Era uma grande, enorme e gigantesca merda.
O casamento é em dez minutos e Diana só apareceu agora e completamente descabelada, sendo que ela seria a madrinha.
Eu não estou feliz em me casar mas sei que é um momento único na vida e se for para me casar a força que seja bonito.
A criada que arrumava as madrinhas quase teve um infarto ao ver o estado de Diana.
Enfim, o vestido era bonito, com certeza melhor do que qualquer outro que eu conseguiria pagar se não tivesse assumido o papel de Cordelia.
Estava tudo pronto, apenas esperando Diana terminar de se arrumar e a música começar.
Meu coração estava acelerado e minhas mãos grudentas de suor, era uma sensação estranha saber que vou me casar.
Eu estava no canto do enorme cômodo quando a governanta se aproximou de mim obviamente enfurecida, mas contendo as emoções a cada passo que se aproximava.
-Quer entrar com quem, princesa?
-Como?
-Quem vai te acompanhar ao altar?
-Não sei, não posso ir sozinha?
-Ok.
Ela saiu andando e a música começou a tocar.
De algum jeito consegui ficar de pé e observei quando cada madrinha (Diana, Ruby e Josie) se encontravam com os padrinhos que as esperavam a porta (Jerry, Moody e Cole).
A qualquer segundo.
Antes de Jerry levar Diana junto dos outros ele veio até mim com uma caixinha.
-Seu presente de casamento adiantado. -deu a mim e saiu rapidamente com Diana.
Não sabia porque um presente, Diana já tinha dito que a amizade dela era presente suficiente para mim.
Abri a caixinha preta aveludada e vi um colar de coração de ouro branco e detalhado com cobre rosê, era realmente lindo.
Antes que a governanta percebesse coloquei o cordão no pescoço, ela diria que era muito simples para o meu casamento e que se eu quisesse colocar um colar seria melhor algo maior.
Era um detalhe simples e bonito, que me lembrou minha antiga vida, mais especificamente no último natal que comprei o presente de meu pai.
Não tinha nada haver com aquele momento, mas a sensação foi a mesma.
Era só passar por aquela última porta de vidro e estaria o tapete até o altar, ate o príncipe.
Era agora.
Dois guardas abriram a porta e sorriram para mim solitariamente, era de conhecimento público que o casamento não era de minha escolha.
Os convidados, cuja a maioria eu conhecia apenas de vista, se levantaram e seus olhares foram a mim.
Me avaliando como uma vaca indo ao abatedouro, supondo os valores do que eu usava e do que eu poderia ser um dia. Porque esse era o motivo de uma festa de casamento, mostrar aos outros o que você pode pagar em uma pequena comemoração. Não mostrar a sua felicidade, um lampejo do seu futuro, se não casamentos arranjados nunca existiriam.
Meu sapato afundava na grama, quase me fazendo cair, mas me consentrei no peso extra em meu pescoço e o movimento que o pingente fazia a cada passo cambaleante que eu errava.
Mas então chegou o tapete, 10 metros.
5 metros.
3 metros.
2 metros.
15 centímetros.
Gilbert me ajudou a subir no pequeno degrau que dava no altar, mesmo que eu não precisasse da ajuda imaginei que seria bonito de se ver para o público.
Ele sorria. Sorria.
Olhando para o meu vestido, sapatos, cabelo e pescoço. Aquilo tudo era falso, o vestido não era para ser meu, os sapatos não seriam meus, o cabelo era carvão. Menos o colar, se o presente era de Diana e Jerry então era para mim, Anne.
Saí dos meus pensamentos assim que escutei a palavra beijar e noiva saido da boca do padre.
Eu era a noiva.
Gilbert tocou minha bochecha e passou o polegar na maçã do meu rosto, me inclinei ao toque, e então ele me beijou.
Nada simples de mais para desagradar e nada extravagante de mais para impressionar a plateia.
Porque era aquilo que faziamos, atuavamos na corte para agradar outros países.
Houveram gritos de comemoração, pessoas que acreditavam na alianaça franco escocesa, e não que seríamos felizes casados.
Mesmo com esses pensamentos sorri inconcientemente, era tudo verdade, mas eu estava feliz.
-E agora? -pergunto enquanto Gilbert me guiava sob o tapete.
-Vamos para a festa. -respondeu sorrindo abertamente.
Fomos os primeirosa entrar no salão do trono, onde aconteceria a festa pelo o que Gilbert me contou no caminho, estava bonitinho, a bandeira da França e Escocia costuradas em várias bandeirolas no teto.
Não sabia que aconteceria uma festa, se não teria feito algo para parecer que tinha algo haver com meu casamento, e não a comemoração de um contrato como parecia. Prissy deve ter se prontificado de que eu não ficasse sabendo.
Mas poderia estar pior.
-Em uma hora vocês podem sair. -disse Prissy como cumprimento, acompanhada de Josie- Tomara que o casamento de vocês seja bom. -apertou minha mão e sorriu para Gilbert logo depois saido.
-Sair para onde, Gilbert? -pergunto me virando para ele.
-Não vai querer saber. -disse sem me olhar.
-Gilbert. -incisto.
-Pode me chamar de Gil. Todos me chamam assim. Agora que estamos casados não tem problema. -ele disse sorrindo um pouco, agora me olhando.
Semicerrei os olhos para ele e saí o deixando só.
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A Falsa Prometida - Shirbert
Fanfiction+13 (gatilho estupro, ansiedade, suicídio e auto mutilação) Ela assumirá o nome de um tirana poderosa e se casará por obrigação. Ele precisa decidir se vale amar alguém com um passado tão cruel. "Me chame de Cordelia" Início: 14/12/20 Fim: