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TOMEI um banho antes, já que o cheiro de tinta ficou em mim, mesmo eu tendo passado apenas cinco minutos no sótão. Deixei o suéter de lado, usando uma camisa larga e saia jeans.

Deixei um bilhete na geladeira e um SMS para os meus pais, por precaução. Depois saio.

Vou de ônibus, como sempre. Eu evito mesmo dirigir, mesmo sabendo. Evito principalmente a noite. Tenho medo de ter uma crise, por conta do nervosismo e da claustrofobia.

Estou olhando pela janela, como costumo fazer, quando vejo um casal. Quer dizer, parece muito um casal. O jeito como Theodore passa o braço pelos ombros de Kendall e ela beija a bochecha dele, ambos olhando para o celular, provavelmente tirando foto, mas... Parecem um casal.

Ele disse que tinha um compromisso... Era isso...?

Não vou pensar nisso.
Não vou pensar nisso.
Não vou pensar nisso.
Não vou pensar nisso.
Não vou pensar nisso.
Não vou pensar nisso.
Não vou pensar nisso.
Não vou pensar nisso.
Não vou pensar nisso.
Não vou pensar nisso.
Não vou pensar nisso.
Não vou pensar nisso.
Não vou pensar nisso.
Não vou pensar nisso.
Não vou pensar nisso.
Não vou pensar nisso.

Desse jeito, bloqueio Theodore e Kendall, não sentindo nenhum remorso por estar indo ver Sebastian.

Quando desço no ponto de ônibus, passo por uma padaria no caminho para a casa de Sebastian e compro doces: pirulitos de vários tipos, assim como as balas de mascar, doces Fine e uma torta de maçã.

Quando chego na sua casa, toco a campainha e preciso olhar para baixo para ver a figura vestida de fada quando a porta é aberta.

— Oi, Fadinha. — Sorrio para Safira, me abaixando para ficar da sua altura.

— Oi, Fada! Que bom que você veio! — Deus bracinhos pequenos envolvem meu pescoço e eu retribuo o abraço.

— Também senti saudade. — Ela é tão pequena que dá vontade de colocar em um pote. — Trouxe uma coisa para você.

— O quê? — Seus olhos azuis brilham quando lhe entrego a sacola com doces.

— Coma com moderação, está bem? — Pisco para ela, que me dá um beijo na bochecha.

— Obrigada, Fada! — Safira sai correndo para dentro da casa. Eu me levanto, entrando na casa também e fechando a porta, no momento em que Sebastian desce as escadas.

— Torta de maçã. — Ergo a torta para ele, que semicerra os olhos

— É a minha preferida.

— Eu sei.

Quando ele ergue as sobrancelhas, eu dou de ombros.

— Também conheço você mais do que imagina. — A verdade é que sempre que minha mãe faz torta de maçã, ele come mais que os outros.

— Obrigado. — Uma vermelhidão surge em seu pescoço e orelhas. Ele também se lembrou disso.

Sebastian envolve minha cintura com seu braço e me beija, como se eu já tivesse vindo na sua casa várias vezes e ele sempre me cumprimentou com um beijo.

— Então vocês namoram?

Nós dois viramos para Safira, nos encarando de olhos arregalados. Que ótimo. É a segunda vez que somos flagrados pelos irmãos de Sebastian.

— Hã... Não... É coisa de amigos — o irmão dela responde. Safira parece considerar a resposta, então ela sorri.

— Jack e eu somos amigos. Também posso beijar ele na boca?

Gᴀʀᴏᴛᴀ Mɪᴍᴀᴅᴀ-Sᴀɴ Fʀᴀɴᴄɪsᴄᴏ||Vᴏʟ2 Dᴀ Tʀɪʟᴏɢɪᴀ Gᴀʀᴏᴛᴀ MɪᴍᴀᴅᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora