POV Song Mingi
Eram oito e cinco da manhã de sexta-feira quando Mingi chegou na empresa, rapidamente indo para a sala dele, e quando entrou, já chegou largando o blazer no encosto de sua cadeira e quando ajeitou sua camisa, viu Seong na porta.
— Bom dia! Vi que o Yunho lhe enviou todos os resumos dos casos para seu e-mail, tire o dia para analisar eles e pra mandar as pastas revisadas pro arquivo, ok? O Yunho deixou as pastas ai. — Seong disse e apontou para as pastas em cima da mesa de Song. — Sua agenda está vazia hoje. — disse e Mingi apenas o encarou.
— Bom dia pra quem, Seong? — Mingi disse, com a expressão séria e suspirou. — Ok, vou fazer isso tudo agora. Não deixe ninguém me atrapalhar, só se for algum caso de urgência, quero ficar na sala sozinho. Aqui só entra você e quando eu pedir, ok? — disse, olhando seu melhor amigo, que apenas assentiu com a cabeça, se segurando pra não perguntar o porquê do amigo estar daquela forma, já sabendo que ele não responderia. Seong já tinha desistido de tentar entender Mingi, mas ainda sim estaria ali por ele quando ele precisasse, como sempre foi, mas sabia que tinha algo errado, precisava perguntar, mesmo que já soubesse a resposta.
— Você 'tá bem? Deu algo errado na reunião ontem? — Seong perguntou e Mingi só respirou fundo, apertando seu osso nasal com o dedão e indicador. — Pode deixar, vou avisar a todos pra não te atrapalhar.
— Não deu nada errado na reunião, ok? Chega de perguntas e me deixe sozinho, por favor. — Mingi disse, em tom de súplica de uma forma incrívelmente calma, colocando toda a atenção no computador à sua frente, e então começou a abrir as pastas pra ler os casos.
Agradeceu mentalmente por já ser sexta-feira. Teria quase uma semana de “folga” antes de voltar para Nova York e cuidar dos últimos ajustes da nova sede. Aquilo estava o estressando mais do que imaginava, mas logo iriam fazer a inauguração, e então logo se livraria de incomodações — pelo menos era o que achava.
— Como quiser… — Seong disse, já saindo da sala.
🗝
POV Park Seonghwa
Assim que Park saiu da sala de Mingi, percebeu que com toda a certeza havia alguma coisa errada, e tudo passou a se consolidar quando viu Yunho caminhando para a sala dele com uma cara nada boa. Algo entre os dois havia acontecido, como o esperado, já que sentiu uma tensão entre os dois desde quando Jeong fora contratado. Ele não se dariam bem tão cedo.
— Yunho? Bom dia! — disse Park em animação, tentando chamar a atenção de Jeong, mas ele apenas continuou caminhando pra sala dele, sem ânimo algum.
— Péssimo dia, Seong! — Jeong disse, desanimado e entrou na sala dele. Park seguiu o garoto e bateu na porta devagar, fazendo Jeong virar os olhos para o assessor, enquanto se sentava na cadeira dele.
— Posso entrar? — perguntou Park, ainda parado na porta e o Jeong assentiu com a cabeça, ligando o equipamento do computador. — Está tudo bem? Você está muito calado…
— Está tudo ótimo! Não se preocupe! — Jeong disse em um tom bravo e Park riu baixo, se sentando na poltrona à frente de Jeong.
— Não parece! Aconteceu algo no trabalho ontem? Você ficou até um pouco mais tarde. — perguntou Park, vendo Jeong suspirar, enquanto largava o corpo na cadeira.
— Aconteceu, Seong! Aconteceu que o Mingi é um mandão insuportável! — o de cabelos castanhos disse em um tom de raiva e Seong logo o encarou bem confuso.
— Espera! Explica isso direito, não estou entendendo. — falou Seong, se sentindo meio confuso, e Yunho olhou para ele, apoiando os cotovelos na mesa
— O queridinho do chefe, me fez perder meu uber ontem, e ainda por cima me obrigou a ir de carona com ele pra casa! Sem contar que ele pagou minha multa com o motorista! Ah, e quer mais? Deu a louca nele porque ele simplesmente não queria me deixar ir de uber pra casa, e disse que todas as vezes que eu ficar até tarde, e chamar um uber para ir pra casa, ele vai cancelar a corrida e vai me levar! — Jeong disparou tudo aquilo, fazendo Park encará-lo com o rosto bem surpreso. — O Mingi é maluco? Como conseguiu aguentar ele por tanto tempo? Como consegue??? Desse jeito eu não fico um mês aqui, Seonghwa! — ele disse, nervoso e Park só ficou olhando ele, calado por uns segundos.
— Eiii! Relaxa, ok? Fica calmo, respira! — disse, e assim Yunho fechou os olhos respirando fundo. — Como assim ele te deu carona? — perguntou Park, ainda confuso.
— Carona é modo de dizer, né?! Porque ele pegou o celular de mim, dizendo que eu não iria chamar uber nenhum e que ele iria me levar! Eu não chamo isso de carona! — Jeong disse, encarando Seong. — E como assim, "como assim"? — ele perguntou, ficando confuso com a própria pergunta, ato que fez o Park soltar uma risada baixa.
— É que… ele te deu carona? O Mingi? — perguntou Park, e no mesmo instante Jeong soltou um suspiro baixo.
— Sim, Seong! — ele disse, batendo as mãos na perna. — E tem outro Mingi aqui? — ele perguntou e se levantou, parecendo impaciente.
— Não… é que, o Mingi nunca dá carona pra ninguém. Ele chama táxi e paga a corrida, mas carona, no carro dele e ele ainda dirigindo? Ele nunca fez isso! Ele nunca se importou com isso de pegar táxi ou uber de noite, na verdade. — disse Seong, ainda meio pensativo e levantou o olhar para Yunho, que agora segurava os cabelos. Estava tão confuso quanto ele.
— Ok…? E o que isso tem a ver? Isso não anula o fato dele ser sempre um idiota! Eu sabia! Tudo o que os jornais falam dele, era tudo fachada, né?! A educação, o jeito amoroso dele? É tudo falso! Porque desde que cheguei aqui ele só se mostrou ser só um orgulhoso e mandão! Ele só reclama! — Yunho disse, se mostrando bem alterado e Park se ajeitou na poltrona.
— Yunho, é óbvio que a mídia muitas vezes é manipuladora, mas o Mingi ele é muito educado sim, é atencioso e muito amigo! Eu conheço ele há anos e sei o jeito dele. Ele pode ser bem gentil às vezes, assim como pode ser grosseiro. Todo mundo é assim! E olha, ele nunca me tratou desse jeito que me tratou hoje quando passei na sala dele, ele é mandão sim, mas ele é o chefe e precisa mandar os funcionários dele trabalharem, ele precisa ser assim! Mas o que me intriga é o fato dele só pegar no seu pé e ainda depois de tudo dar carona pra você! — o de cabelos pretos disse e Yunho o encarou, respirando fundo.
— O que você está querendo dizer com isso? Que o Mingi não gosta de mim ou algo assim? — perguntou Jeong. — Se ele não gosta de mim, por quê me contratou e me colocou logo como assistente dele, em? Eu mandei currículo para trabalhar como advogado! Não como assistente de advogado! — ele disse em chateação, olhando Park.
— Eu não faço a mínima ideia, ok? Eu realmente não sei! Eu posso ser melhor amigo dele, mas muitas vezes eu desisti de entendê-lo, Yunho. E ultimamente ele nem me fala nada direito… — disse Park, se levantando. — Eu vou ir pra minha sala, tenho que organizar a agenda dele para as próximas semanas. Ah, e quando terminar de montar o resto das pastas, mande pro meu escritório, ok?
— Por que é pra mandar pra sua sala e não para a dele? — Jeong perguntou, parecendo confuso.
— Ele não quer ver ninguém, e só autorizou a mim para entrar lá. — respondeu Park.
— Ok… vou tentar terminar o mais rápido possível, ok? Assim deixo as pastas com você logo. — Jeong disse e Park assentiu com a cabeça.
— Ok, bom trabalho e até mais. — disse Park, e assim que Yunho respondeu com um "até", enquanto um Seonghwa um tanto pensativo saía da sala de Jeong, indo para a dele em seguida.
Realmente o comportamento de Mingi havia mudado na última semana, e foi totalmente surpreendente para Seong saber que ele deu carona para Yunho e ainda colocou o garoto para trabalhar logo no último andar, ao invés de deixar ele nos andares abaixo, assim como os funcionários anteriores. Park não sabia o que Mingi sentia, mas era melhor amigo dele, e o conhecia bem demais pra saber, tinha alguma coisa ali, e Mingi não estava contando.
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LOYALTY I • Yungi
FanfictionLivro 1 da saga Loyalty Song Mingi era conhecido como um dos maiores advogados de Seoul. Jeong Yunho era só um recém formado em direito que estava atrás de um lugar para exercer sua profissão. O que era para ser uma relação simples virou a maior con...