CAPÍTULO 56

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POV Park Seonghwa 

Seonghwa já saía de casa depois de Yeosang falar pela trigésima vez para ele tomar cuidado quando saísse. Compreendia a preocupação do loiro, já que as coisas ainda andavam bem malucas. Ainda não havia nenhuma pista sobre quem mandou atropelar Jeong, então todo cuidado era pouco, já que não tinham nenhum suspeito ou nem imaginavam a aparência de tal pessoa, e aquele era um dos motivos que Park sabia que havia deixado Mingi frustrado, pois o ruivo dizia repetidas vezes sem parar, há alguns dias atrás, ao ver Jeong saindo da empresa pelas câmeras de segurança no dia que deu a carta de demissão, que iria até o inferno só pra punir o culpado de tudo aquilo. Park nunca tinha visto Mingi chorar tanto como naquele dia.

Seonghwa já havia chego na portaria do condomínio onde Song morava. Ambos moravam na mesma rua, porém em condomínios diferentes, já que o apartamento que Mingi morava era três vezes maior que o de Park e Kang, e o casal, alegando que não precisavam de muito, acharam o apartamento perfeito para morar. Era espaçoso, não tanto quanto o de Mingi, mas daria pra viver uma vida confortável, apenas os dois. O porteiro do condomínio por já conhecer Seonghwa, deixou o rapaz subir sem interrupções, já que tinha ordens para deixar Park e Yeosang entrarem ali quando bem quisessem afinal, Mingi sempre alegou que a casa dele era do casal de amigos também, mas ambos pararam de visitar Song com frequência quando a Loyalty deslanchou, pois Mingi acabou por não ter tempo para mais nada, pois vivia viajando ou fazendo reuniões, e também Park sempre via Song no trabalho, às vezes só se encontravam quando queriam beber e jogar conversa fora com o Yeosang por perto, já que ele era o que menos via Song por trabalhar na pequena livraria no centro comercial ali perto, eles eram amigos também, e sabia bem como seu noivo não era muito rápido para fazer amizades novas, e cultivava muito bem as antigas, e sem Aurora — melhor amiga de Kang — por perto, Seonghwa tinha medo dele se sentir sozinho, mas isso passou a mudar bastante depois que abriu a própria livraria. Yeosang se ocupava bem com o variados tipos de clientes que passavam por lá, e no final do dia sempre ficava feliz por vender seus livros, já que tinha noção em como nem todo mundo amava livros como ele, eram poucos que frequentavam a loja, mas ainda sim ele ficava mega feliz por ver que ainda se importavam com seus velhos amigos livros. 

— Oie, Sun-hee! É o Seonghwa! — disse Park pelo interfone assim que chegou no vigésimo andar, e no mesmo instante ouviu a porta destrancar. Park entrou no apartamento e fechou a porta, logo vendo a senhora sair da cozinha ajeitando o avental no corpo. 

— Seong! Como é bom te ver, meu filho! Me diga que veio pra cá pra tirar o Mingi daquele quarto, por favor! — Hee disse, preocupada enquanto dava um abraço apertado no Park. — Eu não sei o que está acontecendo, hoje ele não sai por nada daquele quarto, não pegou a comida que deixei na porta. Nem eu ele deixa entrar! 

— Digo o mesmo, Hee! — Park disse e soltou ela do abraço devagar. — Eu vim pra tentar ajudar, eu vou lá falar com ele, ok? — ele olhou para a senhora e ela logo assentiu com a cabeça. 

— Sim, sim! Vá! A casa é sua também, sabe onde o quarto dele fica. — ela disse e Seonghwa assentiu com a cabeça, subindo pelas escadas até o piso de cima onde ficava o quarto do ruivo. O apartamento como sempre estava silencioso, mas Seonghwa sentia um clima muito mais pesado ali, e respirou fundo ao parar da frente da porta de madeira, e dar três toques na mesma. 

— Hee, eu não quero comer! Me deixe sozinho, por favor! — Ouviu a voz de Mingi através da porta e suspirou baixo. 

— Sou eu, Mingi! É o Park! Abre aqui pra mim, por favor! Vamos conversar, sim? — disse e ficou parado na frente da porta, esperando alguma resposta, mas tudo que recebeu foi apenas um silêncio absoluto. 

Seonghwa respirou fundo, pensando em algo que faria Mingi abrir a porta, pois sabia que insistência não iria ajudar, pois Mingi ficaria mais irritado, mas nem precisou pensar muito, pois ouviu a porta ser destrancada e logo a mesma foi levemente aberta, e ouviu os passos de Mingi no piso de mármore branco indo pra longe dali. No mesmo instante, Park entrou devagar no quarto, não esperando ver metade do que estava vendo ali, percebeu mesmo que tudo estava uma merda quando Song Mingi, o cara mais louco por organização, estava com o quarto abarrotado de sujeira, com garrafas de bebida alcoólica pra todo lado, assim como cinzeiros com xepa de cigarros já apagados e com outros ainda saindo fumaça. Ficou tremendamente assustado ao ver a cena, pois nunca imaginaria que Mingi estaria naquele patamar, e ali, passou a ficar preocupado em dobro. 

— Tranque a porta, não quero que a Hee entre aqui. — disse Mingi, largando o corpo na poltrona do quarto, dando um gole grande no copo com whiskey que tinha em mãos. Park logo trancou a porta e encarou o ruivo. 

— Mingi, o que você está fazendo???? — perguntou incrédulo.  — Porra, olha essa bagunça! Olha pra você!!! — disse Park, preocupado, já se aproximando de Song, que lentamente tragava um cigarro e soltava a fumaça pelos lábios. 

— E o que tem, Park? Já está tudo fodido mesmo, que se foda o resto! — suspirou Mingi, jogando a tampa da milésima garrafa de whiskey no chão e enchendo o copo novamente. 

— É isso mesmo que você quer?? Ver tudo pelos ares?? Logo você, que sempre foi determinado com as coisas que queria, vai deixar tudo assim???? Mingi, acorda!! — Park disse, tirando o copo da mão de Mingi e foi no banheiro, jogando todo o líquido na pia. — Acorda, ok???? Você vai deixar tudo escorrer assim por entre seus dedos?? Vai deixar tudo como está e vai parar de lutar? — gritou Park. 

— Porra! Meu copo!! — disse Mingi, pronto pra levantar e pegar o copo no banheiro novamente, mas Seonghwa que já estava voltando do banheiro foi mais rápido, empurrando Mingi pra sentar novamente na poltrona. — Merda, Seonghwa!!! Essa porra todo já acabou, ok??? Já acabou tudo! Pra que eu vou continuar lutando por uma coisa que já saiu do controle? Não tem como arrumar! — disse, puxando os cabelos. — Eu fiz acordo com o filho da puta que vai apodrecer na cadeia e ele passou tudo pra quem quer que seja que estava indo atrás de Jeong, pra ele deixar Jeong em paz! — Mingi disse, parecendo bravo. 

— Você o que? — perguntou Seonghwa chocado, perguntando a si mesmo se tinha ouvido Mingi direito. 

— É isso mesmo que você ouviu! A pessoa que mandou atropelar Jeong não vai mais atrás dele, porque eu estou longe dele agora, entendeu? Eu demiti ele, pois sabia que se eu o magoasse, ele ficaria longe, e resolveu! Ele não quer nem olhar na minha cara agora! — disse Song, pegando a garrafa de whiskey, tomando a bebida pelo gargalo mesmo. 

— Por que você não me contou a verdade, Mingi??? Por que me contou isso só agora? Inferno!! Por que esperou tudo chegar à esse ponto????? — Seonghwa perguntou, em nervos. 

— Por que eu sou um covarde!! Eu sou um idiota! — gritou Mingi. — Porra, para de gritar comigo, se não eu não te conto mais caralho nenhum! — Song disse, secando os lábios úmidos pelo whiskey. Park apenas puxou os fios de cabelos pretos para trás, sentia tanta raiva por Mingi ter falado aquilo apenas agora, queria tanto bater nele, mas apenas se conteve, se sentou na cama assim que ouviu Song começar a contar o que havia acontecido há duas semanas atrás, ainda lá em Nova York, um dia antes de voltarem pra Seoul, quando havia visitado o motorista do carro que quase atropelou Jeong. Mingi contou tudo à Park, toda a verdade.

LOYALTY I • YungiOnde histórias criam vida. Descubra agora