CAPÍTULO 72 - PARTE II

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— Tudo bem... — Mingi disse baixo, pensando por onde começaria. — Ok... ahm... depois daquela noite, eu nunca tinha mais visto o Hongjoong, eu não voltei mais naquele bar, e os meses foram passando, a empresa foi ganhando reconhecimento, e até que em um dia aleatório o Hongjoong do nada apareceu na Loyalty, dizendo que nunca mais tinha me esquecido depois daquela noite, e eu também não tinha. Eu nunca tinha transado com alguém em um banheiro ou sei lá, nunca fui de fazer isso, com ele só aconteceu. Nesse dia foi quando combinamos de nos encontrarmos depois que eu saísse da empresa, pra terminarmos de conversar, e foi isso que aconteceu, eu fui pra casa dele e ... a gente conversou e, o Hongjoong me beijou e eu só me deixei levar. Naquela noite ele me ensinou algumas coisas sobre o que ele gostava de fazer na cama, tipo, ser amarrado, usar brinquedos e afins, umas fetiches que de início eu achei maluquice, eu nunca tinha feito nada daquilo, mas aí fomos conversando e aí acabei me interessando e gostando da ideia. Aquelas noites foram ficando mais frequentes, nos víamos quase todo fim de semana, mas aquilo passou a diminuir ao passo que o Hongjoong saiu do bar e foi trabalhar em uma boate, já que ele ganhava mais dinheiro por lá, e então começamos a nos ver só quando tínhamos vontade de... transar — disse, tentando ter cuidado com as palavras, já que Jeong ainda continuava calado —, e assim fomos seguindo. O tempo passou voando, e em um ano eu tive de aumentar a sede de Busan e de Seoul mais uma vez, e contratei mais gente para trabalhar comigo. O dinheiro consequentemente foi vindo, mais pessoas começaram a procurar pela Loyalty, até que tivemos o primeiro caso mais importante da empresa. A polícia queria nossa ajuda pra resolver uns casos de desvio de dinheiro na prefeitura, e com êxito, depois de dois meses investigando e fazendo audiências, ganhamos o caso, conseguimos autuar os acusados. O reconhecimento do governo veio, saímos em jornais naquela época, em muitos deles, e foi aí que eu vi que tudo cresceu mesmo, quando eu tive que demolir o escritório de Seoul, até finalmente construir aquele prédio que está lá hoje. Eu e o Seonghwa tivemos uma conversa bem séria depois que acertamos a construção da nova sede, e ele me alertou sobre como seria ruim pra mim se descobrissem que eu estava envolvido com um homem e ainda mais dançarino de boate. Meu nome e rosto estavam em todos os jornais em um estalar de dedos, passei a ser reconhecido por todo mundo, muito de repente, se descobrissem sobre isso, as mesmas pessoas que estavam me idolatrando, uma hora, se soubessem, eu sabia que com certeza iriam me apunhalar pelas costas. O Seonghwa sabia de tudo, ele é meu melhor amigo, eu conto tudo pra ele, mas sei lá, eu por alguma razão comecei a ver o Kim como um meio de escapar, sabe? Estava ficando estressante ser perseguido por paparazzis, entrevistas, matérias em jornais e revistas gigantes, mas eu sabia que precisava daquilo no momento, pois sabia que aquilo ajudaria a empresa crescer e ser vista no mercado. Nesse mesmo período eu conversei com o Kim, dizendo que eu queria continuar vendo ele, mas às escondidas e só por diversão, sem compromisso algum.. Ele disse que aceitaria, mas com uma única condição: que eu aceitasse e realizasse qualquer fetiche dele. — Mingi disse e Jeong encarou ele, sem saber exatamente o que sentir. 

Yunho sentia o coração acelerar dentro do peito, ao passo que sentia o estômago revirar, nunca imaginando que aquele Mingi que via todos os dias naquela empresa tinha um segredo tão forte como aquele. Estava confuso demais, em como em todo aquele tempo que Mingi conhecia Hongjoong, nunca ter percebido quem ele realmente era. Pensou que Mingi poderia estar confuso com aquilo tudo também, e tentou entender o lado dele a cada segundo, acreditava em Mingi, mais do que poderia pontuar, mas ainda se sentia cada vez mais enjoado em imaginar Song com uma pessoa tão ruim como o Hongjoong. 

— Eu aceitei a proposta dele, mas deixei bem claro em toda nossa conversa que nossa relação só seria feita por benefícios. Desde o início eu sempre deixei claro minhas intenções, expliquei para ele o quão seria complicado ter um relacionamento sério e aberto. Ele disse que tinha entendido a proposta, disse que também não queria nada sério com ninguém, e então aceitou, e como fiquei com um pé atrás, com medo de algo vazar pra mídia, eu fiz um contrato. Era um contrato que o Hongjoong não poderia quebrar, já que o valor da multa era muito mais do que ele ganhava no fim do mês. Ele disse que só assinaria se eu fizesse um quarto pra gente poder transar, com todas as coisas que ele gostava de usar pra satisfazer os fetiches dele, e então eu cumpri a promessa, mandei construir um quarto com tudo, ele assinou os papéis e ficamos nisso desde então. O contrato não tinha limite de tempo, eu poderia assinar outro papel pra quebrar ele quando quisesse, e passei a pensar diversas vezes em assinar quando o Hongjoong passou a insistir que eu passasse as noites com ele, eu nunca passava, mesmo que ele insistisse, eu sempre lembrava ele sobre nosso acordo inicial, era sexo sem compromisso e ponto final, eu nunca quebrava acordos, e quando eu citava em quebrar o contrato, pra encerrar nossa relação de beneficios, ele parava de me encher. Mas aí tudo começou a ficar diferente quando você apareceu... — Song disse, e Jeong logo virou a atenção pra ele. — A última transa que tive com o Kim foi uns dias depois que te contratei.

LOYALTY I • YungiOnde histórias criam vida. Descubra agora