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LAURA dormiu aconchegada a mim. Ela me convenceu a comer pelo menos um sanduíche e tomar banho. Então, depois me cobriu e deitou comigo. Não contei nada a ela sobre o beijo e por quê eu estava assim, mas ela ficou ao meu lado.

Quando acordo, Laura já foi. Faço a minha rotina matinal de sempre e fico pensando no que devo vestir. Ainda tenho que seguir com o plano? Ainda posso pensar em ficar com Theo depois de beijar Sebastian? O que isso faz de mim?

— Bom dia, menina — Laura entra no quarto. Sorrio para ela, ainda enrolada no roupão.

— Bom dia. — Um olhar para ela é o suficiente para não mencionar ontem a noite.

— Já decidiu o que vai vestir? — Laura vai para o closet e eu a sigo.

— Estava pensando nisso.

Na verdade eu estava pensando em Sebastian também. No nosso beijo. Ontem eu estava uma pilha de nervos para pensar nisso, mas... Mas eu gostei... do beijo... De beijá-lo... O que isso quer dizer? Eu não sei.

Laura me ajuda a escolher uma roupa. Optei por uma calça jeans rasgada e uma blusa branca florida. Ambas foram Sebastian que escolheu quando fizemos compras. O plano de reconquistar Theodore pode ter ido por água abaixo, mas gostei de como me senti ontem.

Laura faz uma trança lateral em meu cabelo e eu desço para tomar café.

— Bom dia, família. — Tento sorrir. Não quero que eles se preocupem comigo.

— Bom dia, gatinha. — Meu pai sorri para mim. — Está tudo bem...? Você não desceu para o jantar ontem.

— Laura disse que não estava se sentindo bem — minha mãe intervém, impaciente parece.

Certo, eu os deixei preocupados. Que maravilha, Madelaine.

— Foi só uma dor de cabeça idiota. Fiquei lendo livros por tempo demais. — Dou de ombros e pego uma maçã.

Meus pais não insistem no assunto, sabem que me pressionar não é uma boa ideia, mas o olhar que minha mãe me deu diz o suficiente que se eu não contar pra ela que raios está acontecendo, ela irá quebrar todas as regras que estabelecemos.

Depois de terminar o café e escovar os dentes, pego minha mochila e espero na porta para ver quem vai me levar. Tem dias que Max está de bom humor e me leva com ele. Tem dias que vou com meu pai e tem dias que vou com minha mãe, o que é muito raro já que ela dirige devagar. Geralmente vou com ela quando não quero ir para escola e vejo sua demora como uma fulga.

— Madelaine.

Suspiro ao ouvir a voz do meu irmão. Ou melhor, o tom da voz.

— Maximilian. — Encaro seus olhos castanhos como os meus. Ele está mais uma vez com aquela postura. Postura de guerra, como apelidei. Braços cruzados, pés separados e rosto sério.

— Que porra está acontecendo? — não me espanto com sua boca suja, apenas suspiro.

— Está acontecendo muitas coisas. O lançamento do livro que estava muito ansiosa para ler, foi cancelado. Tenho em mente que as várias petições que assinei para ressuscitarem o Tony Stark, é em vão. Descobri que...

— O que está acontecendo com você — Max diz entre dentes, já perdendo a paciência.

— Não aconteceu nada e eu já falei para não se...

— Você é minha irmã, eu tenho todo o direito de me intrometer na porra da sua vida quando você parece estar prestes a desmoronar!

Eu recuo. Max nunca grita comigo assim. Porque ele gritou, talvez até mesmo nossos pais tenham ouvido.

Gᴀʀᴏᴛᴀ Mɪᴍᴀᴅᴀ-Sᴀɴ Fʀᴀɴᴄɪsᴄᴏ||Vᴏʟ2 Dᴀ Tʀɪʟᴏɢɪᴀ Gᴀʀᴏᴛᴀ MɪᴍᴀᴅᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora