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        ( Guenevere Blake Lavender )            Engoli seco quando senti a fragrância de limpeza infestar o quarto

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( Guenevere Blake Lavender )


Engoli seco quando senti a fragrância de limpeza infestar o quarto. Havia algo nesse shampoo mentolado dele que me deixava agitada, mas isso não é importante no momento.

— Não me diga que quebrou alguma coisa. — Senti seu tom jocoso. — Não consegue parar no lugar?

Tomei coragem para me virar, o olhando como se eu precisasse de alguma resposta. Alguma explicação, qualquer coisa. Seus olhos de gato olharam para o que eu segurava, e seu sorriso diminuiu aos poucos. Mas não é como se ele tivesse ficado irritado, mas um pouco surpreso. Seu corpo se aproximou, a toalha em volta de seu ombro, a umidade de seu cabelo pingando no carpete e sua calça moletom cinza quase me deixou surpresa.

— Desculpa, eu não queria... mexer nas suas coisas desse jeito, eu só... — Tentei procurar as palavras que escapavam de minha língua. Alex parou em minha frente, como se não soubesse se tirava as cartas de minha mão ou simplesmente deixava. — Alex, o que é isso?

E, pela primeira vez que consigo me lembrar, essa foi a primeira vez que vi o rosto de Alex mudar de cor, ficando singelamente vermelho. Ele suspirou, esfregando a toalha no rosto e se virando, voltando a andar pelo quarto.

— É, realmente você não consegue parar no lugar. — Resmungou, e pude sentir sua leve irritação. — Será que pode guardar isso onde encontrou?

— Tem meu nome aqui. — Enfatizei. — Posso saber o porquê? Eu... eu tô bem confusa, não pode me julgar.

— São cartas. — Falou como se fosse óbvio, focando em sua gaveta de roupas a procura de alguma blusa.

Se bem que ele nem precisava colocar se não quisesse... GUENEVERE BLAKE LAVENDER BENSON! FOCA!

— Pra mim. — Me aproximei dele. — Mas eu nunca recebi elas.

— Não enviam cartas sem endereço.

Toquei seu ombro com cautela. Eu não queria o perturbar, nem o pressionar eu só...

— Por que continuou escrevendo? — Perguntei. — Se a primeira e a segunda nunca foram entregues, não haviam motivos pra fazer outras, mas você fez...

Seu corpo se virou, e seu rosto ainda estava singelamente vermelho, mas ele não me olhava nos olhos. Ele continuava com seu semblante aborrecido.

— Eu tinha meus motivos. — Resmungou. — Eu era criança. Da um tempo. Coloca de volta no lugar. — Dizia enquanto vestia uma camisa branca.

— Ah, mas eu quero ler! Fiquei curiosa. — Quando ameacei de abrir, Alex tentou pegar da minha mão. — Ei! As cartas finalmente acharam a destinatária. Não interrompe o momento.

Corri para longe e tentei abrir de novo, mas Alex me seguiu rapidamente. Tentei fugir de suas mãos, de seu agarro, mas falhei assim que ele pegou o envelope e juntou todos dentro da caixa, fechando-a e colocando na prateleira mais alta de seu quarto.

— Não pode ler! — Ele insistiu. — E para de olhar assim pra mim...

— Olhar como? — Pisquei meus olhos como um filhotinho, tentando usar ao máximo meu poder de coitada pra conseguir dar uma espiada ao menos. — Por favor, só uma! O que você escrevia? Se declarou por mim em alguma delas? Em todas elas?

— Você é irritante pra caramba, garota. — Ele se jogou na cama e cruzou os braços, fechando a cara e desviando o olhar.

— Olha pro seu rosto, está todo vermelho. — Sorri convencida, quase rindo de suas ações. — Você está envergonhado.

— Escrevi elas porque pensei que encontraria você de novo. — Admitiu, mas ainda não olhando pra mim. — Coisa idiota. Esquece isso.

Me aproximei e sentei do seu lado. Eu tentei ficar um pouco mais a vontade. Meus sapatos estavam perto da porta e meu casaco do uniforme estava pendurado, e minha mochila estava ao lado da de Alex. Tenho que tomar cuidado pra não sujar minhas vestes novamente.

— Não acho idiota. — Revelei com um sorriso. — Você gostava de mim. Acho bem plausível essa situação.

— Eu gosto de você. — Ele se virou para me encarar, sua cor voltando ao normal e tom satírico também. Mas ele deixou bem claro o que quer dizer, destacando o presente que estamos. — Não me entenda mal. Mas não quero que leia, tá legal?

