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Passei o resto da manhã no jardim com Delphine, sua avó e um livro. Gilbert não aparrceu até agora e eu estava insegura de mais para interromper o momento familiar que as meninas estavam.

Então mais cedo pedi que Josie me levasse até a biblioteca e peguei um exemplar um pouco velho de Orgulho e Preconceito. Tinham algumas anotações que só me entretiam ainda mais na historia.

Estava quase no meio do livro quando um senhor vestido de maneira simples, talvez um dos trabalhadores do estábulo, se aproximou de nós.

— Hazel. — disse o homem se aproximando timidamente — Minha irmã está te chamando.

Ela se levantou, mas antes de partir em direção ao castelo se virou para mim e disse:

— Cordelia, esse é Mathew Cuthbert. Irmão da rainha e tio de Gilbert.

Sem deixar nenhum sorriso acolhedor ela volta para dentro do palácio, o único som presente eram seus tamancos batendo no chão de pedra.

— Tio Mathew, você viu Carrot? — perguntou Delphine desviando a atenção dos bonecos aue brincava.

— Sim. Sim. Eu vi. Agora tenho que ir.

Eu estava confusa de mais imaginando o porque de Marila chamar Hazel para convidar o tio de Gilbert para sentar conosco. Eu estava sentada num balnço de madeira de dois lugares, com os pés em cima do mesmo. Ele poderia achar falta de educação oferecer o lugar que meus pés estavam pouco tempo antes.

— Delph. A sua avó e a tia Marila são melhores amigas? Como eu e você —Pergunto docemente.

— São sim, tia Delia. Elas conversam sempre. Antes de vir para o jardim elad conversaram. — disse com os olhos nos brinquedos enquanto montava uma mesa em miniatura.

— Foi? E elas falaram de bonecas?

— Claro que não, elas são adultas. Só nós duas brincamos de bonecas.

— Quem te disse que eu ainda brinco de boneca? Eu já siu adulta.

— Foi o tio Gil. Entrei no chalé ontem a noite para beber água e vocês ainda estavam acordados. Tio Gil disse que vocês se empolgaram e estavam brincando de bonceca até tarde. Isso é erradi, por isso estavam tão cansados ontem.

Senti o sangue ir até as minhas bochechas, mas tentei ignorar.

— Eu sei disso. Nao vai acontecer de novo. Mas se não era de bonecas, do que elas estavam conversando? — Tentei soar natual, mesmo ainda envergonhada pela desculpa horrível que Gilbert deu.

— Falaram de você. A vovó achou errado que você tenha deixado Carrot vir, eu disse que eu é que tinha pedido, mas ela disse que são vocês dois que tomam as decisões.

— Só isso?

— Eu acho que a vovó não gosta de você. Ela disse coisas feias para tia Marila.

Aquela velha carrancuda. Ela nem me conhece! Como pode dizer que não gosta de mim?!

— Mas eu gosto de você — acrescentou rapidamente, agora me olhando.

— Eu também gosto de você Delph. — sorrio.

O almoço será servido a qualquer momento e Gilbert não apareceu. Terei de encarar Marila sozinha e só de pensar nisso minha garganta fecha.

Pouco tempo depois um criado aparece para nos informar que o almoço já foi servido e que estavam nos esperando. Se ele usou a gramática certa não estarei sozinha.

Delph vai o caminho inteiro saltitando e só para quando passamos pelo escritório do pai de Gilbert. Ela segura as próprias mãos na frente do corpo e observa a porta com o semblante triste.

— Vamos, Delph. Vamos nos atrasar. — a incentivo tentando iniciar uma corrida, mas ela parece não me escutar.

Quando me dou por mim ela esta chorando.

— Por que está chorando? — pergunto me abaixando ao seu lado.

— Meu pai. Ou estava brincando comigo ou dentro do escritório com o tio John. — disse limpando o nariz no braço.

— Oh, Delph. — a abracei enquabto rla chorava ainda mais.

— Eu sinto saudades dele.

— Eu sei, eu sei.

Passamos um longo tempo em silêncio, a deixei chorar o quanto quis. Sei como é sentir a perda e precisar ficar calada, então que se desfaça, ela sempre vai poder se desmontar no meu colo porque eu sempre estarei lá para lhe remontar.

— Está melhor? — pergunto quando ela começa a parar de fungar.

— Sim. — se afastou.

— Seu pai é um raio de sol agora, sempre vai te ver e proteger, assim como a sua mãe.

— E de noite?

— De noite não vemos o sol, mas ele sempre estará lá, ele é eterno e daqui centenas de anos ele vai continuar radiante de amor e saudade.

— Tem certeza?

— Eu acredito nisso, meus pais são raios de sol como os seus.

Ela pareceu se conformar com a minha resposta e pediu que eu a levasse no colo. Mesmo com o catarro, as lágrimas manchandoo vestido e o braço machucado precisando fazer certa força fiz o que ela pediu. Precisa de conforto.

Os dois criados abriram as portas de carvalho assim como fizeram naquela manhã, mas ao invés de encontrar apenas uma mulher de costas vi uma mesa cheia de pessoas, sete pelo menos. Mas nenhuma delas era quem eu mais queria ver.

— Cordelia! — Josie ne chamou, seu lugar ao lado de Hazel, a esquerda da rainha. Haviam dois lugares vagos do lado direito de Marila e curiosamente a segunda cadeira da cabeceira fora retirada.

— Boa tarde. — digo me aproximando, o braço começando a doer — Vamos comer, Delph. — olhei para ela que estava com a cabela deitada em meu ombro e notei que ela havia dirmido na caminhada relativamente longa que tivemos.

— Dê ela para a babá, mais tarde ela poderá comer algo. — disse Hazel, como sempre séria.

Sandra aparece de una porta disfarçada numa parede e leva Delphine consigo. Imagino que o lugar mais próximo de Marila seja do seu filho, então sento de frente a Josie.

— Onde está Gilbert? — pergunta Marila.

Eu não poderia mentir.

— Eu não sei. — un criado me serve vinho e tomo um longo gole.

— Ele sempre fez isso, — sorriu — esse ao seu lado é Denis, irmão mais novo de Gilbert. — só então noto o garoto de uns dezesseis anos ao meu lado.

— Olá. — digo com um sorriso, Gilbert não me disse nada sobre irmãos.

— Oi, Cordelia. Posso te chamar de Delia como Delph? É bem mais fácil.

— Claro... — digo meio na defensiva.

— Que bom, eu queria tanto ter ido no casamento de vocês! Mas Gilbert não deixou, disse que eu só iria atrapalhar. — disse triste, mas logo depois sorriu. — Como foi? Acha que eu posso virar tio até o final do ano? Eu sempre quis ser tio novo, deve ser muito bom.

Minha nossa. Eu com certeza fico vermelha na hora, isso não é coisa que se diga e muito menos na mesa do almoço.

— Eu não sei. Não posso prever essas coisas. — digo ainda assustada.

— Então tratem de tentar. Uma hora dará certo. — afirmou como se eu precisasse de incentivo.

— Ok...

Percebi que Denis não tem o costume de deixar um silêncio dominar o grupo em que ele esteja, então ele falou. Muito. Por sorte a maioria das pergunras eu poderia responder com um "sim " ou "não".

Pelo menos foi assim até Gilbert aparecer na sala. A camisa aberta até a metade, as calças dobradas até os joelhos e os pés descalços, além da garrafa de rum na mão.

— O que ele está fazendo? — pergunta Denis.

Eu não poderia reponder isso com um simples "sim" ou "não".

A Falsa Prometida - ShirbertOnde histórias criam vida. Descubra agora