CAPÍTULO 52

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POV Jeong Yunho

Aquela quarta-feira havia sido tremendamente corrida. Todos acordaram bem cedo e arrumaram suas coisas. Tal dia seria quando decidiram voltar para Seoul, e iriam fazer isso o mais rápido que podiam. 

Eram treze horas quando pegaram a estrada que ia direito para o aeroporto mais próximo. Dentro do carro, mais uma vez, estava tremendamente silencioso, assim como na viagem de ida. Mas então, na volta, suas cabeças continuavam cheias, mas agora com dois corações quebrados de brinde. James dirigia o mais rápido que podia, e quando menos viram, já estavam no aeroporto. Entraram no avião, cada um se preparando para voltar para suas vidas. Nada estava e nem voltaria como era antes. 

[...] 

O avião, depois de horas — que mais pareciam anos —, havia finalmente pousado. Era meia noite e meia na hora local de Seoul e assim que Jeong saiu do avião, sentiu uma mão em seu braço e se virou, olhando Seong. 

— Vou te dar carona pra casa, meu motorista já está vindo, ok? — Seong disse. 

— Você mora do lado oposto ao meu, Seong. Não vou fazer você e o Yeosang me levarem pra depois voltar. Eu chamo um uber. — disse Jeong, já pegando o celular. 

— Tem certeza? — perguntou Seonghwa e Jeong assentiu com a cabeça. — Tudo bem… Se cuide, ok? Conte comigo pra tudo que precisar, você tem meu número e sabe que pode me ligar, certo? — Seonghwa disse e Jeong o encarou, bem confuso. 

— Por que você está falando desse jeito? Não é como se eu fosse me mudar! — Jeong disse rindo e Seonghwa apenas o abraçou forte. 

— Ok, eu paro! Te vejo em breve! — Seonghwa disse em meio ao abraço e riu fraco, se afastando de Jeong. 

— Tudo bem, até breve. — Jeong disse, ajeitando sua mala na mão e deu um pequeno sorriso e então logo ouviu uma buzina, vendo que já era seu carro. — Meu carro chegou, preciso ir. Tchau, Sang. — Falou Jeong, que andou até o loiro, dando um abraço apertado no mesmo, e quando se separou do abraço, viu Mingi apenas encostado em seu carro, com as mãos nos bolsos de seu sobretudo preto. Estava usando uma boina preta, escondendo os fios vermelhos. E o seus inseparáveis óculos redondos pendiam em seu nariz fino e um pouco arrebitado. Por uns breves minutos e pela primeira vez em horas, os olhos escuros de Yunho captaram aqueles olhos negros de Mingi, mas o contato durou pouco, quando Mingi desviou seus olhos nublados para outro canto. Jeong se sentia quebrado por dentro, mas aquilo era necessário, pelo bem de Mingi, e de si mesmo também.

[...]  

Assim que o uber parou em frente ao condomínio onde o garoto morava, pagou a corrida e saiu do mesmo, levando suas malas consigo. Sentia sua cabeça doer, não havia dormido nada durante o vôo, se sentia cansado, mas nem saberia se conseguiria dormir.

Cumprimentou o porteiro e entrou em seu prédio, indo direto para seu apartamento. Nem se lembrava o quão sentia falta de casa, da sua própria cama, do sossego, da privacidade. Achava que a paz que queria encontraria em Nova York. Jeong achava muito. Destrancou o apartamento e acendeu as luzes do mesmo, entrando e deixando as malas e os sapatos no canto perto da porta. Olhou em volta e respirou fundo, sentindo aquele cheirinho de casa, logo se lembrou de que precisava avisar sua mãe que havia chego de viagem, e San também. 

📲: Hey, senhora Jeong! Queria avisar que já estou de volta à Seoul, acabei de chegar da viagem, já estou em casa. Amanhã, se eu conseguir, depois do trabalho eu passo aí, ok? Amo você e o pai. 

O garoto enviou a mensagem e logo abriu o chat com San. Sentia que devia avisá-lo também. Eles tinham muito pra conversar, mais do que achavam que tinham.

📲: Oie, San! Passando pra avisar que já estou de volta à Seoul. Podemos nos encontrar como havíamos combinado antes? Acho que precisamos conversar, certo? Vemos isso direitinho mais para frente, vou ter todo o tempo do mundo. 

Jeong enviou a mensagem e então ele suspirou baixo, bloqueando o celular, largando o dispositivo na mesa de centro, e então caminhou para o seu quarto, já tirando o casaco e a camiseta, deixando cair pelo caminho, enquanto andava até o guarda-roupa pra pegar uma roupa fresca e limpa. Decidiu arrumar as malas quando tivesse ânimo, estava cansado, precisava dormir, mas antes só precisava de um banho. Calmamente pegou suas roupas e foi para o banheiro, tirou as peças de roupa que restavam, e ligou a ducha em uma água quente, precisava relaxar. A cada vez que a água caía sobre seus ombros, percebia em como estava tenso. Pensou em como havia passado tanta coisa em tão pouco tempo, que o fez até estranhar, já que antes tinha uma vida tão monótona e sem graça. Desejava sim uma vida com emoção, mas não tanto assim, achava até louco o jeito que a vida fez isso por ele, jogando logo uma coisa tão pesada sobre si. Se apaixonar pelo chefe? É sério? Nunca imaginaria uma coisa dessas, nem em um milhão de anos! Às vezes achava mesmo que a vida brincava com a sua cara, pois quando pensava que estava tudo certo, ele tropeçava e caía de uma ladeira, mas como as coisas estavam andando agora, poderia dizer que estava caindo bem do pico do Monte Everest. Eram exatos oito mil oitocentos e quarenta e oito metros em queda livre, e o único problema era quando chegasse ao chão. Não achava que estaria tão perto. 

Jeong saiu do banho com calma, secou seu corpo e secou seus cabelos com o secador. Se vestiu com seu pijama e saiu do banheiro, recolhendo as roupas no chão e as jogou tudo dentro da máquina de lavar. Pegou seu celular, vendo uma mensagem de San no ecrã. 

📲San: Hey! Mas já voltaram? Amanhã posso te buscar no trabalho? Podemos ir naquela sorveteria de sempre! O que acha? Aí colocamos os papos em dia! 

Jeong leu a mensagem e suspirou baixo. Pensou que talvez sair com San seria boa ideia, sabia bem como ele o deixava leve, e era tudo o que ele precisava no momento. 

📲: Podemos ir na sorveteria, vai ser ótimo! E eu te espero na frente da Loyalty às 18h00, e te conto tudo sobre a viagem!

📲: Boa noite, San. Até amanhã. 

Jeong se deitou em sua cama e pegou seu celular, apenas visualizando a mensagem que confirmava o combinado. Sentia seu corpo pesado, não sabia nem exatamente o que era. Sentia um desconforto no corpo e na região do peito, fechou os olhos tentando dormir, não estava conseguindo. Seria uma noite longa. 

LOYALTY I • YungiOnde histórias criam vida. Descubra agora