10°

1.5K 186 111
                                    

— UAU, você está muito gata, M&M's. — Wesley pisca para mim e tudo que consigo fazer é sorrir.

Parece que esse negócio de roupa funciona mesmo já que todos que esbarrei, disse o quanto eu estava bonita hoje. Concluí que nos dias normais não sou tão bonita assim, então.

Ainda não vi Theodore. Não sei se quero vê-lo mais. Todas aquelas questões estão pairando em minha mente. Graças a Deus não vi Kendall também... E se eles chegarem juntos? Não sei se posso lidar com isso.

— Bom dia, Medellín. — Pelo canto do olho vejo Sebastian se apoia ao armário ao lado do meu, cruzando os braços.

— Bom dia — murmuro. Estou de cabeça baixa encarando minhas botas novas. Não sei se meu irmão e os outros estão vendo essa aproximação de Sebastian.

— O que houve? Achei que estaria mais animada. — Sebastian me dá uma cotovelada de leve. Eu o encaro.

— Me sinto insegura — confesso a ele. Não tive tempo de falar com Laura e no momento esse garoto ao meu lado é o único que posso desabafar.

— Lembra do segundo passo? — Anuo. — Ser confiante. Precisa mostrar a ele que sabe o que quer. Você quer ele, mas não vai deixá-lo magoá-la, então tome o controle.

— Como faço isso? — Essas coisas são muito complicadas para mim. Quando Theo e eu namorávamos, as coisas apenas... fluíam. Nunca tentei conquistá-lo de verdade ou chamar sua atenção.

— Fale sobre Kendall com ele. Não espere ele perguntar, pergunte você mesma. Ponha as cartas na mesa. Ele não é burro e se rolou alguma coisa entre os dois, vai te pedir desculpas e você vai fazer a difícil.

— Vou? — Eu nem mesmo sei se realmente quero pensar mais na possibilidade de ele e Kendall...

— Vai. Vai dizer que sente que não pode mais confiar nele. Que está profundamente magoada.

— Isso é verdade...

— Então, ele vai tentar reconquistar sua confiança enquanto você secretamente tenta reconquistar o amor dele — Sebastian fala tudo como se fosse o plano do ano. Sua empolgação chega a ser motivadora.

— Já pensou em ser conselheiro amoroso? — Arqueio a sobrancelha. Ele ri.

— Sim. Estou me lançando no mercado.

Nós dois rimos e o sinal finalmente bate. Aceno para Sebastian e vou para a sala. Max e eu temos aula de geografia juntos, então ele me acompanha.

— O que foi aquilo? — meu irmão pergunta.

— Aquilo o quê? — Sento-me na primeira cadeira da terceira fileira.

— Você e o Blackwood, claro.

Encaro meu irmão e vejo que está com os braços cruzados por debaixo da jaqueta do time.

— O que é que tem? — Franzo as sobrancelhas sem entender. Nós estávamos apenas conversando...

— Vocês estavam rindo! Pareciam amigos, sendo que ele sempre implica com você. Quando essa amizade aconteceu? — Max me olha desconfiado como mais cedo.

— Ai, Max, nada aconteceu... Só... Só não achei justo mantê-lo afastado quando sou amiga de todos os outros. — Não vou contar ao meu irmão sobre nosso "acordo".

— Ele está sempre implicando com você, Madelaine. Como é possível essa amizade? — Max continua insistindo e eu reviro os olhos.

— Do mesmo jeito que é possível eu ser sua irmã, Maximilian! — disparo irritada. Eu sou uma pessoa pacífica, mas ele me irrita.

— Não me chame de Maximilian! — E ainda tem essa. Maximilian é seu nome, mas ele vive rejeitando.

— Não tente cuidar da minha vida! — digo entre dentes.

Ficamos nos encarando. Ele sabe que está errado. Não tem o direito de se meter na minha vida só porque é meu irmão! Já discutimos sobre esse comportamento dele.

— Bom dia, queridos alunos! — A professora entra na sala e nós dois olhamos para ela.

— Bom dia. — Forço um sorriso. Volto a encarar Max.

