LOYALTY I • Yungi

CAPÍTULO 84

Música para o capítulo: There You Are - ZAYN (a música está na playlist da fanfic, vocês podem encontrar o link dela na minha bio)

ps: recomendo que procurem a tradução caso precisem, boa leitura! 

🗝

POV Song Mingi

Mingi se assustou com o som do celular dele, que apitava a cada segundo. Abriu os olhos devagar ao ouvir o toque do celular ficar mais alto, e logo foi sentindo um peso em cima de seu corpo, vendo que Jeong ainda dormia praticamente em cima de si. Com cuidado, ajeitou o pano vermelho no corpo de Jeong e sentiu suas costas doerem por ter dormido no chão. Devia mesmo ter ouvido o Arthur e ter deixado um colchão lá, seria bem mais confortável fazer amor com o Yunho, mas estava tão nervoso com a surpresa que nem se tocou, só se ligou que havia esquecido do colchão agora, depois que acordou com dor nas costas. Só esperava que Jeong não acordasse com tanta dor assim, deixando então ele deitar por cima de seu corpo.

Esticou o braço com cuidado, e então pegou o celular logo ao lado dele, vendo o tanto de notificação que tinha. Desde que Mingi foi à imprensa, milhares de revistas e jornais queriam marcar entrevistas para saber como que o relacionamento dele e de Jeong aconteceu. Bando de curiosos! Obviamente negou todas elas, não queria expor Jeong para aquele mundo de tablóides, pra ter o rosto dele em tudo quanto é meio de comunicação, já que a pessoa pública ali era ele, e não Jeong. Queria mesmo poder dar um jeito de não carregar o de cabelos rosa pra aquele mundo ruim de notícias sensacionalistas, tanto que nem falou delas para ele ou sobre o que estava acontecendo, queria mesmo deixar Jeong fora daquilo justamente para não preocupá-lo.

Abriu a caixa de email que recebia os documentos de importância, e então abriu o primeiro que viu, com o nome do prefeito da cidade. Sabia mesmo que não era boa coisa, já estava sentindo aquilo, já que sabia que a Loyalty estava prestes a falir, eles já tinham perdido o último investidor dias atrás, só não sabia que com aquilo as coisas passariam a andar rápidas demais. 

email ~ 

"Empresário e Advogado, sr. Song Mingi, dono da empresa Loyalty Advogados, venho por meio deste, decretar falência geral…" 

— Amor? O que foi? — Jeong se sentou devagar ao lado dele coçando os olhos assim que Mingi se sentou também, encarando o celular sem saber o que dizer. Realmente não sabia mesmo o que sentir, estava tão confuso, sabia que aquilo aconteceria, não sabia porquê se sentia daquela forma. Estava tremendo, sentia todo seu corpo se arrepiar em calafrios, ao passo que sentia seus olhos arderem pelas lágrimas que brotaram de forma involuntária. Perdeu sua fortuna em um estalar de dedos, achava totalmente injusto aquele mundo fodido, onde deu tudo de si para construí-lo, e na primeira oportunidade, por um motivo tão tolo — pela parte deles — todos pularam do barco. Correram todos como um rio.  Todos estavam lá enquanto ele nadava em mares de dinheiro, vivendo uma vida controlada e mecanizada, disfarçada com as notícias nas quais tanto odiava. Vivia uma vida que não era dele, e ali percebeu o quão as pessoas gostavam apenas da pessoa bem sucedida e influente que ele era. Sempre esteve certo por não confiar em ninguém naquele mundo de negócios, sabia que ninguém estaria ali por ele quando algo assim acontecesse. Exceto por uma pessoa...

— A Loyalty… decretaram falência. — disse baixo, sentindo Jeong pegar o celular e viu ele rapidamente ler o documento. — As pessoas só se importam com o dinheiro, esse é o problema delas. Eu não sei porque somos tão apegados à bens materiais, se um dia vamos morrer e deixar tudo para trás. Abandonaram o barco assim que tudo começou a dar errado, de acordo com a concepção deles, porque eu estou com a consciência limpa, de ter largado todo aquele mundo que só me sufocava, sabe? Acho que estou bravo, não sei… — disse baixo, segurando os próprios cabelos, e logo sentiu Jeong o rodear com os braços. Jeong estava ali com ele. Era por aquilo que havia desistido de tudo. Era por Jeong, pois sabia que nada poderia comprar aquilo, o abraço dele, o carinho dele, a presença dele. Mingi, por sorte, percebeu aquilo cedo, abriu os olhos antes de tudo desmoronar. — Pra você ver como as coisas são, eu estava ganhando dinheiro e tinha o mundo do meu lado, e depois que comecei a perder dele, só tenho você, o Yeosang, o Seong e a Sun-hee. 

— Amor… eu sinto muito. — Jeong disse baixo, apoiando o queixo no ombro do ruivo e Mingi se virou pra ele, sentindo ele o acariciar nas costas. — Eu sinto muito por tudo, eu queria que as coisas corressem de forma diferente e… 

— Amor, eu estou bem, ok? Não precisa sentir muito!  Eu acho que só estou decepcionado e bravo, não por perder a porra daquela empresa, mas por perceber tão tarde o quão sujo aquele mundo é. — Mingi disse, apoiando o queixo nos joelhos, já que abraçava as próprias pernas. — Eu percebi quem está do meu lado de verdade nessas horas. Nem meus apoiadores vieram falar um: ''sinto muito pelo o que aconteceu com a Loyalty'', ou perguntar se podiam ajudar em algo. Eu só estou feliz por ter acertado o fato de confiar em você, no Seong, no Yeosang e na Sun-hee, eu não me arrependo de nada, ok? De nada mesmo. 

— Mesmo? Você sabe que pode contar comigo, não sabe? — Jeong disse e Mingi só se virou pra ele. — Você está bem mesmo?

— Eu sei, meu amor. Fique tranquilo, eu estou bem, ok? — Mingi disse e logo sentiu Jeong o abraçar. E lá estava ele, de braços abertos. No mesmo instante que Jeong passou os braços à volta do corpo de Mingi, o abraçando o mais forte que podia, dando pequenos beijos no ombro dele. Estava à salvo. Jeong era mesmo real, era ele ali, e Mingi realmente não se arrependia de nada que fez pra ter Jeong ali com ele. Era o que havia dito antes, dinheiro nenhum comprava aquilo, dinheiro nenhum comprava amor, dinheiro nenhum compraria felicidade, dinheiro nenhum comprava toda aquela paz e liberdade que sentia quando estava com Jeong. Sabia que agora precisava se esforçar em dobro, daria tudo de si para se dedicar à Yunho, assim como havia prometido ao pai dele. Era tudo por Yunho, o homem que estava ali por ele quando ele estava consertado, e quando ele estava quebrado. Sempre fora por ele.

Sempre foi e sempre será Yunho, o motivo de o fazer lutar. 

— Ei, Yunho. — Mingi chamou a atenção do de cabelos rosa, que no mesmo instante o olhou nos olhos com aquelas orbes escuras mais uma vez, porém não mais naquele escritório. Estavam em seu lar. — Eu te amo. 

FIM.