É possível que o ódio desencadeie um amor?
Ao conseguir uma bolsa de estudos para um colégio de elite em sua cidade natal, Bakersfield, Güenevere Blake acaba descobrindo as dificuldades que é estudar num ambiente rodeado de pessoas da classe alta. I...
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Agosto de 2012
Minhas sobrancelhas se uniram em uma certa descrença. Hoje o dia estava completamente estranho. Alex pedindo desculpas e me procurando? Eu sabia que tinha uma bomba nesse pacote.
- Alex está me procurando? - Perguntei de forma retórica. - Ele passou por mim como se eu nem existisse no corredor e agora está me procurando. - Assenti com a cabeça, com as sobrancelhas agora levantadas em surpresa. - Bem, como suspeitei, o mundo vai acabar.
Daniel suspirou uma risada aparentemente satisfeita. Ele não deixou de me encarar, no entanto. Me perguntei por que Alex pediu para que alguém viesse até mim, sendo que ele poderia fazer isso por conta própria. Então, me lembro.. é o Alex. Não, não! É o Rutherford.
- Tenho que ser sincero em dizer que estou tão surpreso quanto você. - Daniel deu de ombros. - Ele me disse que você pode o procurar depois da segunda aula. Não parecia tão bravo como antes.
Não sei se isso me conforta ou me alarma mais ainda.
- Isso é... céus, isso está tão estranho. - Meu olhar vagou sem rumo, e talvez eu estivesse com a cara mais confusa já vista no mundo, mas eu precisava analisar absolutamente tudo.
- Pra caramba. - Falou Novac. - Vem cá, qual é a sua jogada? Sério, tem coisa que você deveria me ensinar. Alex é um babaca e está atrás de pedir desculpas pelas babaquices. É inédito. - Ele parecia estar contando uma piada, já que seu sorriso não sumiu por nenhum instante.
- Eu nem sei o que dizer sobre isso. Só sei que preciso conversar com ele e esclarecer as coisas. - Afirmei com convicção e seriedade. - Não quero mais ser motivo de piada. Nem pra ele, nem pra ninguém. Uma boa conversa pode ajudar em situações complicadas.
A cabeça de Novac se inclinou um pouco para o lado, e seus olhos deslizaram de novo por mim. Senti meu coração acelerar por um instante. Aquele olhar que ele fazia me deixava pensativa, nervosa e estranha por dentro. Ele faz de propósito, isso é bem óbvio. Será que eu deixo muito na cara que isso mexe de alguma forma comigo? Porque se sim, ele gosta de me ver surtando por dentro e mantendo a calma por fora.
Não completamente, mas mantendo.
- Seu otimismo é encantador, sabia? - Ele comentou com seu sorriso matinal.
Nem foi tão automático ou surpreendente quando senti minhas bochechas querer queimar após ouvir isso. Que mania estúpida, estúpida, estúpida!
- Boa sorte se for falar com ele. Tem muita gente invejando sua coragem agora, acredite. - As orbes de Novac contraíram-se com surpresa enquanto enfatizava o 'muita gente'. - Só não seja ingênua demais.
Ele se virou pra ir embora.
- Ingênua? - Perguntei, confusa e uma pontada de medo bem no fundo.
Ele não se virou para falar. Não cogitou muito antes de responder também.
