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— Saia daqui agora! — berrou Marila e as poucas pessoas que ainda não haviam notado a situação agora se viraram.

— Josie. — sussurrei.

— Desculpe rainha, a princesa precisa sair. — colocou meu braço sob meus ombros e me ajudou a sair do jardim.

Eu não aguentei nem cinco minutos naquele lugar.

Não notei quando alguém me pegou no colo, estava zonza e com a cabeça pesada, mas ainda consiente.

— Vai ficar tudo bem. — ele disse.

Parei de sentir o sol sob o rosto e o vento frio dos corredores do castelo.

— O que aconteceu?

— Ela estava branca como papel e quando sentou vomitou.

— Será que está doente?

— Duvido muito, ela está comendo direito e se não adoeceu na montanha é porque tem a imunidade alta.

— Faz sentido. Quando ela foi para as montanhas?

— Longa história.

Senti me colocarem em algo macio, pelo que me permiti enxergar era um divã na sala do trono, provavelmente o cômodo mais privado e próximo do jardim.

— Solte o espartilho dela, vou chamar Gilbert.

Senti meu coração se acammar quando as fitas do espartilho foram soltas, Josie estava sentada atrás de mim e consegui me sentar.

— Que porra foi essa? — esbravejou — Sempre que estamos no emsmo lugar alguma coisa assim acontece.

— Eu vomitei na rainha. — coloquei as mãos no rosti, morta de vergonha.

— Deve ter pego una intoxicação alimentar. — resmungou.

— Eu só passei mal, estava nervosa. — digo tentando me convencer.

— Tomara, vai estragar a minha viagem se estiver doente. Isso é que dá comer tanto, uma hora não dá certo.

— Cordelia! — disse Gilbert abrindo a porta e correndo na minha direção — Está tudo bem? — se ajoelhou na minha frente colocando a mão na minha testa e abrindo a minha boca a procura de alguna infeção.

— Estou, Gilbert. — digo calma — Mas eu vomitei na sua mãe. — começo a chorar.

— Dane-se, eu não ligo. Quer sair daqui? Ir para a América ou qualquer outro lugar? — segurou meu rosto.

Olhei por cima do seu ombro e então notei que quem havia me ajudado fora Denis, e agora ele estava com o rosto vermelho, provavelmente por me ver sem espartilho.

— Obrigada, Denis. — digo — Foi muito importante isso que você fez.

— Não foi nada. — disse tímido.

Será que ele nunca viu uma mulher sem espertilho?

— Acho que eu deveria mandar Zein vir para cá, só confio no que ele disser.

— Ei, está tudo bem. Eu só fiquei muito nervosa. Lembra que eu disse que queria ser curandeira antes de nos casarmos? Eu estudei, está tudo bem.

— Tem certeza?

— Tenho.

— Então acho melhor evitar de deixar sozinha com minha mãe, aquela velh louca.

— Gilbert. — diz Denis surpreso.

A Falsa Prometida - ShirbertOnde histórias criam vida. Descubra agora