POV Jeong Yunho
Quando Jeong abriu os olhos, a primeira coisa que o garoto notou foram as chamativas paredes brancas. Era inevitável não reparar, a sorte era que o edredom e fronhas de cor cinza escuro se misturavam bem com ambiente, e não deixava o quarto tão sem sal como de fato era. Ao se acostumar com aquele ambiente novo e diferente, se lembrando então que não estava em casa, Jeong se sentou na cama e coçou os olhos, soltando um suspiro preguiçoso dos lábios, e então pegou seu aparelho celular na cômoda, conferindo a hora. Eram nove e cinquenta da manhã, e Jeong olhou o relógio bem surpreso por não ter acordado mais cedo, mesmo que dormisse tarde, acordava cedo sozinho sem problema algum, mas desta vez não, ele dormiu bastante, visto que durante a viagem não havia dormido nada.
Pacientemente, Jeong desbloqueou seu celular, vendo uma chamada perdida de sua mãe, imaginando que lá na Coréia seria noite. A senhora Jeong não iria dormir até o filho mandar notícias.
~ Chat On ~
📲: Oie, mãe! Cheguei em Nova York faz bastante tempo e está tudo bem. Eu já dormi e acabei de acordar, por aqui já são dez horas da manhã, e daqui há um tempo tenho uma reunião, vou me ajeitar.
📲: Vamos nos falando por mensagens e áudios, assim é mais fácil. Eu te amo muito, e amo muito o pai também, se cuidem! 💕
Jeong enviou as mensagens e deixou o celular na cômoda. Se levantou, andou até o guarda roupa, pegando uma calça jeans azul clara, um moletom fininho preto e uma toalha limpa, indo para o banheiro em seguida para fazer seus higienes matinais e tomar um banho.
[...]
Yunho já estava devidamente vestido e com os cabelos arrumados quando colocou o celular no bolso de trás da calça jeans, e se sentou na cama para apertar os cadarços de seu all star preto. Quando se sentiu apresentável, saiu do quarto devagar e foi andando em direção à cozinha. Enquanto caminhava, pôde reparar o quão o lugar era tremendamente silencioso, como se não tivesse nenhum dos mais de vinte funcionários por ali. Achava aquilo muito estranho. Quando chegou à cozinha, viu Sara com as outras cozinheiras, enquanto levavam a comida para a mesa, e devagar Yunho foi para o outro cômodo, vendo Mingi já sentado na ponta da mesa enquanto mexia em seu ipad e tomava uma xícara de café. Jeong reparou o quão bem arrumado seu chefe estava, mesmo estando em casa ele se vestia com classe e estilo, um estilo único de Song Mingi. Quando parou na porta, rapidamente o de cabelos vermelhos levantou o olhar para a mesma direção e ficou encarando seu funcionário sem dizer uma palavra por uns segundos, então só depois quebrou o silêncio.
— Bom dia, Yunho. Dormiu bem? Sente-se, e tome um café reforçado, o dia vai ser louco pra gente hoje, você precisa comer. — ele disse de forma baixa, e Jeong forçou suas pernas a andar para seu lugar na mesa, onde já tinha um prato e uma xícara o aguardando, bem ao lado de Mingi.
— Bom dia, Mingi. — disse baixo, e se sentou devagar em seu lugar. — Eu até que dormi bem, acho que estava cansado demais pra pensar em algo. Só desliguei. — falou e logo viu uma funcionária pegar a garrafa de café e servir em sua xícara. — Ah, não precisa por muito café, só coloque mais leite, por favor. — disse Jeong e ela assente com a cabeça.
— Eu sei, senhor Jeong. Pode deixar. — ela disse e no mesmo instante ele a encarou surpreso.
— Oh! Sabe? — perguntou confuso e ela assentiu com a cabeça. Yunho virou o olhar para Mingi, que no mesmo instante ajeitava seus óculos no rosto com o dedo indicador, e depois passou a ler algo em seu ipad, como se nem escutasse nada.
— Fique à vontade para comer qualquer coisa, senhor. Estarei na cozinha caso precisar de mim, com licença. — a funcionária disse, e Yunho assentiu com a cabeça, e logo a mesma saiu dali, deixando Jeong e Mingi a sós. Yunho sentia vontade de pedir para os funcionários de Mingi pararem de o chamar de senhor, mas com o olhar que a Sara olhou Mingi na noite anterior quando havia feito esse pedido, foi o suficiente para perceber que os funcionários ali não iriam parar com aquilo, sabia que era ele quem deveria se acostumar.
O ambiente ainda estava quieto, e Jeong com calma pegou sua xícara em mãos, tomando um pequeno gole da bebida de café com leite, e realmente, mais uma vez estava do jeito que ele gostava. Ao ingerir a bebida, imediatamente se lembrou da noite anterior, algo que o fez ficar tremendamente curioso por…
— Por que pediu para Sara levar um lanche pra mim de madrugada? — perguntou para Mingi, enquanto ainda tomava seu café. Mingi ficou uns segundos parado, como se pensasse o que dizer, e então um tempinho depois abaixou a xícara que segurava e colocou a mesma na mesa, voltando devagar o olhar para Jeong.
— Eu expliquei no bilhete, Yunho. — ele disse calmamente, fazendo Yunho encará-lo. — Não queria que dormisse com fome, e imaginei que estaria com vergonha de pedir pra fazerem um lanche ou algo do tipo. — ele explicou.
— Mas não era vergonha! Eu realmente não estava com fome, mas você mandou comida mesmo assim! — disse e Mingi bloqueou seu ipad, colocando o mesmo sobre a mesa.
— Não estava com fome, mas mesmo assim comeu o lanche e tomou o café…entendi. — ele disse e volta a pegar sua xícara e então deu um gole no café, enquanto ainda encarava seu funcionário, o qual agora se perguntava se Mingi tinha ido perguntar para Sara se ele havia realmente comido. Sabia bem que a resposta era sim, e que Mingi tinha razão.
Jeong pegou o prato à sua frente devagar, e se serviu com uma fatia de bolo, dando uma pequena garfada no mesmo, percebendo que era bolo de laranja, um de seus sabores de bolo preferidos, e caraca, estava muito bom! Jeong não conseguia parar de questionar o porquê das cozinheiras dali serem tão boas.
— Obrigado… — disse baixo, enquanto dava mais uma garfada no bolo. Mingi ainda não tinha tirado os olhos de Jeong, estava acompanhando cada movimento do de cabelos castanhos, e por esse motivo, Yunho manteve o olhar na fatia de bolo em seu prato o tempo todo, não queria olhar para Mingi, não conseguiria. Era como se ele puxasse cada partezinha dele a cada vez, sentia que poderia sumir em segundos. — … Pelo lanche ontem. Estava bom, principalmente o café. — decidiu agradecer ao invés de ficar emburrado. Sabia que Mingi estava certo, não faria sentido ficar emburrado se havia mesmo comido todo o lanche. Apenas agradeceu e de canto de olho, pôde perceber Mingi dar um sorriso ladino por uns segundos, e então o mesmo voltou a pegar sua xícara, bebendo todo o conteúdo da mesma, terminando então seu café.
— Seonghwa me disse que você gosta de café daquele jeito. Bem, desse jeito. — Mingi disse, e apontou para a xícara de Jeong, que então assentiu com a cabeça, concordando com a parte do café.
— Seonghwa fala muita coisa de mim? — perguntou Jeong, curioso, e subiu o olhar para Mingi, que agora o encarava sem seus óculos no rosto. Era incrível como seus olhos castanhos escuros tinham um brilho tão característico, para Jeong eles lembravam a noite com o céu estrelado, mas ao mesmo tempo que eram tão belos, pareciam ser tão profundos, eram como se fosse a noite também, mas o lado bem mais obscuro e misterioso dela. Estranhamente Mingi dava essas sensações para Yunho, de mistério e curiosidade.
— Só o que eu quero saber de você. — Mingi respondeu de forma simples e se levantou, deixando um Jeong pensativo ainda sentado em sua cadeira. — Termine seu café e vá logo se arrumar, precisamos sair um pouco mais cedo hoje. — Mingi disse, fazendo Jeong ainda meio confuso encará-lo. Queria encher Mingi de perguntas, queria saber por que ele perguntava sobre suas coisas para Park ao invés de perguntar diretamente pra ele, queria perguntar o porque de Mingi ser tão fechado, o por que dele não poder ser mais amigável mais vezes, queria saber tanta coisa, queria poder saber de tudo, mas então quando virou em direção onde Mingi estava, o ruivo já não estava mais ali. Jeong estava sozinho na sala de jantar.
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LOYALTY I • Yungi
FanficLivro 1 da saga Loyalty Song Mingi era conhecido como um dos maiores advogados de Seoul. Jeong Yunho era só um recém formado em direito que estava atrás de um lugar para exercer sua profissão. O que era para ser uma relação simples virou a maior con...