18 - mãos à obra

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A manhã seguinte foi de correria no escritório. A ausência de Marina durante vários dias, deu a seus inimigos a sensação de que ela estava desatenta, mas se enganaram, pois por trás de sua ausência, sua equipe trabalhava a todo o vapor.

Marina mandou chamar Jean Pierre e Madariága. Quando eles chegaram, ela os reuniu em sua sala e tratou de se atualizar.

- Bom dia senhores! Como sabem, precisei me ausentar por uns dias, espero que não tenham aproveitado minha ausência para tirar férias... senhor Madariága, como sua equipe tem se saído? Vamos começar por Eriberto Vila Real.

- Descobrimos que seu patrimônio é uma fachada. Ele já perdeu quase tudo em dívidas de jogo. Suas dívidas ainda não foram executadas por causa de seu prestígio social, mas se forem executadas, ele estaria hoje mesmo na sarjeta.

- Jean Pierre...

- Acontece que conheço os rapazes responsáveis. Se quiser, te coloco em contato com eles agorra mesmo!

- Peça para calcularem o montante. - Marina tinha um brilho sinistro no olhar - Quero todas as promissórias em minhas mãos. Pago o que for. Ivete, como tem se saído?

Ivete sorriu triunfante, exibindo um fabuloso anel de brilhantes.

- Acho que me saí bem. Ele queria anunciar o noivado na empresa, mas pedi segredo, pois não quero me indispor com minha chefe. É uma pena que ele não ouça meus conselhos... eu peço pra ele se afastar dos jogos, mas ele sempre joga mais...

- Meus parabéns!! - Marina estava impressionada - D'aonde ele tirou esse anel?

- Ele estava num dia de sorte. Confessou que não tem tempo pra um noivado longo, então daqui pro altar é só uma questão de dias.

Marina queria gritar de felicidade, mas se manteve séria, pois queria manter a postura diante de seus subordinados.

- Bem, quanto ao segundo caso, Daniel Vila Real.

Madariága foi o primeiro a Falar.

- Tecnicamente falando, ele não tem nada. Ele anda desviando algum dinheiro da empresa, mas apenas para manter a pose de playboy. Ele não tem inteligência para um grande golpe. A esposa não pode ter filhos, e transformou ele em seu único herdeiro, desde que ele nunca a abandone, e nunca venha trair ela com alguém. Acho que a linhagem dos Vila Real termina nele.

Marina encarou Renata, e ela passou a explicar seus progressos.

- Ontem, além das flores costumeiras, ele me convidou pra jantar. Ainda não decidi se vou aceitar, mas guardei as flores. Cansei de jogar tanta coisa bonita no lixo...

- Ótimo! - Marina se animou - isso dará a ele um pouco de esperança. E você, Jean? O que conseguiu?

- Ah chère! Imagina que estive com Patrícia essa semana, e um passarinho andou contando a ela que o marido está querendo pular a cerca... eu até recomendei um bom detetive pra investigar pra ela...

Pierre sorriu orgulhoso. Marina encarou Madariága.

- E o que temos sobre o Santiago? Conseguiu investigar qualquer um daqueles assuntos que te passei?

Madariága apanhou seus papéis, colocou diante de Marina e começou a explicar.

- Já investigamos tudo daquela época. O que temos em mãos já é o suficiente pra deixar ele bem enrascado, mas descobrimos também algumas coisas estranhas nessa investigação. Gostaria de falar em particular sobre isso com a senhora.

Marina arrumou os papéis sobre a mesa, depois olhando para todos, agradeceu.

- Bem, senhores, obrigada. Vou bonificar a todos por seus esforços. Senhor Madariága, preciso que fique mais um pouco e me deixe a par de suas descobertas.

caleidoscópio 2 - a outra face.Onde histórias criam vida. Descubra agora