É possível que o ódio desencadeie um amor?
Ao conseguir uma bolsa de estudos para um colégio de elite em sua cidade natal, Bakersfield, Güenevere Blake acaba descobrindo as dificuldades que é estudar num ambiente rodeado de pessoas da classe alta. I...
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Setembro de 2012
Minha mão estava dolorida de tanto escrever. Meus olhos iam da lousa até o papel em busca de qualquer desculpa para encher a folha, fazendo assim com que minha mente focasse em apenas uma coisa.
Não posso parar, nem por um segundo. Não posso desviar o olhar, não posso parar de escrever, eu não posso!
Não posso voltar a pensar no maluco, babaca, mimado e egocêntrico Alex Rutherford. O maldito cara que me fazia ter raiva e arrepios pelo corpo, às vezes, simultaneamente.
As coisas que ele me contou ontem no armário do zelador... aquilo consumiu minha cabeça como algo sobrenatural. Não consegui comer direito ontem, nem tomar meu café da manhã hoje. Eu não sei o que está acontecendo, se é a raiva querendo espaço para se esvair e me fazer voltar a parte racional da coisa, ou pior...
Pode ser a dúvida querendo que eu ceda e me arrisque nessa mentira estúpida.
- Blake? - A voz abafada me chamou. - Blake! - E então, o pior aconteceu.
Pisquei algumas vezes e voltei pra realidade, no quarto tempo de aula, escrevendo tópicos de história até sentir um líquido escorrer pela minha mão. Nate puxou para que eu não tocasse em nada, caso contrário, acabaria manchando minhas vestes, material e sabe-se lá o que mais.
- Caramba, estava determinada mesmo em anotar essa chatice toda. - Ele murmurou, vendo a caneta explodida em minha mão.
A tinta preta deixaria uma tola mancha em minha pele por um bom tempinho. Suspirei irritada comigo mesma. Caramba, eu estou perdendo a cabeça cada vez mais.
- Argh, preciso ir no banheiro. - Peguei uma folha de caderno e tentei tirar o excesso antes de ir.
Nate permaneceu me olhando por um momento, aproveitando que a sala na estava tão barulhenta. Seu corpo se inclinou um pouco para perto.
- Aconteceu alguma coisa? - Sua voz soava preocupada.
Eu não contei pra ninguém sobre nada do que está acontecendo. Não falo sobre Alex, ou sobre o beijo, nem sobre como isso está me afetando aos poucos, como um veneno corrosivo.
