POV Jeong Yunho
Yunho tirou o avental do pescoço ao ver que já eram treze horas, o horário que Mingi havia dito que o buscaria, e então se ajeitou, dobrou o avental e guardou ele no balcão.
— Pai, o Mingi daqui a pouco chega, eu vou ir com ele pra vender um terno pra um colega dele, ele queria me apresentar pra esse colega, aí já vou esperar ele ali na frente, ok? — disse Yunho, andando até o pai dele e dando um abraço nele.
— Hm, ok! Estou de olho! — o senhor Jeong disse, enquanto colocava algumas mercadorias na prateleira. Yunho riu baixo e logo andou até o San.
— Eu te levo até a porta! — San disse e deu uma piscadela pro senhor Jeong.
— Eu estou vendo essa cumplicidade de vocês! Não gostei nada disso, ok? — Yunho disse rindo, saindo da lojinha com San. Era óbvio que Jeong estava brincando, o pai dele havia amado o San desde que eles se conheceram, o que não foi novidade, é impossível não amar o jeito doce do Choi, e foi aí que San virou o favorito do pai de Yunho, tanto que San acabou ganhando uma vaguinha na lojinha deles. Na mesma hora que o senhor Jeong descobriu que ele estava sem emprego, ofereceu o cargo de repositor ao rapaz, e ele aceitou de bom grado, óbvio, até o Jeong ficou feliz, amava a companhia de San, e agora trabalhar com ele mais uma vez, só que agora um perto do outro, seria mil vezes melhor e mais divertido.
— Yun, você está bem avoado hoje, o que aconteceu? Você e o Mingi estão bem? — San perguntou, assim que chegaram na calçada. Yunho olhou pra ele na mesma hora, dando um suspiro baixo e ajeitou os fios rosa na testa.
— O Mingi está esquisito… Eu não sei o que está acontecendo, ele não me fala mais nada direito, sai de casa cedo todos os dias, volta só depois dizendo que foi vender os ternos dele mas não fala mais nada. Ele nem me acorda! Você acredita? Não pergunta se eu 'tô bem! Nadinha! — Jeong disse e San encarou ele.
— Será que não tem haver com a empresa? A Loyalty perdeu o último investidor essa semana, só falta eles decretarem falência, imagina como deve estar sendo difícil pra ele, ele só deve estar tentando se ocupar, sei lá. — disse San.
— Eu pensei a mesma coisa, mas é que, ele sempre foi tão sincero com tudo, e… ele não me fala mais nada, anda esquecendo de um monte de coisa, ele… ele esqueceu que disse 'eu te amo', como alguém esquece isso, San? Não tem como alguém esquecer! — Jeong disse, ficando com a voz embargada e San logo se virou para ele, envolvendo em um abraço apertado. Jeong no mesmo instante se encolheu no abraço de Choi, tentando não chorar mais do que queria, estava na rua e Mingi apareceria a qualquer momento. Não poderia.
— Ah, Yun! Eu acho melhor vocês sentarem para conversar, não acha? Ele deve estar estressado com esse lance da empresa, a cabeça dele sempre foi cheia assim, e agora que ele não tem mais tudo aquilo pra administrar, deve estar confuso! Só tenha calma, e quando vocês tiverem um tempo, conversem! E pensa, se ele não te amasse, por quê largaria tudo só pra ficar com você? Um eu te amo não está só na palavra, Yun, está em todo cantinho e você só precisa perceber. — San disse, secando o rosto de Jeong com cuidado e Jeong sorriu pequeno, agradecendo como todas as vezes que o Choi esteve ali por ele.
— Você é um anjo, eu já te disse isso? — Jeong disse e San riu, abraçando ele apertado.
— Algumas vezes! Ah! O Mingi está ali ó! Vai lá! Tenho que ajudar o seu pai ali na lojinha! Dá pra acreditar que agora somos colegas de trabalho? — San disse, fazendo Jeong dar uma risada baixa.
— Eu vou ir lá… e ainda nem acredito! Vai ser divertido! — Jeong riu baixo e foi andando até o carro do Mingi. — Cuida do meu pai por mim, amanhã eu volto!
