LOYALTY I • Yungi

CAPÍTULO 47

POV Jeong Yunho

Eles já estavam no carro há cerca de uma hora. A viagem toda estava sendo feita a base de muito silêncio. Ninguém ali tinha nada a dizer, talvez porque não tinham assunto, ou porque o barulho de seus pensamentos continuavam altos demais, tirando todo o foco que precisavam.

Song havia trocado o carro, pegando um bem maior, com seis assentos. Nos dois primeiros bancos estavam o motorista e segurança pessoal de Song, o James e ao lado dele estava Ethan, que fazia parte do grupo de seguranças vigias. No banco do meio estava Jeong, que mexia distraidamente em seu notebook, verificando sua lista de afazeres, colocando uma nota em sua cabeça que precisava terminar de traduzir as pastas que ele havia começado a traduzir lá em Seoul. Ainda faltavam umas três, então ele decidiu usar o tempo livre para fazer aquilo, e também pra manter a própria cabeça ocupada, não queria deixá-la vazia, pois sempre pensava o que não devia. Ao lado de Jeong estava Mingi, o que era uma puta ironia do destino, já que Jeong desejava ficar metros de distância de seu chefe, e acabou ficando só por algumas horas, mas sabia bem que como Mingi gostava de casas grandes, a casa do lago não deveria ser diferente, manteria distância dele por lá, na medida do possível!

Mingi mexia distraidamente no celular, lendo e ignorando todas as mensagens de Hongjoong. O garoto ainda estava insistindo em tentar encantar Song, mas estava literalmente fazendo tudo ao contrário, estava deixando-o mais irritado a cada minuto que mandava fotos semi nu, tentando chamar atenção de seu amante — infelizmente só pela parte dele. Hong também se sentia irritado, justamente por não ter a atenção que queria. Se sentia de alguma forma solitário, e só queria atenção, e faria de tudo para tê-la. Faria de tudo pra ter Mingi só pra ele. Desejava que tudo voltasse a ser como era antes, só ele e Mingi, mesmo que não fosse nada oficial, e o garoto sabia bem que seu amante estava com atenção em outra coisa, ou outro alguém, além dele. Hongjoong sempre sabia de tudo. E por fim, Park e Yeosang estavam nos últimos dois bancos, cada um em um canto, lendo. Yeosang lia Orgulho e Preconceito, nunca deixando de lado seus livros clichês, que segundo Seong, Yeosang amava mais que ele. Park achava que Yeosang ainda procurava pelos cavalheiros de livros que tanto sonhava, e Yeosang só ria da situação, convicto que já tinha achado um, em carne e osso, e mil vezes melhor. Mesmo Yeosang falando para Seong o que sentia por ele todos os dias, Park ainda fingia se chatear, só pra ouvir Yeosang se declarando pra ele mais uma vez, e bem, eles se derretiam daquela forma que todos sabem muito bem, do jeitinhos deles. E Park, mesmo desistindo de cursar História e ir para a área de Direito, ainda amava ler aquelas revistas de curiosidade de História da superinteressante, era o passatempo preferido dele, bem, depois de ver Yeosang cantar pelo apartamento deles, vestindo apenas suas camisas de botões, claro.

Seong e Yeosang estavam há quase oito anos juntos, e mesmo depois de todo esse tempo, continuavam se resolvendo do jeito deles, sem mais aquelas idas e vindas, e óbvio que tudo começava pela conversa, antes de Park voar pra cima de Yeosang e enchê-lo de beijos, como normalmente sempre fazia. Depois que o pai de Seong desaparecer —, Park preferia pensar dessa maneira, já que nunca mais quis olhar o rosto do pai — foi o jeito que eles acharam pra se resolver. Já tinham tido aquela conversa, e nem precisaram ter de novo, já que a mãe de Seonghwa conversou com os dois, mostrando que conversa realmente era a base de tudo. Para quem via de fora, era impossível de cada um dos dois se sentirem mais unidos do que já eram, mas Park e Yeosang sempre davam o jeitinhos deles, sempre se lembrando o motivo de estarem ali. Era Yeosang e Park, Park e Yeosang. Ah! E Aurora e Suzie claro, que sempre que podiam, saiam de Incheon para visitar os amigos em Seoul. Era incrível que mesmo com o tempo passando rápido do jeito que passou, todos eles ainda cultivavam a relação que tinham desde o começo, do jeito mais família possível.