Gᴀʀᴏᴛᴀ Mɪᴍᴀᴅᴀ-Sᴀɴ Fʀᴀɴᴄɪsᴄᴏ||Vᴏʟ2 Dᴀ Tʀɪʟᴏɢɪᴀ Gᴀʀᴏᴛᴀ Mɪᴍᴀᴅᴀ

52°

MEU ano novo não foi nada especial. Passamos na casa dos Hendriks, sem a presença do pai de Theo, é claro. Ele e eu  estamos bem. Mas eu não estou totalmente segura disso, então pedi que ele me levasse para escola hoje, já que as férias de fim de ano acabaram, uma semana depois daquela festa.

Deixei Laura fazer tranças boxeadoras em meu cabelo e conversamos sobre ela e seu novo namorado (que ela finalmente me contou quem era). Estou feliz por Laura e não sei o que será de mim quando ela for embora. Ela prometeu que só irá quando eu for para faculdade, o que é em breve, mas também prometeu manter contato e Laura  querendo ou não, é da família.

Theo estaciona na frente da minha casa e eu entro em seu carro.

— Bom dia! — Sorrio, tentando parecer animada.

— Bom dia... — Theo franze as sobrancelhas, mas sorri um pouco.

— Parece que estou forçando muito, não é? — Ele nem precisava confirmar, pois sei que estou. — Eu só queria que não ficasse esse clima chato entre a gente.

— Não tem clima, Made. Está tudo bem — ele garante, dando partida no carro. Ajeito meu vestido, respirando fundo.

— Mesmo? É que...

— Madelaine. — Sua voz me faz levantar os olhos — Está tudo bem. Confia em mim. — Não tem mágoa em seu olhar, apenas a pura sinceridade.

Ele quebra o contato para olhar para a pista.

— Certo. — Relaxo meus ombros, suspirando de alívio.

— Quer conversar?

— Você já sabe... Sebastian e eu terminamos. Ele me traiu com Kendall... Nada de novo. — Dou de ombros, me fazendo de indiferente, quando na verdade sinto uma dor no peito.

— Mas como você está se sentindo sobre isso?

— Não se preocupe, já voltei para terapia — eu murmuro, olhando pela janela.

Não é mentira. Depois de tudo o que aconteceu nos últimos meses, eu resolvi voltar a fazer terapia. Tenho mania de guardar tudo para mim, não me sentindo a vontade para desabafar com Laura, meus pais, meu irmão, Déborah ou até mesmo Sebastian e Theodore. Não é porque não confio neles, mas porque não quero incomodar. Então pedi para minha mãe marcar uma consulta com minha antiga psicóloga.

— Isso é muito bom — Theo diz por fim.

~•~

Na escola, as pessoas estão mais alertas que o normal, murmurando. Com certeza deve ser alguma fofoca, pois o que mais tem no ensino médio é isso.

— O que está acontecendo? — pergunto ao bando e a Déborah. Theo já se despediu e foi falar com seu próprio grupo.

— Nada demais. E você, como está? — Turner pergunta. Parece meio afobado também.

— Bem... Onde está Sebastian? — Porque ele não está entre eles. Eu sei que não deveria me importar tanto, mas...

— Kendall está grávida — Déborah diz de repente. E todos nós olhamos para ela. — Você ia saber de qualquer jeito.

Kendall está grávida. Kendall está grávida.

— E Sebastian é o pai. — minha amiga termina de esclarecer.

— Déborah! — Carson a repreende, como se já tivessem combinado de não contar nada.

— Desculpa. — Déborah encolhe os ombros e eu quase penso em dizer que ela não precisa se desculpar.