Revirei os olhos e me dei por vencida. Era algo íntimo dele, no fim das contas. Não quero ser tão chata em ficar insistindo para ele fazer algo que não quer. Talvez na hora certa ele pudesse me mostrar, e está tudo bem. Não posso ser injusta com ele.

Não quero estragar tudo dessa vez.

— E qual filme péssimo você escolheu, afinal? — Ele pegou o controle remoto e voltou o foco para a televisão.

Suspirei e também voltei o foco no que tínhamos combinado de fazer.

— Um thriller, já que você não deu nenhuma ideia. — Dei de ombros e ele apertou o play.

— Acho que a Blair comentou sobre esse filme comigo antes. Não parece ser tão ruim.

Me acomodei com as costas no travesseiro, sentada ao seu lado na cama, até que me surpreendi um pouco quando o vi deitar sua cabeça em minhas coxas. Ele cruzou os braços e continuou assistindo como se não tivesse feito absolutamente nada demais.

Era mais um ponto que me fazia gostar dele. Alex não tinha cerimônias pra fazer aquilo que queria, e isso me deixava intrigada às vezes. Sorri satisfeita, como se eu tivesse atingido o que eu queria. Como se as coisas estivessem em seu devido lugar, e eu mal precisei me preocupar sobre pensar no assunto que martelava em minha cabeça durante todo o dia. Me deixou mais calma.

Longos minutos de filme se passaram, mas infelizmente eu não conseguia focar muito bem na televisão quando senti Alex se mexer algumas vezes, se reposicionando a cada comentário que fazia sobre o filme. Eu respondia alguns deles, vagamente com "Uhum", "Ah, tá", "Sei", e eu torcia para que ele não notasse minha falta de atenção. Acariciei seus cabelos por uma boa parte de tempo, pelo menos pra disfarçar o quão pateticamente eu estava agindo.

Senti minha boca secar levemente, meu coração acelerar e minha pele arrepiar quando sua mão começou a tocar minha perna, deslizando os dedos suavemente de um lado para o outro de minha coxa externa. Suspirei baixo, tentando voltar minha atenção para o filme, mas nada ajudava. Nada tirava da minha cabeça a necessidade que eu sentia em relação a Alex. Passei metade do meu dia pensando que algo aconteceria nessa noite, e agora tudo parece tão... parado.

No que ele deve estar pensando? Acho que ele está realmente concentrado no filme e não liga muito para minha presença. Não o culpo, afinal, foi isso que combinamos de fazer, não foi? Assistir algo e comer pizza. Ele foi direto, se tivesse algo a mais ele falaria.

Por que estou achando tão frustrante o fato de não ter nada demais acontecendo?! Estou ficando maluca? Esses hormônios estão acabando com minha cabeça.

E a pizza também não vai chegar? Daqui a pouco o filme termina e o clima vai ficar estranho de novo. Não vou saber o que falar.

— Quer dizer alguma coisa? — Rutherford questionou, me tirando do transe que mal percebi que estava.

Quando notei, ele olhava pra mim. Parecia curioso, mas a tranquilidade exalava de sua face. Pigarreei por um momento e sorri pra disfarçar meus deslizes.

— Foi mal. Eu acho que tô bem imersa no filme e nem notei que fiquei quieta demais. — Cocei a nuca sem graça até o ver rindo suave.

Eu não entendi muito bem até o ver saindo de meu colo. Ele apoiou os braços na cama enquanto se sentou mais perto de mim. Alex me encarou por um momento, e eu pensei se falei algo errado para o fazer se afastar dessa forma.

— Minha primeira pergunta foi: que efeitos são esses? Naquela cena ridícula de ação e você respondeu "sei". — Rutherford começou. — Depois perguntei se você sabia como eles faziam aquela droga mal feita e você disse "Ah, tá", e então percebi que você já não estava com a cabeça aqui.

Baixei meu olhar de forma completamente sem graça. Sou uma vergonha em tentar esconder algo, caramba. Como consigo ser um livro aberto com esse cara?

— E todas as outras perguntas foram a mesma: que horas são? E você continuou no piloto automático, o que foi engraçado nas primeiras cinco vezes. — Alex riu suave até me olhar um pouco com seriedade. — Tem alguma coisa te incomodando? Fora o filme terrível que escolheu.

— Ei! Eu pelo menos tentei. — Rebati com certa vergonha, e suspirei derrotada. — Não tô incomodada, acho que... só estou entediada.

— Podemos mudar o filme. — Ele pegou o controle remoto. — Bem que você podia ter dito isso nos primeiros quarenta minutos, não acha?

