-Gilbert... Eu estou bem. -digo sentindo os olhos pesando.
-Vai acabar desmaiando se andar mais um metro, vou pedir que algum criado leve comida para você. Isso está fora de discussão.
Me deixei ser levada por Gilbert e ele me soltou em uma poltrona dentro de meu antigo quarto, atual quarto dele.
Ouvi passos se afastando e a porta batendo, poucos segundos a porta se abrindo novamente e Gilbert de abaixando a minha frente e me olhando nos olhos.
-Não sei o que gosta de comer então pedi que um criado trouxesse leite e pão.
-Obrigada. -digo tonta.
Ele continuou na mesma posição por alguns segundos olhando meu rosto, seus lábios formavam uma linha fina e seus olhos analisavam meu rosto e cada centímetro dele procurando alguma coisa errada, quando não encontrou se levantou e foi a porta saindo.
Olhei ao redor do quarto e vi pilhas de livros sobre a mesa baixa da ante-sala, todos em bom estado mas obviamente usados e lidos pelo menos uma vez.
A porta foi aberta novamente e Gilbert entrou com um copo de leite e pão, não pareceu se importar quando me viu segurando Orgulho e Preconceito.
-Já leu? -pergunto mostrando o livto de capa de couro- É um dos meus preferidos.
-"Garanto que não há nada mais divertido do que ler, tudo cansa menos um livro". -citou Gilbert empurrando uma das pilhas para colocar o copo e me entregar o prato- Coma.
-Onde um príncipe consegue tempo para ler? -pergunto pegando o prato- Obrigada.
-Perguntaria o mesmo se não estivesse pálida parecendo morta. -sorriu agachando-se para me observar.
Sorri e voltei a comer.
-Nervosa?
-Pelo o que?
-Se casar e se prender a um homem. -disse irônico.
-"O que são homens comparados a rochas e montantas?" -sorrio e Gilbert gargalha.
-Está me comparando a uma rocha?
-Interprete do jeito que quiser. -digi sorrindo e bebendo do copo.
-Depois do casamento... -negou com a cabeça de interrompendo e se levantando- Quer mais alguma coisa?
-Não, obrigada. -digo sorrindo e me levantando com certo esforço.
-Espere pelo menos 10 minutos, não vai aguentar andar ainda, acabou de comer.
-Estou bem. -digo tentando mostrar autoridade ao ir até a porta.
-Cordelia. -disse sério- Você pode cair. Espere um pouco.
-Por acaso é médico para saber? -pergunto irônica.
-Na verdade sim. -respondeu e os cantos da boca levantaram levemente.
-Bom para você. -sorriu cínica abrindo a porta.
-Não deve sair, sério.
-Me erra. -digo e saio do quarto levemente atordoada pelo peso do vestido.
Gilbert não veio atrás de mim e não faria diferença, quem ele pensa que é para mandar em mim?
Depois de muito esforço e concentração consegui chegar no meu quarto, onde estava disposta uma mesa com uma refeição completa.
Havia um papel em cima do prato.
Mesmo sendo uma garota muito teimosa não quero que morra de fome.
-GilbertNeguei com a cabeça sorrindo e joguei o bilhete fora, muito engraçado.
A comida era realmente muito gostosa e havia uns sanduichinhos coloridos doces que quebravam e derretiam na boca, nunca vi algo assim em toda a minha vida mas era muito bom.
Depois de pedir que trouxessem mais dos sanduichinhos descobri que se chamavam macarons.
Eram franceses.
Não tenho mada a declarar.
-Não ia me chamar para comer, Cordelia? -disse uma voz doce da porta que se abria.
Delphine entrou com Jerry que se manteve a certa distância até as pprtas se fecharem e ele pegar Delph no colo que riu.
-Claro que ia, Delph. Mas não abuse. -digo quando ambos se sentam a mesa.
Ela colocou uma pilha de macarons no pratinho e se calou enauanto os devorava.
-Princesa... -o interrompi.
-Pelos deuses, Jerry. Me chame de Cordelia.
Na minha cabeça não seria tão estranho falar aquilo mas assim que saiu da minha boca foi estranho.
-Ok. Cordelia, o que sabe sobre os pais da Lady Diana?
-São nobres idiotas. -digo mordendo mais um macaron.
-Diana me disse que recebeu margaridas amarelas a alguns dias... Não as mandei e acho que foi algum pretendente. -disse triste.
Olho diretamente para Delphine, ela queria juntar Jerry e Diana e ambos se apaixonaram rápido de mais para ser natural.
Delphine riu e desviou o olhar.
-Acho que não, Diana não deixa que presentes de pretendentes passem de sua porta. Ela odeia.
Algo como medo surgiu nos olhos de Jerry.
-Mas um passou, significa que tem vários e um passou sem querer. -disse nervoso.
-Não se preocupe, Jerry. Ela gosta de você e apenas você. -digo calma- Nossa esses macarons são muito gostosos.
-Cordelia... Acho que vou pedir ela em casamento.
-Jerry?! -berro engasgado.
-Ela já me falou sobre esse noivado e se nos casarmos não tem como ela ficar com aquele noivo!
Esfreguei a mão no rosto.
-Quando vai pedir?
-Hoje, eu consigo um anel e nos casamos hoje mesmo.
-Fique calmo, Jerry. Deve ter algum anel nas minhas coisas para você usar, deve famar com ela antes de colocar uma data.
-Tudo bem. Obrigado.
Fui até a caixa de joias e peguei um anel de ouro com uma pedra verde no topo.
-Quer dizer alguma coisa, Delphine? -pergunto para ela de braços cruzados.
-Felicidades. -ela disse risonha.
-Delph. -incisto.
-Eu mandei as flores como se tivesse sido você. -revirou os olhos.
-Se não fosse a herdeira da França eu diria algumas coisas bem erradas. -disse Jerry negando.
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A Falsa Prometida - Shirbert
Fanfic+13 (gatilho estupro, ansiedade, suicídio e auto mutilação) Ela assumirá o nome de um tirana poderosa e se casará por obrigação. Ele precisa decidir se vale amar alguém com um passado tão cruel. "Me chame de Cordelia" Início: 14/12/20 Fim: