A Falsa Prometida - Shirbert

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Parei para analisar meu corpo antes que começasse a chorar, e havia engordado, agora diria que estou com o peso de uma pessoa saudável, considerando que de vez em quando não comia por causa do dinheiro escasso. 

Não sabia se isso era possível mas dependendo do ângulo que me olhasse no espelho me achava magra de mais ou gorda de mais, nunca algo que eu amasse.

Estava usando uma camisa limpa, Diana saiu logo depois dizendo que precisava olhar Delphine que ainda não havia acordado. Isso me preocupava mais do que a minha aparência, Gilbert disse que era normal e que ela deve ter tido uma dose muito alta de adrenalina muito rápido e que acordaria a qualquer momento, mas não estava acostumada a ficar sem ela por perto por tanto tempo.

Gilbert bateu na porta aberta notando que não havia prestado atenção em sua chegada.

-Diana me disse que você me chamou.

Mentira.

-Na verdade quero ficar um pouco sozinha. -solto a blusa a deixando folgada sob o corpo.

-Tem certeza? -pelo reflexo do espelho conseguia ver que seu olhar estava no meu cabelo.

-Ficou tão ruim assim? -pergunto triste- Eu disse que ele era feio.

-Na verdade acho que nunca te vi tão bonita em toda a minha vida. Queria que tivéssemos nos casado com seu cabelo natural, teria ficado deslumbrante.

Dou uma risada com o comentário, meu cabelo estava horrível naquele momento e era óbvio que era uma piada.

-Muito engraçado você. -digo me virando e cruzando os braços.

-Meu objetivo não foi uma piada. -ele levanta uma sobrancelha.

-Aham. -me movo em sua direção- Agora se me der licença preciso pintar meu cabelo. -apoio o braço na porta.

Ele franze a testa.

-Mas você tinha concordado em não pintar.

-Eu disse que se me achasse feia pintaria de novo. Agora preciso que arranje tinta para mim.

-Anne, você precisa se aceitar antes de qualquer coisa. Se pintar seu cabelo vai encontrar outra coisa que não te agrada, e isso vai virar um ciclo vicioso, se quer pintar o cabelo por achar preto bonito então pinte, mas não tente mudar seu corpo porque o odeia. -disse sério.

-Falar é fácil. -digo com a mesma sinceridade.

-Não posso fazer muita coisa em te fazer mudar de opinião sobre a sua beleza. Mas se conseguisse te enxergar pelos meus olhos... -ele aproxima sua mão do meu rosto devagar, esperando minha reação, mas aceito seu toque- Veria que os deuses nunca chegaram tão perto da perfeição como quando a criaram. -ele passa o polegar pela mação do meu rosto, logo abaixo do meu olho, consigo sentir seu movimento ao passar pelos meus cílios.

Não sabia se ele realmente sentia aquilo, e qual seria o motivo para mentir, conseguia sentir meu coração pesado, suas batidas ressoando sob meus pulmões. Minha mão sob a porta parecia leve e algo próximo de dormente.

Não sabia se algum de nós respirava, soltei a porta e toquei o peito de Gilbert só para ter certeza de que seu coração ainda batia, ele tremeu um pouco com meu toque.

Olhei para seu rosto e sabia que ele não faria nada sem que eu mostrasse o que queria, ele havia se declarado para mim, e eu não disse nada, era a minha vez de dar o próximo passo.

Deslizei minha mão até seu ombro, seguindo para a parte de trás do seu pescoço. Não sabia exatamente o que estava fazendo quando o beijei.