— Isso não acabou aqui. — Depois disso, ele sai.

~•~

Sempre sou a última a sair da sala e hoje não é diferente. Gosto de arrumar minhas coisas tranquilamente. Minha mãe diz que a pressa nunca ajudou ninguém e ela está certa. Sempre que faço algo com pressa, acaba dando errado. Então arrumo minhas coisas com calma para não esquecer um livro ou um simples lápis.

Quando já estou com a mochila nas costas e já conferi se deixei algo para trás, viro-me para porta e congelo ao ver quem me aguarda. Está usando as mesmas coisas de sempre: calça jeans e suéter delineando seus braços.

— Oi. — Theodore sorri para mim e meu peito aquece. Eu ainda gosto dele.

— Oi. — Os conselhos de Sebastian passam por minha cabeça e me concentro em parecer decidida quando na verdade quero roer minhas unhas.

— Você está bonita. — Theo não disfarça quando olha para minhas pernas por breves segundos e depois vai subindo lentamente. Ele nunca me olhou assim antes. Sempre com carinho, nunca com... desejo?

— Obrigada. — Dou de ombros, fazendo pouco caso do comentário. Não me permito corar com o calor que senti.

— Acho... Nós precisamos conversar. — Theo põe as mãos nos bolsos e caminha até mim. Me apoio na mesa e cruzo os braços. Mantenho o queixo erguido.

— Você deixou bem claro as coisas entre nós... — Arqueio a sobrancelha. Ele abre a boca para dizer algo, mas eu interrompo. — E depois de você e Kendall...

— É por isso que quero falar com você — Theo põe as mãos em minha cintura, me calando com a surpresa. — Kendall e eu não temos nada. Não aconteceu absolutamente nada entre nós. Ela me contou que esteve lá, mas ainda estava magoado para ir atrás de você.

Conheço Theo a minha vida toda e ele raramente mentiu para mim e quando fez, eu sabia. Como sei que está falando a verdade agora.

Precisa se fazer de difícil

— Não sei se posso confiar mais em você. Nós brigamos e você vai correndo para Kendall? — Deixo minha mágoa transparecer. Não é fingimento.

— Não brigamos. Eu terminei com voc — apesar de verdade, as palavras são como pedras arremessadas em mim.

— Claro... — Desvio dos seus olhos e tento ao máximo não perder a postura.

— Made... Se... Se você quiser, podemos começar de novo — Theodore envolve meu rosto com a mão. Lhe encaro. — Não deveria ter pressionado você aquele dia... Desculpe.

— Está tudo bem. — Na verdade não está tão bem assim. Odeio mesmo ser pressionada. Mas ele, que não deveria, mas está tentando, então posso fazer isso também. — Vamos começar de novo.

— Não apenas começar de novo. Vamos começar do zero. — Ele me puxa para perto e seu polegar acaricia minha bochecha.

— Do zero? — Ergo as sobrancelhas. Theodore me surpreende ao me dar um breve beijo nos meus lábios.

— Lembra do nosso primeiro beijo? — Nós dois sorrimos.

Foi na casa de campo da família dele, tínhamos treze anos, um pouco antes de começarmos a namorar. Sempre preferi ficar na companhia dele nas festas porque ele era calmo. Nesse dia estávamos na casa de campo da família dele para comemorar seu aniversário e tinha muitas pessoas, me senti sufocada. Então, Theo me levou para uma caminhada e paramos embaixo de uma árvore. E aconteceu. Foi nosso primeiro beijo e o meu primeiro beijo.

— Meus pais planejam ir para lá esse fim de semana... Você quer ir?



~•~
Votem
Comentem
Compartilhem
E me sigam aqui e no Instagram
Meu perfil: autora.stella
2bjs, môres♥


Gᴀʀᴏᴛᴀ Mɪᴍᴀᴅᴀ-Sᴀɴ Fʀᴀɴᴄɪsᴄᴏ||Vᴏʟ2 Dᴀ Tʀɪʟᴏɢɪᴀ Gᴀʀᴏᴛᴀ MɪᴍᴀᴅᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora