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MEU punho irradia dor. Nunca soquei alguém na minha vida. Às vezes Max e eu brigamos, mas isso... Que inferno!

— Argh! — Seguro meu punho, me arrependendo profundamente, ao mesmo tempo que foi bem merecido.

— Você nunca bateu em alguém na vida? — Sebastian está agora tentando alcançar meu punho, parecendo inabalado pelo soco.

— Ninguém nunca foi babaca o suficiente ao ponto de merecer! — grito para ele, que me ignora, pegando meu punho. Bom, ele tenta, Theodore segura o braço dele.

— Não encoste nela. — Nunca vi Theo falar desse jeito... Tão frio e ameaçador.

— Não encoste em mim. — Também não tinha reparado que Sebastian é mais alto que Theo e agora parece a morte encarnada.

— Se machucá-la...

— Por que acha que eu faria isso? — Sebastian se solta com um movimento brusco, praticamente rosnando na cara de Theo.

— Acabou de apagar um homem. Madelaine não daria muito trabalho — a coisa errada a dizer, percebo, quando Sebastian segura Theo pela gola da camisa.

— Olha aqui, seu mauricinho de merda, eu nunca machucaria a Madelaine ou qualquer outra mulher, então cuidado com o que fala ou vou fazer você engolir os próprios dentes.

Theo não mostra nenhum medo quando Sebastian o solta, apenas arruma a camisa e me encara.

— Foi por isso que você me trocou? — um riso de escárnio e Sebastian avança para cima dele. Entro no meio, ficando de costas para Theo.

— Olhe para mim — peço. Sinto como se estivesse falando com um cão raivoso. Ele não olha. — Seu imbecil, pode me ouvir pelo menos uma vez?

Ele olha e por um segundo, vejo a diversão em seus olhos.

— Pare de agir como um cão marcando território e vamos embora. — Eu não sabia que podia ser tão fria também, mas os ombros de Sebastian relaxam um pouco.

— Chamá-lo assim é um insulto aos cães — Theo murmura atrás de mim e Sebastian dá um passo, eu pressiono minha mão boa em seu peito e viro para Theo.

— E você, pare de ser esse idiota do qual você resolveu se fantasiar essa noite ou vou deixá-lo — aponto com a cabeça para Sebastian — cumprir a promessa de lhe fazer engolir os próprios dentes.

Surpresa e mágoa dançam em seus olhos, mas ele dá um passo para trás, erguendo as mãos.

— Não gosto mesmo dos restos de ninguém. — filho da mãe...

Sebastian avança, mas eu espalmo as mãos em seu peito, meu punho reclamando de dor.

— Vamos embora. Ou eu juro nunca mais falar com você em toda minha vida — uma ameaça idiota, admito, mas ele recua. Uma parte irracional de mim se alegra com isso.

Entrelaço nossas mãos e puxo ele pela multidão, desviando daqueles dançando feito loucos. Eu poderia estar entre eles se não tivesse subido para aquele maldito quarto.

Eu ferrei tudo mais uma vez.



Do lado de fora não tem tantas pessoas assim e facilmente acho o carro de Max, mas sem sinal do mesmo ou o resto do bando. Prefiro não imaginar o que estão fazendo ou o que o meu irmão faria com Sebastian e Theodore. Melhor ainda, o que ele fará quando souber dessa briga, pois não tenho dúvida que segunda-feira será um dos assuntos mais comentados na escola.

Gᴀʀᴏᴛᴀ Mɪᴍᴀᴅᴀ-Sᴀɴ Fʀᴀɴᴄɪsᴄᴏ||Vᴏʟ2 Dᴀ Tʀɪʟᴏɢɪᴀ Gᴀʀᴏᴛᴀ MɪᴍᴀᴅᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora