| 0.0 Prólogo |

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Junho de 2008

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Junho de 2008


O sol banhava a pele pálida de seu corpo, relaxado e calmo naquela manhã. O vento do verão fazia seus cabelos longos e negros balançarem, ora suavemente, ora abruptamente. Seus olhos permaneciam-se fechados, e seu peito subia e descia da forma mais despreocupada possível. Blake abrira seus olhos delicadamente, escuros e acastanhados, e os mirou para as diversas nuvens que haviam naquele céu tão azul quanto os mares. Figuras se montavam em sua cabeça a cada formato diferente que ela podia enxergar. Sentiu, por entre seus dedos, a grama verde pinicar de uma forma engraçada a palma das mãos, como cócegas divertidas.

Woodhook era um acampamento apenas para jovens de doze até dezesseis anos. O lugar era tão vasto quanto um campo florido, e a diversidade de animais era formidável. As florestas que cercavam todo aquele perímetro pareciam assustadoras para novos olhares, mas suas belas trilhas poderiam fazer qualquer um mudar de ideia. Quando os varais de luzes, que se prendiam em troncos robustos e altos, acendessem no entardecer, não haveria nada a atrapalhar uma visão paradisíaca. Os lagos adornavam o entorno de todo aquele lugar, e as cabanas eram aconchegantes o suficiente para manter os campistas em êxtase ao adormecer depois de um dia caloroso de brincadeiras e aventuras.

Todavia, Blake nunca abriu mão de sentir na pele o contato com a natureza. O sentimento mágico de conexão e paz.

Sua mão deslizou até seu bolso e catou uma pequena pedrinha. Porém, não uma qualquer. Era especial, um objeto não muito peculiar para se levar a todo canto no bolso dos shorts. A pequena pedra possuía uma pintura, feita de tinta acrílica e banhada em verniz, que Blake optou por fazer em uma das aulinhas de arte do acampamento justo em seu primeiro dia.

Era um girassol num fundo roxo. Delicado, criativo, aquecia seu coração. Afinal, girassóis sempre foram os favoritos de seu pai, que agora, infelizmente, não se encontra mais aqui.


Há quem diga que todas as noites são de sonhos. — Recitou ela. — Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isto não tem muita importância.


Sorriu em toda sua paz, sentindo seu coração aquecer como num abraço. Talvez estivesse envolvida nos braços de seu pai amado, pelo menos foi o que ela imaginou.

Um grito pôde tirá-la de suas fantasias e poesias para a realidade pouco mais desastrosa. Colocou rapidamente a pedrinha em seu bolso e se levantou de seu local de paz. Blake correra rapidamente em direção ao som estranho e pôde se deparar com uma cena um tanto engraçada.


— Socorro! Me ajudem, eu preso! — Um garoto gritava enquanto abanava o ar. — Vai me picar, ela vai me picar!


Ele tentava afastar, mas era inútil. Uma borboleta voava em sua direção e rodeava a árvore que prendia o menino assustado. Observando com mais atenção, uma rede com alguns arames estava cobrindo boa parte da grande árvore, muito mais em baixo onde ficava algumas raízes a amostra, e com isso, acabou prendendo o pé esquerdo do garoto. Em menos de poucos segundos, mais duas borboletas se juntaram para toda aquela festa de desespero. Blake se quer sabia se ria ou se ajudava o menino desconhecido.

S.O.S Adolescentes No Ensino Médio (ORIGINAL)Onde histórias criam vida. Descubra agora