| 26. Vermelho Cereja |

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Agosto de 2012

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Agosto de 2012

Hoje é o último dia de agosto. Notei a demora que foi para esse mês passar, como se tivesse se arrastando. E olha que mal foquei no calendário. Estive ocupada remoendo problemas e tentando "relaxar" perante eles, mas era uma droga.

Quinta-feira, penúltimo dia de detenção. Olho para o reflexo do pequeno espelho de bolso em puro tédio, porém não há desconforto. Mesmo que Alex e eu nos abominávamos, por ora nessa sala com Delart, tentamos colocar um pouco desse ódio de lado. Por que queremos? Receio que não.

Alex e eu temos coisas em comum: somos competitivos. E, pelo visto, isso vale para ver quem perturba mais.

- Vocês estão aqui há mais de meia hora! - A monitora, agora conselheira estudantil, já estava impaciente. - Já deveriam ter ido embora, mas preferem discutir. Caramba, pessoal, pensei que estávamos progredindo aqui. O que eu faço com vocês? - Seus dedos massagearam as têmporas.

Guardei meu espelho um pouco irritada.

- A culpa não é minha se essa garota não fica quieta. - O Rutherford revirou os olhos e bufou, deixando-me indignada com a petulância de colocar a culpa em mim.

- É difícil não comentar sobre a pessoa mais irritante dessa sala. - Retruquei.

- Se incomoda por tão pouco porque é patética. - Seu corpo se virou em minha direção. Brava, acabei fazendo o mesmo.

- De fato, você não vale esse pouco que citou, porque você é patético!

- Já chega! - Delart exclamou. - Não posso trancar vocês numa gaiola, mas agem como papagaios. Querem me ver cheia de cabelos brancos?!

Respirei fundo, cansada e estressada. Acho que passei dos limites desta vez.

- Desculpe, monitora. - Eu estava bem sem graça, caraca...

- Não, não. Se querem agir como duas crianças, vou tratá-los como tal. - Ela puxou duas cadeiras e colocou elas uma em frente da outra, no meio da sala.

Minhas sobrancelhas se uniram um pouco confusas. O que será que ela estava tramando com isso? Normalmente, Delart consegue ser criativa nas punições. Nunca precisou ser rude ou dura com ninguém. E se as coisas tiverem mudado?

Num gesto com o dedo, ela ordenou que sentássemos, um de frente para o outro. Ela estava tão séria que nem eu ou Alex ousamos questionar. Nossos olhos se encontraram por um momento, irritados ainda até que desviei o olhar para Delart.

- O que é isso? - Questionei.

- A cada elogio que fizerem um ao outro será descontado um minuto de detenção. Isso pode valer para hoje e amanhã, caso cooperem com a atividade. - Ela respirou fundo e seus olhos cor caramelo foram até o pequeno relógio de pulso que ela usava.

S.O.S Adolescentes No Ensino Médio (ORIGINAL)Onde histórias criam vida. Descubra agora