Acordei do meu "cochilo" com a porta sendo esmurrada, me levantei assustada e quase caí ao sair da banheira, onde a água já estava fria e a luz do sol não entrava mais pelas janelas.
Eu iria abrir aporta naquele segundo, mas percebi que estava nua então peguei uma toalha me cobrindo.
-Um segundo! -grito segurando as pontas da toalha macia a frente do corpo.
Abro a porta e me deparo com Delphine de camisola com uma das coroas de flores que fizemos a alguns dias, que de algum jeito ainda estavam vivas e Gilbert usando as roupas mais casuais que consigo imaginar ver um príncipe vestindo, e uma coroa de tulipas, que havia feito para Cole.
Gilbert recuou a cabeça quando me viu e sorriu.
-É assim que as princesas dormem na Escócia? Acho que vai precisar de mais tecido quando nos casarmos. -ele disse cobrindo a boca abafando uma risada.
-O que quer? -pergunto a ele séria, mesmo com o rosto vermelho.
-Vamos caçar os vagalumes para o presente. -disse Delphine pulando no mesmo lugar.
Não sabia que horas era, mas para a pouca movimentação no palácio parecia ser tarde da noite.
-Precisam de mim por qual motivo? -pergunto tentando não soar rude.
-Você que a deixou dormir a tarde inteira, não é justo com a babá e com Jerry. -diz Gilbert olhando para o corredor.
-Que horas são? -pergunto fechando os olhos.
-22h47. -disse ele olando para o relógio do corredor.
-Não podemos fazer isso amanhã, Delph? -pergunto calma.
-É o melhor horário. -disse balançando um jarro de vidro com alça de metal.
-Tudo bem, só vou me vestir. -digo cogitanto fechar a prta mas Delph entra.
-Vai demorar muito colocar um vestido e ele não vai te deixar correr, coloque uma camisola, igual a mim. -disse dando uma voltinha.
-Não é certo com ele... -fui interompida.
-Eu não dou a mínima, princesa. E nosso casamento é em cinco dias. -disse Gilbert da porta.
Não o resondi, apenas fechei a porta em seu rosto.
Querendo ou não faria aquilo por Delphine, ela era uma órfã e não queria que ela ficasse triste.
Mesmo com toda aquela energia ela não parecia realmente contente, ela não sorriu enquanto conversava e aquilo provavelmente era uma tentativa de ter um momento alegre depois da notícia.
Coloquei uma camisola grossa, mas sem mangas, e levei um casaco, provavelmente morreria de calor mas não queria me sentir nua na frente dele.
Abri a porta e ele estava no mesmo lugar, não me olhou quando pegou Delphine no colo e me deu o terceiro pote de vidro que eles carregavam.
-Onde vamos fazer isso? -perguntei quando saímos do castelo.
-Achei que a princesa conhecesse o próprio reino. -reviro os olhos.
-Vamos.
Por mais que eu não conhecesse a capital do jeito que deveria, me lembrava de um casarão que me hospedei no casamento de amigos dos meus pais, aos fundos havia um campo aberto que provavelmente teriam vagalumes.
[...]
Depois de pelo menos vinte minutos andando a pé chegamos ao campo, era bem perto das casas que rodeavam o castelo, mas longe o suficente para termos privacidade.
Delphine pulou do meu colo e correu até o campo verde fazendo vários dos vagalumes voarem iluminando tudo, o mato era tão alto que era quase do tamanho dela, mas conseguimos a ver dançando por todos o campo.
Sorri vendo que ela estava feliz.
-Quem é você? -Gilbert perguntou me assustando.
-Como?
-Cordelia não era assim, não pelo o que me contaram.-ele disse sorrindo para Delph.
-O que te contaram? -não estava sorrindo.
-Que seria uma tirana quando chegasse a hora. -disse simples.
-Vocês não vem? -gritou Delphine capturando alguns vagalumes.
Gilbert correu até ela e rapidamente apoiou a barriga da menina sob o ombro, fazendo os vagalumes de seu pote fugirem.
Mesmo descobrindo sobre a fama que Cordelia tinha, coisa que me assustava, corri até eles jogando o casaco no chão.
Ficamos horas ali, tentando capturar vagalumes enquanto Gilbert fazia questão de atrapalhar com seu pote cheio.
Decidimos voltar para o castelo quando o Sol fez menção em começar a nascer e Delph dormia sob o ombro de Gilbert.
-Acho que ela vai dormir o dia todo. -disse Gilbert quando os guardas nos deixaram entrar.
Estava me arrependendo de ter abandonado o casaco.
-Duvido muito, depois do almoço ela acorda. -digo agraçando meu próprio corpo quando os guardas abriram as grandes portas da entrada do castelo.
-Deveria levar ela para fazer essas coroas novamente, já estão mortas. -disse movimentando a mão com as duas coroas que ele segurava.
-O meu objetivo é fazer com que ela não se lembre do que você disse e não acho que isso vá ajudar. -paro de andar quando nos aproximamos do salão.
Precisávamos passar por ali para chegarmos aos quartos.
Gilbert percebeu meu incomodo e pediu para um criado que passava para pegar um roupão para mim, em poucos minutos ele voltou com um.
-Não gosto muito de você, mas não quero que pensem besteira. Por mais que isso não vá ajudar muito. -disse enquanto eu colocava o roupão.
Não senti a necessidade de agradecer.
Assim que entramos no salão Ed nos barrou.
-Onde estavam?! Ficamos preocupados! -ele disse o mais formal possível perante a real preocupação que sentia.
-Caçar vagalumes. -mostro os três vidros de vagalumes que eu segurava.
-Ok... vão logo. O café da manhã vai chegar no seu quarto em dez minutos. -disse nos empurrando pelo salão e nos jogando para fora.
-Vamos. -disse Gilbert andando novamente.
Fomos até meu quarto, onde Ed disse que serviriam nosso café da manhã.
Gilbert deitou Delphine em minha cama, decidimos acordá-la quando o café chegasse.
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A Falsa Prometida - Shirbert
Fanfiction+13 (gatilho estupro, ansiedade, suicídio e auto mutilação) Ela assumirá o nome de um tirana poderosa e se casará por obrigação. Ele precisa decidir se vale amar alguém com um passado tão cruel. "Me chame de Cordelia" Início: 14/12/20 Fim: