a falar em inglês conosco.

Eric: me chamo Eric, é um prazer conhecer damas tão belas quanto vocês.

Os meninos subiram nesse momento e ficaram ao nosso lado.

Helena: ele já ganhou um ponto comigo por me chamar assim.
Kaayra: *revira os olhos* cala a boca Lena
Helena: ok, Vou admirar a beleza do nosso caro colega misterioso então.

Percebi Arthur fechar os punhos e ele estava com uma expressão de ciúmes no rosto. Estava engraçado, para ser sincera.

Annabeth: do que o senhor precisa?
Hazel: se estiver necessitando de ajuda nós adoraríamos ajudar.
Eric: muito obrigado belas damas! Vocês são tão gentis! E são uma mais linda que a outra. De onde vieram?
Kaayra: não é de se--
Helena: viemos de Long Island, estamos aqui numa missão de resgate.
Eric: uma missão de resgate? Bom, as moças parecem mesmo ser muito valentes e corajosas! Como se chamam?

Ele se aproximava mais da gente a cada palavra. Kaayra, Arthur e Urakin pareciam tensos mas nada disso importava. Eu e as outras meninas estávamos encantadas com aquele homem charmoso e gentil.

Annabeth: eu sou a Annabeth. Esses são Leo, Kaayra, Urakin, Arthur, Helena e Hazel.

Falei isso apontando para cada um deles. Kaayra e Urakin soltaram uns... rosnados? Eles deviam estar estressados com algo...

Arthur: Annabeth... creio que não seja muito seguro dizer nossos nomes para alguém que não conhecemos...
Eric: não se preocupem, não farei nada de mal as meninas. Por que eu machucariam damas tão charmosas como elas?
Kaayra: *sussurro* isso tá me deixando com vontade de vomitar
Leo: eu juro que esperava a Helena falando isso, não você.
Helena: *me aproximo de Eric* vem, irei mostrar o local para você!
Eric: eu ficaria encantado se fizesse isso. A propósito você é uma moça encantadoramente bela com esses cabelos.

Ele passou uma mão de forma delicada pelo cabelo e bochecha de Helena fazendo ela... corar!? Aquilo me deixou com ciúmes... por que ele não estava dizendo aquilo para mim!? Arthur se aproximou do cara e o empurrou de perto de Helena, Eric tropeçou e caiu. O chapéu caiu da cabeça dele.

Arthur: *irritado* como ousa tocar em minha Helena? Jamais toque em uma mecha dos belíssimos cabelos dela!
Helena: desde quando eu sou sua?

Ele corou muito e desviou o olhar de Helena, completamente sem jeito. Hazel foi até Eric e o ajudou a levantar e depois entregou a ele o chapéu, mas já era tarde, todos víamos um pequeno buraco entre a testa e o início do cabelo dele. Hazel deu um gritinho e se afastou. Todos pegamos nossas armas.

Kaayra: sabia que não podia ser algo bom.
Leo: se não quiser ser morto, diga agora quem você é.

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