5 - A cooperativa

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Na manhã seguinte, Marina acordou cedo e chamou Lucas para explorar a praia e seus arredores. Lucas insistiu para a mãe levá-lo à cooperativa, mas Marina não estava a fim de conhecer um bando de homens mal encarados, que achavam que chamar uma mulher de gostosa era elogio, e convenceu Lucas a adiar a idéia.

Perto da cooperativa, Marina encontrou um pequeno, porém aconchegante hotel, com um ótimo restaurante. Marina almoçou lá com Lucas e aproveitou para perguntar ao gerente se não conhecia uma boa governanta.

O rapaz, muito solícito, respondeu que o hotel tinha ótimas empregadas, mas infelizmente não poderiam abrir mão de nenhuma delas. Marina suspirou desanimada, mas então ele lembrou de algo que deixou Marina animada.

– Conheço uma mulher... se chama Teresa. Ela trabalhava aqui com a gente, e é muito boa no que faz, mas cedeu sua vaga pra uma sobrinha que veio do Nordeste. Pelo que sei, ela está desempregada.

– E como faço pra achar essa tal Teresa? – Marina perguntou ansiosa.

O sorriso do gerente se iluminou por ser útil.

– Um sobrinho dela trabalha na cooperativa. Vá até lá e pergunte pelo pivete. Ele pode te levar até ela.

***

Marina não teve alternativa senão ir até a tal cooperativa. Lucas vibrou de alegria. Chegando lá, Marina encontrou um pescador que vinha chegando com suas redes de pesca, então ela perguntou pelo pivete.

O homem examinou Marina dos pés à cabeça, e com um sorriso indecente, respondeu.

– Ele é um dos rapazes do marujo. Eles devem estar no barco dele a essa hora.

Marina estava apavorada, mas precisava mesmo de uma empregada, e não podia perder essa oportunidade. Engoliu em seco o orgulho e continuou.

– E como faço pra encontrar esse tal marujo?

É só seguir pelo cais, moça. Você vai ver um barco chamado Suzane. É o barco do marujo. O pivete deve estar ajudando na limpeza.

Marina seguiu as instruções do homem

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Marina seguiu as instruções do homem. Cada metro que avançava, Marina tinha vontade de sair correndo. Todos os olhares estavam fixos nela, e os pescadores pareciam querer comê-la com os olhos.

Finalmente achou o barco Suzane, e ficou meio sem jeito, sem saber o que fazer ou dizer, então bateu palmas. Um sujeito assustador e mal-humorado veio atender.

– O que pensa que é isso aqui? Se for testemunha de Jeová é melhor voltar outra hora, que agora estou ocupado.

– Por favor! – Marina perguntou cheia de receio na voz - O senhor é o marujo?

O sujeito encarou Marina de cima a baixo, descaradamente, e sorriu debochado.

– Sim, sou eu! E o que uma belezoca como você quer comigo?

caleidoscópio 2 - a outra face.Onde histórias criam vida. Descubra agora