— Pode deixar! — San disse, sumindo porta à dentro e Jeong abriu a porta do carro de Mingi, vendo ele guardar o celular no bolso e ajustar o cinto.
— Oie, amor! Como foi o trabalho? — Mingi disse, e Jeong entrou no carro e colocou o cinto. — Vi o San, como ele está?
— Foi bem, até! O San está bem, agora ele trabalha comigo, sabia? — Jeong disse, e logo sentiu o olhar de Mingi sobre ele. Jeong não olhou o ruivo em nenhum momento, não havia recebido nem um beijo na bochecha, e nem uma pergunta se ELE estava bem, mas sim o melhor amigo dele...
Qual é o problema do Mingi? — pensou.
— Nossa, que ótimo! Fico feliz que ele já tenha conseguido algo rápido. — Mingi disse, batucando no volante, indo em direção ao condomínio onde o amigo dele morava. Jeong suspirou e se encostou no banco, tentando prestar atenção na estrada, ou se não achava que todo aquele silêncio do carro o sufocaria.
[...]
— Ele mora no quarto andar. — Mingi disse, ajeitando o pacote com o terno nas mãos e entrou no elevador assim que Jeong entrou. Desde que Mingi estacionou o carro no estacionamento do condomínio, ele estava esquisito, Jeong sentia o nervosismo dele de longe! Por que ele estava nervoso pra entregar um terno? Jeong estava ficando cada vez mais confuso, mas se manteve calado, decidindo que quando chegasse em casa, conversaria com Mingi, assim como San havia dito.
Yunho foi seguindo o ruivo pelo corredor assim que saíram do elevador, até pararem na frente da porta número mil e vinte e quatro, e então Mingi apertou a campainha. Uns minutos depois um rapaz de óculos abriu a porta, bem animado ao ver Mingi.
— Hey! Mingi! Faz tempo que não vejo você!! — disse o rapaz, e então eles se abraçaram rapidamente.
— Pois então! Faz tempo mesmo! Amor, esse aqui é o meu colega que te falei! — Mingi disse e Jeong estendeu a mão devagar, apertando a mão do rapaz.
— Prazer em te conhecer! — disse Yunho, e então o rapaz apertou a mão dele, sorrindo e assentindo com a cabeça.
— Entrem! Vai ser melhor se vocês entrarem! — ele abriu a porta, e Mingi deixou Jeong entrar primeiro, e na mesma hora Jeong olhou pra Mingi e então olhou pro apartamento e …
Está vazio? — pensou Jeong.
O rapaz, achando tudo muito esquisito, olhou em volta confuso, e então ouviu a porta se fechar e quando olhou pra trás, só Mingi estava ali.
— Cadê o seu amigo? Por que ele mora em um apartamento vazio??? — sussurrou Jeong, com medo de o amigo dele ter ido para outro cômodo sem ele ver, e então Mingi riu, se aproximando de Jeong.
— Vem cá, amor. — Mingi disse, e Jeong sentiu ele colocar a mão no fim das costas dele, empurrando ele gentilmente para um pequeno corredor onde uma porta estava fechada. — Abre… — Mingi disse, e então Jeong sentiu o coração acelerar, e logo olhou pra Mingi.
— Eu não vou abrir! Nem é nosso isso! — Jeong sussurrou e Mingi riu alto. — Não dê risadas, seu bobo!
— Abre logo! — Mingi disse, colocando a mão dele na maçaneta, e Jeong respirou fundo, girando a maçaneta devagar, sentindo o coração dele sair pela boca. Não acreditava mesmo no que estava vendo, assim que a porta foi mostrando o cômodo aos poucos. Achava que estava sonhando ou ficando louco, ou já estava tão surtado que já estava em um patamar de alucinações!
— Mingi… — susurrou Jeong.
— Bem vindo ao nosso lar… — Mingi disse baixo, e Jeong sentiu ele prender os braços ao redor de sua cintura enquanto ele o abraçava por trás, mostrando para ele um chaveiro pendurado em uma chave.
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LOYALTY I • Yungi
FanfictionLivro 1 da saga Loyalty Song Mingi era conhecido como um dos maiores advogados de Seoul. Jeong Yunho era só um recém formado em direito que estava atrás de um lugar para exercer sua profissão. O que era para ser uma relação simples virou a maior con...