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 Eu dirigia, pedi para que Yoongi fosse no banco de trás, para que por precaução, quem seja lá que esteja me esperando pense que eu vi sozinha. Continuava nervosa, sentia que alguém apertava meu coração toda vez que o GPS dizia que estávamos mais perto do destino.

— Chegamos — disse mais para mim, do que para o Yoongi — tem um carro alí, vou até lá.

Olhei para trás, querendo encarar meu amigo, o mesmo apenas abriu a boca insinuando que iria dizer algo, porém, não disse nada no fim. Por vencida desci do carro, olhando em volta: eu não sabia que havia lugares não asfaltados em Busan, parecia um lugar que não chegava a ser abandonado, porém quem morava por perto, aparentava ter uma vida difícil e miserável. A única fonte de iluminação que havia ali, era o farol de dois carros que estavam um pouco à minha frente. Ao chegar perto o suficiente, consegui ver dois homens, e sem chegar perto, em uma distância razoável, parei, encarando-os.

O homem, que para um traficante, usava terno e se destacava no meio dos demais, deu um passo à frente.

— Para quem estava tentando me intimidar pelo celular, você me parece bem quietinha agora — permaneci calada e dei sutilmente um passo para trás — Como posso saber se é mesmo filha de John Lins?

— Você queria que eu trouxesse um documento de identificação com foto ou o que?!

— Agora sim — ele riu — Garota, você tem muita coragem, sabia? — deu um passo à frente, mas dessa vez eu não recuei — Uma garotinha e caras armados, como pode se garantir tanto?

— Eu sei me cuidar, pelo visto você não, precisou trazer seus amigos — sorri — mas não precisa de mim, eu trouxe algo melhor.

— Acho difícil, mas você até que é interessante, prossiga.

— Preciso saber se Jungkook está vivo ainda — disse com indiferença — caso o contrário, não pegarei os documentos no carro.

— documentos?! quero realmente saber do que você está falando. Mas — se aproximou mais ainda — O que quer fazer com o sobrinho do Jeon?! Se seu querido pai tem dívidas com ele, estamos cuidado do garoto muito bem, não precisa sujar as mãos.

Meu sangue ferveu, e na mesma hora, Yoongi desceu do carro, vindo ao nosso encontro, a aproximação do homem de terno deve ter feito o idiota do meu amigo ter essa atitude, combinamos que ele ficaria no carro. Como um reflexo, os capangas do homem o qual eu não sabia ainda, destravam suas armas, apontando para meu amigo, que não fez questão de se intimidar, nem de parar de andar. Sem pensar muito, apenas saquei a pequena arma que havia escondido na jaqueta e apontei diretamente para o senhor à minha frente.

— Não íamos conversar? — falei, tentei não tremer, mas eu não sabia. nem destrava aquilo — o que eles estão fazendo? — me referi aos caras encostados no carro.

— E você não tinha vindo sozinha? — disse o traficante à minha frente, fazendo um sinal para que seus acompanhantes baixassem a guarda.

— Se encostar nela — foi a primeira frase de Yoongi assim que chegou ao nosso encontro

— pensei que sabia se cuidar — o cara riu

— Yoongi! — encarei meu amigo

— Eu não tenho o dia todo — o cara de terno disse olhando para trás, tragam o Jeon aqui.

Dois homens atrás do mesmo se curvaram, e saíram, respirei fundo, intercalando meu olhar entre o mais velho ali e meu amigo ao meu lado.

— Sabe, os traficantes tem que se unir — colocou a mão no peito, encenando uma falsa emoção, sendo encarando por Yoongi e por mim — estou ajudando com o que ele fez com o seu pai, e pelo fato dele ter sujado o sobrenome Jeon— A gente não é tão mal, viu?... tem uns que não se conformam sobre seu pai ser o maior — fez um pausa — eu particularmente não ligo, continuo ganhando muito e fazendo o que quero — riu, abaixando a cabeça, para ficar da minha altura — diga a Lins, que o garoto terá uma morte lenta.

My Mistake - JK (Duologia) Onde histórias criam vida. Descubra agora