Surpresaaa! 😚
🗝
POV Jeong Yunho
Em quase um mês, depois de um longo processo de aceitação, Jeong estava de volta. Finalmente aquele Jeong de sorriso fácil, piadas bobas e de ótimo humor estava de volta, pelo menos para quem o via por fora. Por dentro, ainda existia um Jeong vazio, com medo de seguir a própria vida, perdido por não saber o que fazer, e de coração partido, mas ao mesmo tempo, ali, tinha um Jeong que queria tentar, queria seguir em frente e se aventurar com coisas novas pra ver se conseguiria voltar pra superfície e finalmente se desafogar, mas por um equívoco, acabou se afundando mais e mais naquele mar escuro e frio que havia caído: seus próprios sentimentos. Jeong era ótimo em fingir, e parecia que as pessoas à sua volta caíram direitinho naquela máscara bem enfeitada que usava, já que ninguém parecia desconfiar de nada, sem ao menos o contestar.
— Você pode passar aquele pacote de algas também, por favor? — perguntou um rapaz de cabelos azuis. Jeong havia adorado a cor do cabelo dele, reparou nele assim que ele entrou na loja. Tinha amado o tom daquele azul, tanto que até pensou em pintar daquela cor futuramente.
— Prontinho! — disse Jeong, passando o pacote pela máquina de preços, cobrando o valor total da compra do rapaz.
— Eu amei a cor do seu cabelo! — disse o cliente e Jeong sorriu levemente passando a mão nos cabelos agora cor de rosa, achando que o moço havia lido seus pensamentos.
— Muito obrigado! Estava pensando o mesmo sobre o seu, talvez eu pinte de azul um dia. — disse, rindo baixo.
— Acho que ficaria ótimo em você... É azul oceano. — disse o rapaz, e Jeong sorriu levemente, agradecendo. Assim, o rapaz de cabelo azul lhe entregou o dinheiro contado da compra. — Obrigado... Jeong. — disse o moço devagar, dando um sorriso ladino, lendo o crachá que Yunho usava. O mesmo, devagar, pegou as sacolas nas mãos, e foi saindo da loja.
— Eu que agradeço! Tenha uma boa tarde e volte sempre! — respondeu.
Jeong sabia bem usar aquela máscara que colocara em seu próprio rosto, atendia cada cliente do melhor jeito que podia. Havia mudado tanto. Em menos de um mês resolveu se reerguer, já havia pintado e mudado a cor de seus cabelos, e por decisão própria, resolveu ir ajudar o pai na loja, ato que deixou o senhor bem animado ao ver o filho "melhor" e pronto para o mundo novamente depois de semanas tão pertubadoras. Ninguém sabia que Jeong continuava chorando em silêncio todas as noites, e nem que seu peito continuava oco, procurando algo para preenchê-lo novamente, e sem precisar procurar muito, achava que já tinha achado.
— Boa tarde! — disse, levantando o rosto, tirando os olhos das sacolas que arrumava no caixa. — Já estamos fech... Wow, San!!!! — disse surpreso, ao ver o Choi entrando na lojinha com um buquê de rosas vermelhas em mãos, ainda usando as roupas formais do trabalho. Jeong não deixou de dar um sorriso pequeno ao observar o sorriso ladino que San dava ao fechar a porta e colocar a placa de fechado. Eram dezoito horas de sexta-feira, e como rotina, San sempre levava Jeong pra sair nas sextas, no fim do expediente. Não que Jeong não gostasse, ele amava a companhia de San, dava boas risadas ao lado dele, e por muitas vezes esquecia aquele bendito nome, pelo menos até quando fosse pra casa, e deitasse na cama novamente, chorando aquilo que havia segurado o dia inteiro. Só queria poder respirar de novo.
— Oie... — disse o Choi, se aproximando devagar e dando um beijo na bochecha de Jeong, que já tinha dado a volta no balcão, indo de encontro com o rapaz. — Isto é pra você! — ele disse e alcançou o buquê para Jeong.
— É lindo, San! Obrigado! — disse Jeong, pegando o buquê com cuidado com um sorriso bobo nos lábios. Nunca havia recebido um buquê antes na vida, e ali se perguntou porquê as coisas tinham que ser complicadas do jeito que estavam. Queria ter se apaixonado por San, mas sabia que a vida não lhe daria tudo de bandeja, e se desse, seria tudo tão mais simples, mas a vida tinha dessas, escrever o certo por linhas tortas. A história que Jeong construiu com San tinha linhas perfeitas e retas até demais, já as linhas de sua história com Song faziam até loops, mas o garoto descobriu que gostava da adrenalina, gostava de viver aquelas emoções que nem sabia quais eram, estava descobrindo um mundo novo e totalmente diferente do seu, e aquilo era o que tinha de mais gostoso, sentir o calor, o frio na barriga. Sentia falta de tudo aquilo, mas sabia que uma hora teria que esquecer tudo, apagar aquela parte de sua vida, e faria de tudo pra conseguir sentir sensações novas com pessoas diferentes.
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LOYALTY I • Yungi
FanfictionLivro 1 da saga Loyalty Song Mingi era conhecido como um dos maiores advogados de Seoul. Jeong Yunho era só um recém formado em direito que estava atrás de um lugar para exercer sua profissão. O que era para ser uma relação simples virou a maior con...