20°

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FECHO os olhos quando ele diz as palavras que resumem tudo. Depois do que aconteceu, eu não fui mais a mesma. Passei a ser reservada, deixando de ir a festas. Meu modo de vestir também mudou e por isso não sou igual a Kendall. É hipocrisia minha querer que as pessoas me olhem como olham para ela, no fim das contas.

— Quem? — Sebastian pergunta e eu abro os olhos. — Quem é ele?

Suas mãos se fecham com mais força e ele parece com... raiva. Não de mim, mas do que contei a ele.

— Não... Quando acordei, eu não lembrava... do rosto dele, apenas um nome. Josh. Max não lembra de convidar ninguém com esse nome, então alguém deve tê-lo levado.

Além da raiva, ele parece pertubado; enjoado. Não deveria ter contado. Agora ele vai ser igual a Max. Não sei se posso suportar outro olhar super protetor em cima de mim.

— Não me olhe assim — eu sussurro para ele. — Não... Não tenha pena de mim. Por favor.

Sebastian se aproxima, afastando uma mecha do meu cabelo e segurando meu rosto. A suavidade do seu toque parte meu coração.

— Vou matar quem fez isso com você — ele sussurra de volta e eu balanço a cabeça. Era por isso que eu não queria contar.

— Eu já superei. É verdade que deixou algumas marcas, mas está tudo bem... Não faça isso... Não seja como Max.

Apoio o rosto entre seu pescoço e ombro quando ele me abraça. Deixo ele passar a mão por meu cabelo, percebendo que gosto disso. Gosto dele.

— Acho que agora você não quer transar mais comigo. — digo, tentando quebrar esse clima tenso. Ele se afasta, erguendo meu rosto com o dedo.

— Eu não disse isso.

— Não precisa dizer.

Nem eu mesma sei por quê me sinto chateada com isso. Não devia querer transar com Sebastian, mas se isso, de alguma forma me ajudar... Se eu pelo menos tentar... Ele é a pessoa certa. Ou era, antes de saber de tudo e agora me achar frágil e essas coisas.

— Você não teve culpa. Sabe disso, não é? — seus olhos castanhos estão tão focados em mim, que tudo que posso fazer é assentir, quando na verdade uma parte de mim diz que se eu não tivesse levado aquele cara ao meu quarto... Talvez a culpa tenha sido mesmo mi... — Nem termine esse pensamento. — sua voz é quase brutal.

— Não quero mais falar sobre isso. — Me afasto dele, não suportando seu olhar. Qualquer chance que eu tinha de fazer qualquer coisa com ele, foi por água abaixo.

— Eu disse que ia ajudar você a reconquistar o Hendriks, mas querer transar apenas por causa dele? Isso já não é certo.

— Não é só por causa dele. Eu também quero — talvez tudo não tenha ido por água abaixo, então. Viro-me para Sebastian e digo as palavras que qualquer garoto quer ouvir: — Quero você.

Estamos tão próximos que consigo ver as suas pupilas dilatarem e em seguida suas sobrancelhas se erguem.

— Tem noção do que acabou de dizer? — Sebastian pergunta. Eu tenho, claro que tenho. Pedir isso a ele enquanto as coisas entre mim e Theo ainda não estão resolvidas, me faz ser horrível e ainda mais egoísta.

— Sim... Sim, eu tenho, mas se você não quiser. Se achar...

— Não... Não é nada disso — Sebastian suspira, passando a mão pelo rosto. Quando volta a me encarar, seus olhos se suavizam. — Tudo bem.

Essas palavras me fazem abraçá-lo o mais forte que consigo. Ele retribui, meio surpreso e hesitante, mas não tem outra forma de expressar isso. Sebastian não vai ter nenhuma expectativa e isso me deixa mais calma.

— Pode ser na sua casa? — pergunto ao me afastar, tentando esconder meu sorriso.

— Claro... Meus irmãos vão estar na casa da minha avó e minha mãe vai trabalhar até tarde...

— Ok. Depois da escola então. Vejo você mais tarde.

Beijo sua bochecha e saio praticamente correndo. Não acredito que fiz uma proposta dessa a ele e saí bem sucedida.

~•~

Depois da reunião com o Grêmio, me apresso em ir pra casa. Passei as últimas horas tentando não pensar muito no que está prestes a acontecer. Que eu, Madelaine Price, irei transar com Sebastian Blackwood.

Como o Halloween é na sexta, avisei ao meu pai que não iria para o estágio essa semana, então ele não vai achar estranho quando eu não aparecer.

— Vai sair? — Ouço Laura perguntar. Estou no closet, de roupão, tentando escolher uma roupa.

— Vou à biblioteca — minto. Sempre uso essa mesma desculpa.

Ela não insiste e eu escolho uma saia rodada preta na altura dos joelhos, com um suéter preto de gola alta. Foram umas das roupas que comprei com Sebastian. Como está um pouco frio, pego um casaco depois de terminar de me arrumar e saio de casa.

Vou de ônibus de novo e tento não ficar nervosa. Meu cabelo está com os cachos volumosos e soltos. Passei um pouco de batom, mas não muito. Não quero que pareça que me arrumei toda para ele.

Quando chego na sua casa, bato na porta três vezes e escondo as mãos nos bolsos do casaco. Mordo o lábio enquanto espero. Eu devia mesmo fazer isso? Estou fazendo isso pela minha relação com Theo. Na minha cabeça, se eu conseguir transar com Sebastian, então com Theo também posso. Fácil...

A porta é aberta.

— Oi — digo a Sebastian, tentando parecer casual. Ele não esconde a surpresa ao me ver. Talvez eu tenha exagerado.

— Oi... Você está linda — depois de dizer as palavras que fazem meu rosto corar e meu coração palpitar de forma descontrolada, Sebastian estende a mão para mim. Aceito.

Seus dedos se entrelaçam nos meus e ele fecha a porta, me guiando para dentro da casa. Seus irmãos não estão mesmo e não vejo sinal de sua mãe quando subimos para o seu quarto.

— Eu estava agora mesmo fazendo uns deveres atrasados de Geometria. Achei que podia me ajudar e depois nós... Seguimos com os planos.

Entramos no seu quarto. Segunda vez aqui em uma semana...

— Tudo bem pra você? — talvez ele também esteja nervoso e queira nos distrair. Confesso que esperava mesmo que fôssemos logo ao que interessa, mas...

— Tudo bem.

Nada melhor do que fazer dever de Geometria antes do sexo.




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Gᴀʀᴏᴛᴀ Mɪᴍᴀᴅᴀ-Sᴀɴ Fʀᴀɴᴄɪsᴄᴏ||Vᴏʟ2 Dᴀ Tʀɪʟᴏɢɪᴀ Gᴀʀᴏᴛᴀ MɪᴍᴀᴅᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora