2 - Clarividência

36 1 2
                                    


Kelly riu da amiga e perguntou que novo romance era esse, mas Marina estava apreensiva.

– Não enche, Kelly! Você sabe que não consigo amar ninguém além de Felipe. E loiros nem fazem meu tipo!

– Mas fazem o meu! – Kelly sorriu maliciosa – Adoro loiros! Por isso, se não quiser, eu fico com ele!

Marina jogou uma almofada em Kelly e as duas riram muito, mas o clima de tensão pairava no ar.

***

Marina acordou automaticamente às 11:30 da manhã. Seu organismo estava tão acostumado ao horário que sempre despertava faltando alguns minutos para o alarme tocar.

Marina encontrou Lucas assistindo TV com Kelly. Os dois eram amigos inseparáveis, como carne e unha.

Marina caminhou até ele, afagou-lhe os  cabelos e beijou seu rosto. Lucas continuou concentrado na TV, assistindo a um documentário.

A campainha tocou, e Marina foi atender. Quando abriu, ficou estupefata! Bem diante de seus olhos surgiu um belo deus nórdico, de mais de um metro e oitenta de altura, cabelos loiros e lisos, o queixo anguloso, de maxilar forte, destacavam uma boca firme e decidida.

Marina estava embasbacada com a beleza exótica daquele ser à sua frente. Diante do olhar insistente de Marina, o sujeito sorriu encabulado e perguntou.

– Perdão! Esta é a residência da senhorita Karen Varemberg?

Marina se colocou na defensiva. A mais de dez anos não usava esse nome, e se a estavam procurando por ele, só devia ser encrenca do passado.

– Talvez seja... do que se trata? Por que está procurando por ela?

O sujeito abaixou o olhar pra disfarçar uma nota de tristeza, e então falou.

– É particular... e importante. Trago notícias da tia dela.

Marina suspirou enfadada e resolveu acabar logo com aquilo.

– Karen Varemberg sou eu! Me diz logo do que se trata.

O gigante piscou os olhos, incrédulo.

– Karen! É você mesma?? Seu cabelo... Seus olhos...

– É uma longa história! – Karen revirou os olhos com enfado – Mas quem é você, e de onde me conhece?

Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, ele entrou com tudo, a tomou nos braços, e rodopio com ela no ar, como se ela fosse uma garotinha.

Kelly presenciou aquilo tudo abismada, e Lucas sorriu triunfante, dando uma piscadela para a tia.

– É o cabeludo do meu sonho! E abraçou a mamãe, do jeitinho que eu sonhei!!!

***

O gigante colocou Marina no chão, e sorria encantado.

– Karen! É mesmo você? Não posso acreditar!! Cheguei à achar que tivesse morrido!

Marina não conseguia reconhecer o homem à sua frente. Curiosa, resolveu perguntar de uma vez.

– Quem é você, afinal de contas?

– Não está me reconhecendo? – O sujeito exclamou surpreso – Sou eu, Paulo! Seu irmão postiço!!!

Marina olhou admirada, o homem à sua frente. Seu rosto era másculo, e não tinha mais nada de seu doce arcanjo. A única coisa que lembrava um pouco era os cabelos, que agora estavam mais curtos.

– Não acredito! Cara!! – Marina exclamou emocionada – onde foi parar o meu anjinho de antes?

Os dois se abraçaram emocionados. Kelly, que assistia tudo de longe, levou Lucas para a cozinha e deixou os dois a sós.

caleidoscópio 2 - a outra face.Onde histórias criam vida. Descubra agora