CAPÍTULO 61

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POV Jeong Yunho

Jeong já estava acordado quando o relógio do quarto de San mostrava ser seis e meia da manhã. Mal havia dormido, na verdade. Não conseguiu mais fechar os olhos quando acordou às quatro da manhã, vendo San ao seu lado, nu, assim como ele próprio. Não sabia o que sentir, sua cabeça estava tonta. Parecia tão certo beijar San aquela hora, parecia tão certo fazer o que fez naquela hora, mas só percebeu que tinha feito coisa errada quando acordou, ainda se sentindo vazio. Ainda estava se sentindo vazio, e se sentindo quebrado em dobro. Havia se esquecido mesmo de se perguntar se deixaria de se sentir vazio se fizesse o que fez, e obteve a resposta assim que acordou. E ela era um grande e enorme não. 

Devagar se sentou na cama, pois não queria acordar o rapaz que dormia ao seu lado. Se levantou, e na ponta dos pés foi andando até a sala, vendo a bagunça que ele e San tinham feito na noite anterior. Os dois estavam tão cansados depois do que fizeram, que nem se importaram de arrumar aquilo ali, apenas se limparam e se jogaram na cama, e depois de mais alguns beijos, mesmo que sem promessas e sentimentos corretos, caíram em sono profundo. Ver aquela bagunça doeu o coração de Jeong, que rapidamente só se vestiu com a sua cueca que estava no chão perto do sofá e se sentou ali, cobrindo o próprio rosto, se sentindo confuso e com vontade de chorar. Se sentia mal por fazer aquilo logo com San, alguém que estava fazendo de tudo para ele desde o começo. Estava se sentindo um monstro.

— Hey! Está tudo bem? — ouviu a voz de San e rapidamente levantou o rosto, vendo o rapaz parado na porta do quarto já vestido com uma cueca limpa que havia pego no guarda roupa. 

— Ahm… sim! Está sim… — disse Jeong, e San ficou encarando o rapaz. San não era bobo, ele sabia. 

— Tem certeza? — perguntou, andando até o sofá, se sentando ao lado de Jeong. — Seus olhos dizem outra coisa… — San disse, secando uma lágrima que escorria do olho de Jeong, tal qual ele nem havia percebido escorrer, e quando menos viu, já estava chorando. 

— Tá' tudo errado…. A gente ontem… eu… — sussurrou com a voz embargada e abaixou o rosto, sem saber o que dizer. Não queria magoar o rapaz. Quando sentiu a mão do San em seu ombro, chorou mais ainda. Não se sentia digno de ter San, e muito menos de ter o afeto dele, não depois do que tinha feito. — M-me desculpa fazer isso com você, me perdoe… — sussurrou com a voz quebrada. — Eu só não entendo! Foi tão bom, mas por que eu não sinto isso? Por que eu não sinto que… que foi certo? Por que eu não sinto algo diferente? Me perdoe por fazer isso com você... — disse Jeong, em meio ao choro, ainda com os olhos baixos. Tinha medo de olhar pros olhos de San e ver o que não queria. 

San, por outro lado, sentiu seu coração acelerar ao passo que sentia seu peito doer vendo Jeong se despedaçar em sua frente. Ele já sabia de toda a verdade, e se sentiu muito egoísta por ter pensado só em si mesmo, e ter deixado aquilo acontecer. San sabia que Jeong estava de coração partido, e realmente pensou que seria aquele a curá-lo e tirar toda aquela dor que ele sentia. Estava errado. Havia procurado resposta em um corpo que sabia que estava confuso assim como a si próprio. Sabia da confusão que Jeong estava passando, e ao invés de aconselhá-lo, foi adiante. Estava tão errado quanto. 

— Não se desculpe, Yun. A culpa não é sua! E isso tudo tem a ver com o Mingi, não é? — San perguntou baixo e no mesmo instante Jeong levantou os olhos pra ele. 

— Como… 

— Na empresa. — respondeu San, antes de Jeong terminar a pergunta. — Na empresa anda rolando uns boatos que… todo mundo lá dentro está dizendo que você foi demitido porque estava tendo algo com o Mingi e aí ele te demitiu antes que descobrissem. — San disse aquilo com todo cuidado do mundo, pois não queria machucar Jeong. — E… é verdade, não é? — perguntou baixo, ao ver os olhos de Jeong vacilarem. — Por isso que naquele dia, na sorveteria, você me disse que o que fez iria ser mais grave pro Mingi do que pra você.

— Eu- — Jeong sentiu sua voz tremer. — Merda… — sussurrou e passou as mãos no rosto. Havia mesmo sido jogado contra a parede, não só por San, mas por todos que já sabiam sobre ele e Song. Sabia que pra todos lá na empresa era um mero boato, mas ficaria tremendamente difícil desmentir algo que realmente havia acontecido. Estava organizando as ideias em sua cabeça, não sabia como contaria aquilo para San, mas contaria. Não tinha mais o porquê de esconder tudo aquilo do garoto de mecha, mesmo não sabendo que San já desconfiava há tempos, queria contar tudo à ele, pois sentia que ele merecia saber toda a verdade. 

— Yun… você não precisa me contar se não quiser. Isso é sobre sua vida, se não se sentir bem para falar, não se force, por fav…

— Não! Eu vou te contar tudinho, por favor, me deixe te contar… — disse Jeong com a voz embargada, ao passo que secava o rosto e respirava fundo. San, devagar, segurou uma das mãos de Yunho e apertou a mesma levemente. Jeong olhou para San e o mesmo assentiu levemente para Jeong, tentando passar a segurança que ele precisava. Jeong ali percebeu tudo, e todas as dúvidas acerca do Choi foram respondidas. Yunho precisava sim de San do seu lado, mas não do jeito que tinha imaginado, havia mesmo bagunçado tudo mais ainda, e se sentia um idiota por não ter percebido aquilo antes de tudo já ter sido feito. 

Ambos os rapazes se ajeitaram no sofá, e foi assim, naquela manhã de sábado que Jeong quebrou todas as correntes e cadeados que tinha presos dentro de si. Contou tudo para San o que aconteceu entre ele e Mingi, desde o começo, desde o dia da entrevista até o dia da demissão.

Finalmente começou a colocar sua vida no lugar. 

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Vejo vocês daqui a pouco com att dupla! 😚

LOYALTY I • YungiOnde histórias criam vida. Descubra agora