CAPÍTULO 24

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POV Song Mingi

Depois de Mingi falar para os seus seguranças redobrarem os esforços, imediatamente pegou o celular e ligou para Park. Era sua função protegê-lo também, ele era seu melhor amigo, e sabia que seu pai não iria pensar duas vezes em ir pra cima dele também. Desde que o pai de Mingi se envolveu com a vida do alcoolismo, percebeu que o mesmo não tinha salvação quando começou a fazer bicos sujos para conseguir dinheiro, e dentre esses bicos, estava incluso se envolver com uma das gangues mais perigosas de Seoul, onde provavelmente ele tinha se estabelecido ao longo dos anos. Mingi estava surpreso por ele ainda estar vivo. 

 ~ Chamada On - Seonghwa ~ 

— Seong, chame seus seguranças para entrar em serviço, agora! Proteja você e Yeosang quando forem para Nova York. — disse rapidamente e entrou no avião, percebendo um olhar assustado de Yunho sobre si. Se sentou do lado oposto ao dele. 

📲Seong: Mingi? Como assim? O que está acontecendo? — ele perguntou, aparentemente assustado, e Song colocou o celular de lado. 

— Coloquem o avião no ar agora! — Mingi falou alto em tom forte, e imediatamente viu todos correndo para seus devidos postos. — Meu pai está na cidade de novo, Park. — disse, ouvindo Park fazer um som surpreso do outro lado. 

📲Seong: O que??? Mas ele não estava preso? — ele perguntou, parecendo tão surpreso quanto o próprio Mingi.

— Alguém da gangue deve ter soltado! Só se proteja! Proteja você e o Yeosang, por favor! Eu não posso perder mais ninguém, Seong. Nos vemos em Nova York, ok? — disse e Song ainda podia sentir o olhar assustado de Yunho sobre si. 

📲Seong: Tudo bem, pode deixar. Vou ligar para os seguranças agora, se cuide! — ele disse e desligou a chamada. Mingi colocou celular na mesa do avião virando o corpo pra Jeong.

— Yunho, coloque o cinto, por favor! — disse, vendo o olhar assustado de Jeong enquanto o mesmo se prendia com o cinto de forma desajeitada. 

— Mingi, o que está havendo? Do que estamos fugindo? Me explica, por favor. — ele disse, aparentemente nervoso, encarando Mingi com um rosto confuso.

— Eu não posso contar agora! Mas fique tranquilo, vai ficar tudo sob controle! — disse Mingi, tentando acalmar o garoto, mas percebeu que foi em vão quando viu o mesmo respirou fundo de forma nervosa.

— Como assim não pode contar agora???? Mingi, você acionou toda a porra dos seus seguranças, e ainda ligou pro Seong para se proteger, e me pede pra ficar tranquilo?? Só pode ser brincadeira! — ele disse, largando o corpo na poltrona enquanto soltava uma risada irônica. Sentiram então o avião decolar. Song respirou fundo e fechou os olhos, colando o corpo no encosto do assento novamente. Toda vez era a mesma coisa, Mingi ficava tremendamente enjoado nas decolagens. 

 — Eu vou te contar tudo com calma… mas não agora, ok? — Mingi disse baixo, ainda de olhos fechados e Yunho ficou em silêncio. 

— Você está bem??? — ele perguntou, ao ver Mingi colocar as mãos no rosto e respirar fundo algumas vezes, tentando controlar o enjoo. 

— Só estou um pouco enjoado, não se preocupe. — Mingi respondeu baixo e logo ouviu Jeong abrir a bolsa que ele carregava. Em uns instantes, depois do avião planar no ar,  sentiu o garoto se sentar ao seu lado e se prender com o cinto. 

— Toma. É remédio pra enjôo. — Jeong o alcançou o comprimido e uma garrafa de água. Mingi encarou o garoto, vendo ele dar ombros. — Trouxe só pra prevenir… ainda bem que trouxe. — ele disse e Song pegou o comprimido, colocando o mesmo na boca e o engolindo junto com a água. 

— Obrigado. — apenas disse e secou os lábios, tomando mais um gole de água em seguida, e o acastanhado murmurou um "de nada" baixinho. Mingi tampou a garrafa e voltou a se encostar na poltrona, fechando os olhos novamente e respirando fundo, esperando o enjôo passar. Ficaram em um silêncio um tanto estranho, e então Mingi decidiu contar pelo menos um pouco do que estava acontecendo pra Jeong, sabia que também precisava protegê-lo a partir de agora, mas antes ele precisava saber de tudo, devia isso à ele. — É por conta do meu pai… — disse e abriu os olhos, vendo pelo canto dos olhos Jeong se virar em sua direção.

