16

641 83 22
                                    

Acordei do meu "cochilo" com a porta sendo esmurrada, me levantei assustada e quase caí ao sair da banheira, onde a água já estava fria e a luz do sol não entrava mais pelas janelas.

Eu iria abrir aporta naquele segundo, mas percebi que estava nua então peguei uma toalha me cobrindo.

-Um segundo! -grito segurando as pontas da toalha macia a frente do corpo.

Abro a porta e me deparo com Delphine de camisola com uma das coroas de flores que fizemos a alguns dias, que de algum jeito ainda estavam vivas e Gilbert usando as roupas mais casuais que consigo imaginar ver um príncipe vestindo, e uma coroa de tulipas, que havia feito para Cole.

Gilbert recuou a cabeça quando me viu e sorriu.

-É assim que as princesas dormem na Escócia? Acho que vai precisar de mais tecido quando nos casarmos. -ele disse cobrindo a boca abafando uma risada.

-O que quer? -pergunto a ele séria, mesmo com o rosto vermelho.

-Vamos caçar os vagalumes para o presente. -disse Delphine pulando no mesmo lugar.

Não sabia que horas era, mas para a pouca movimentação no palácio parecia ser tarde da noite.

-Precisam de mim por qual motivo? -pergunto tentando não soar rude.

-Você que a deixou dormir a tarde inteira, não é justo com a babá e com Jerry. -diz Gilbert olhando para o corredor.

-Que horas são? -pergunto fechando os olhos.

-22h47. -disse ele olando para o relógio do corredor.

-Não podemos fazer isso amanhã, Delph? -pergunto calma.

-É o melhor horário. -disse balançando um jarro de vidro com alça de metal.

-Tudo bem, só vou me vestir. -digo cogitanto fechar a prta mas Delph entra.

-Vai demorar muito colocar um vestido e ele não vai te deixar correr, coloque uma camisola, igual a mim. -disse dando uma voltinha.

-Não é certo com ele... -fui interompida.

-Eu não dou a mínima, princesa. E nosso casamento é em cinco dias. -disse Gilbert da porta.

Não o resondi, apenas fechei a porta em seu rosto.

Querendo ou não faria aquilo por Delphine, ela era uma órfã e não queria que ela ficasse triste.

Mesmo com toda aquela energia ela não parecia realmente contente, ela não sorriu enquanto conversava e aquilo provavelmente era uma tentativa de ter um momento alegre depois da notícia.

Coloquei uma camisola grossa, mas sem mangas, e levei um casaco, provavelmente morreria de calor mas não queria me sentir nua na frente dele.

Abri a porta e ele estava no mesmo lugar, não me olhou quando pegou Delphine no colo e me deu o terceiro pote de vidro que eles carregavam.

-Onde vamos fazer isso? -perguntei quando saímos do castelo.

-Achei que a princesa conhecesse o próprio reino. -reviro os olhos.

-Vamos.

Por mais que eu não conhecesse a capital do jeito que deveria, me lembrava de um casarão que me hospedei no casamento de amigos dos meus pais, aos fundos havia um campo aberto que provavelmente teriam vagalumes.

[...]

Depois de pelo menos vinte minutos andando a pé chegamos ao campo, era bem perto das casas que rodeavam o castelo, mas longe o suficente para termos privacidade.

Delphine pulou do meu colo e correu até o campo verde fazendo vários dos vagalumes voarem iluminando tudo, o mato era tão alto que era quase do tamanho dela, mas conseguimos a ver dançando por todos o campo.

Sorri vendo que ela estava feliz.

-Quem é você? -Gilbert perguntou me assustando.

-Como?

-Cordelia não era assim, não pelo o que me contaram.-ele disse sorrindo para Delph.

-O que te contaram? -não estava sorrindo.

-Que seria uma tirana quando chegasse a hora. -disse simples.

-Vocês não vem? -gritou Delphine capturando alguns vagalumes.

Gilbert correu até ela e rapidamente apoiou a barriga da menina sob o ombro, fazendo os vagalumes de seu pote fugirem.

Mesmo descobrindo sobre a fama que Cordelia tinha, coisa que me assustava, corri até eles jogando o casaco no chão.

Ficamos horas ali, tentando capturar vagalumes enquanto Gilbert fazia questão de atrapalhar com seu pote cheio.

Decidimos voltar para o castelo quando o Sol fez menção em começar a nascer e Delph dormia sob o ombro de Gilbert.

-Acho que ela vai dormir o dia todo. -disse Gilbert quando os guardas nos deixaram entrar.

Estava me arrependendo de ter abandonado o casaco.

-Duvido muito, depois do almoço ela acorda. -digo agraçando meu próprio corpo quando os guardas abriram as grandes portas da entrada do castelo.

-Deveria levar ela para fazer essas coroas novamente, já estão mortas. -disse movimentando a mão com as duas coroas que ele segurava.

-O meu objetivo é fazer com que ela não se lembre do que você disse e não acho que isso vá ajudar. -paro de andar quando nos aproximamos do salão.

Precisávamos passar por ali para chegarmos aos quartos.

Gilbert percebeu meu incomodo e pediu para um criado que passava para pegar um roupão para mim, em poucos minutos ele voltou com um.

-Não gosto muito de você, mas não quero que pensem besteira. Por mais que isso não vá ajudar muito. -disse enquanto eu colocava o roupão.

Não senti a necessidade de agradecer.

Assim que entramos no salão Ed nos barrou.

-Onde estavam?! Ficamos preocupados! -ele disse o mais formal possível perante a real preocupação que sentia.

-Caçar vagalumes. -mostro os três vidros de vagalumes que eu segurava.

-Ok... vão logo. O café da manhã vai chegar no seu quarto em dez minutos. -disse nos empurrando pelo salão e nos jogando para fora.

-Vamos. -disse Gilbert andando novamente.

Fomos até meu quarto, onde Ed disse que serviriam nosso café da manhã.

Gilbert deitou Delphine em minha cama, decidimos acordá-la quando o café chegasse.

A Falsa Prometida - ShirbertOnde histórias criam vida. Descubra agora