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Gilbert e eu quase não dormirmos na última semana, tínhamos apenas uma semana e meia para encontrarmos Delph e voltar para a Escócia a partir de hoje, mesmo com o dia acabando estávamos a sua procura, Jerry continuou a ser o mensageiro sem descanso desde o primeiro dia, mas parecia que nenhum de nós conseguiu nenhum tipo de avanço considerável, além do depoimento de um fazendeiro que encontrou a carroça perdida na divisa entre a floresta e seu campo.

Na caçamba havia o livro de Delphine, mostrando que a teoria quase óbvia que seus sequestradores haviam realmente roubado a carroça. Tirando isso ninguém encontrou nenhum rastro deles. Hoje quase todos do clã estavam na floresta a procura da minha pequena.

Eu não fui com eles pois achei que seria de melhor uso do meu tempo se procurasse pistas na casa de Sten, passei anos limpando casas e sei diferenciar quando algo de errado aconteceu no lugar, mesmo com o quarto de Sten completamente intocado depois de seu rapto.

A cama estava igual a como estava duas semanas atrás, as gotas de sangue de sua perna respingados sob os lençóis e as faixas limpas no criado mudo para serem usadas algumas horas depois que a invasão aconteceu.

Tudo estava como um quarto de um jovem deveria ser, andei por todo o enorme quarto do herdeiro do clã Rose, mas tudo estava igualmente normal.

O piso de madeira encerado, rangendo de vez em quando, o armário fechado e as roupas dobradas, tudo normal. Havia até mesmo uma prateleira com livros de uma extraordinária variação, indo de clássicos a investigação criminal, algo que me deu até inveja.

Um livro em especial estava sozinho no topo da estante, o que era o mais próximo de estranho ali já que ainda havia espaço nas prateleiras e ele se localizava em um lugar alto de mais para qualquer um alcançar facilmente, até mesmo Sten que era bem alto em comparação a maioria dos homens.

Apoiei meu pé na última prateleira e estiquei o braço o máximo que pude, mas não era suficiente, então fiquei na ponta do pé, ignorando que todo o meu peso estaria apoiado em um só lugar que deveria aguentar apenas alguns livros.

Senti o couro da capa do livro e o declínio da lombada, então o agarrei. Antes que pudesse sair dali meu pé afundou na madeira quebrando a última prateleira.

Merda.

Puxei meu pé com força e depois de rasgar um pouco da minha bota consegui o tirar de lá. A prateleira inteira caiu fazendo com que os três livros que estavam ali deslizassem para o chão ao meu lado.

Algo segurou minha atenção, além da burrada que havia feito, os livros caíram no chão fazendo um barulho oco, o que me chamou a atenção, será que aquilo era um compartimento secreto?

Me senti em um dos livros do Sherlock Holmes quando procurei por algo para me ajudar a tirar a lapa de madeira do chão, encontrando apenas um abridor de cartas tentei o usar como alavanca entre as duas lapas do chão.

Facilmente a madeira saiu e eu coloquei minha mão para segurá-la e a levantar.

Se eu esperava que algo interessante estivesse lá dentro me enganei, um pássaro voou no meu rosto me fazendo gritar e tampar os olhos, só tirei as mãos de lá quando tive certeza que nada mais estava me bicando.

De baixo do chão havia um ninho.

Nenhum avanço.

A Falsa Prometida - ShirbertOnde histórias criam vida. Descubra agora