— Hm? — Jeong perguntou, encarando Song. O ruivo se virou para ele devagar, e o olhou nos olhos. Achava totalmente estranho em como Jeong lhe passava confiança. Mingi pensou ali que Yunho foi a primeira pessoa que entrou na sua empresa, que o fez sentir algo totalmente diferente. Era estranho para Mingi explicar, mas era como se Jeong sempre o passasse confiança, ao mesmo tempo que o deixava calmo e furioso, tudo na mesma hora. Jeong parecia ser uma pessoa totalmente leal e comprometido nas coisas que fazia. Bem, na verdade ele era.

— Você já deve ter lido algo por aí sobre minha família… quer dizer, pelo menos um pouco. — disse Mingi, virando o olhar pra Jeong, vendo o mesmo assentir com a cabeça devagar. — Nem todo mundo sabe a verdade, mas é que, enfim, meu pai realmente faliu a empresa dele, mas o que muitos não sabem, é que ele ficou na miséria depois de falir, e isso tudo aconteceu porque ele se afundou no mundo do álcool. Minha mãe foi embora quando eu era pequeno, minha familia inteira se afastou depois que ele faliu, foram todos embora, e meu pai desde então se afundou cada vez mais na bebida, e acabou perdendo tudo de uma vez, foi despejado e passou a morar na rua. Eu era muito novo na época que isso aconteceu, minha mãe já tinha ido embora, e então a empregada que trabalhava para meu pai, a Sun-hee, acabou me adotando por um tempo, e foi assim que passei a estudar na faculdade. Ela me criou até eu finalmente começar a me estabelecer com o dinheiro de uns bicos que fiz em alguns lugares até terminar a faculdade e começar a investir em uns projetos de uma futura empresa, e quando comecei a ficar bem financeiramente, acolhi ela pra trabalhar comigo novamente, mas ela é mais uma mãe para mim do que uma funcionária. — Mingi deu de ombros. — Enfim, o resto você sabe, como a Loyalty surgiu, e essas coisas, até porque está em todos os jornais! Mas cada vez isso tudo foi crescendo e crescendo, e com isso acabei me tornando uma pessoa pública, e constantemente… o meu pai…— suspirou — ele vem atrás de mim, querendo tomar tudo o que conquistei, porque ele acha que eu roubei tudo dele, que eu roubei a fama dele, o dinheiro dele, e tudo isso. Eu já dei dinheiro pra ele uma vez, muito dinheiro, mas ele torrou tudo e se meteu em confusão com uma gangue por conta de drogas e dívidas. Desde então ele faz serviços sujos para essa gangue pra poder se manter, mas ele queria muito mais dinheiro eu lhe neguei, não daria um centavo à ele caso o mesmo fosse comprar bebida ou o que seja que ele usa, por mais que eu o odeie, não iria ajudar ele a sustentar os próprios vícios. — disse e olhou para os próprios pés. — Ele ficou revoltado com isso, me xingou a beça, mas foi embora, e ele estava sumido por um tempo, acho que estava preso, mas agora voltou pra me atormentar novamente. Viram ele pela cidade com alguns membros dessa gangue que ele está metido, e sabe-se lá o que ele vai fazer por dinheiro. — suspirou baixo. — Meu pai não passa de um viciado, Yunho. Um viciado que quer ferir pessoas próximas a mim pra me atingir. Ele faria qualquer coisa pra sustentar o próprio vício, e se juntar a uma gangue perigosa foi uma delas…. — desabafou Mingi, e então logo sentiu seus ombros mais leves. Merda, achava bom pra caralho soltar tudo aquilo dos pulmões, foi como se soltasse um ar que estava preso ali há muito tempo, o dando liberdade para então respirar, pelo menos por uns segundos. 

Mingi olhou para Yunho e viu que ele o encarava com uma feição indecifrável. Era como se processasse tudo o que estava acontecendo, ou como seu próprio chefe era mais fodido do que aparentava ser, e Mingi não o julgava, era realmente muita coisa. Sentiu que o mesmo precisava pelo menos de um tempo pra assimilar tudo, então Song apenas ficou calado, esperando o tempo dele.


LOYALTY I • YungiOnde histórias criam vida. Descubra agora