Revirei os olhos, e ainda me sentia ridícula por querer insinuar algo com ele. Está mais do que óbvio que ele não tá interessado nisso.

Mas não era pra ser normal? Garotos não ficam desinteressados a menos que... será que eu não faço o tipo dele pra isso? Bryan já chegou a dar algumas ideias antes, mas eu sempre tive certa insegurança em fazer. E agora, parece que não consigo pensar em outra coisa quando fico sozinha com Alex, e está mais do que claro que ele não quer isso. Será que não chamo a atenção dele? Nem desperto esses pensamentos? Eu sou tão fora de circulação assim?

— Para com isso. — Me repreendeu singelamente irritado, me fazendo franzir as sobrancelhas sem compreender a ação repentina. — Ficar calada, pensando o tempo todo e me deixar falando sozinho, isso é irritante. Por que não fala comigo?

Alex estava irritado, e talvez tivesse seu devido direito ao agir assim. Mas era engraçado ver que ele gostaria de saber o que estou pensando, enquanto ao mesmo tempo, eu também quero saber o que ele pensa. Posso até ficar envergonhada de saber que sou a única pessoa no quarto que, provavelmente, é a única que não para de pensar no quão bonito Alex está nessa noite. Minhas bochechas ficaram vermelhas outra vez.

— Não consigo. — Tive que admitir. — Sou uma idiot@. Acho que é tudo que consigo dizer sobre essa situação.

Alex conseguiu ficar ainda mais confuso.

— Não é idiot@. Só quando eu falo, na verdade. — Seu corpo se inclinou um pouco mais pra perto. — Eu... eu fiz alguma coisa?

E lá estava ele, o Alex que tentava procurar as palavras certas, as que conseguiam atingir o ponto certo, por mais que dentro dele estivessem sido proferidas com uma total incerteza sobre a reação que teria de volta. Eu amo ver quando ele se esforça pra ser assim, tentar me entender e, mesmo com suas piadas e provocações, conseguir separar um momento pra ser franco e ter paciência comigo.

— Não! Não é isso, você não fez nada. — Deixei isso claro para que ele não pensasse demais e acabasse entendendo errado. — Eu só... me desculpa, mas eu não estou consigo me concentrar em nada essa noite. Você me deixa... nervosa.

As expressões de Alex relaxaram um pouco mais. Seus olhos não saíram dos meus depois disso, e por mais que eu quisesse esconder minha cara, afundar ela no travesseiro e gritar o mais alto que pudesse, eu tentei tomar coragem de ser um pouco mais honesta. Ou... um pouco mais ousada.

— Deixo qualquer pessoa nervosa. É natural de um Rutherford. — Seu tom convencido conseguiu amolecer um pouco minha vergonha. Ele se aproximou com um leve sorriso de canto. — Mas já achei que estivesse acostumada. Por que está tão nervosa?

— Pensei que estivesse acostumada, mas me enganei. — Respirei fundo pra admitir isso, me perdendo em seus olhos de gato mais uma vez. — Porque eu gosto de você. Muito, Alex, e eu me sinto idiot@ por causa disso. Eu não sei como consigo gostar tanto de um cara egocêntrico, babaca e mimado desse jeito, e eu não consigo pensar em nada a não ser em você quando ficamos juntos.

Quando percebi, as palavras só foram saindo. Minha garganta relaxou ao falar, não me senti tão nervosa. Eu fui sincera e falei o que ele queria ouvir, por fim. E se ele não me parasse, eu continuaria falando tudo que me vinha na cabeça, como uma maluca tagarela.

Seu corpo se aproximou, seu rosto ficou há centímetros do meus, e eu via a satisfação no seu olhar. O sorriso arrogante, a forma como seus olhos desciam de meu rosto até meu corpo, e do jeito que sua mão tocou minha coxa novamente, com um pouco mais de avidez.

— Incrível como não consigo me sentir ofendido quando me xinga, sabia? — Alex tinha um tom profundo na voz que vês os pelos de minha nuca arrepiarem.

— Não são xingamentos. São fatos. — Senti minha boca secar outra vez, enquanto eu tentava ao máximo focar em seus olhos e não em seus lábios.

— Estou começando a entender onde você quer chegar com isso. — Sua voz era instigante. — Já que estamos no momento de "verdades difíceis de serem ditas", posso admitir que também gosto de você. E não me vem nada na cabeça toda vez que te encontro. Você tá acabando comigo, Guenevere. Sabia disso?

Cerrei o olhar em sua direção, sentindo meu coração palpitar um pouco mais rápido quando percebi seu olhar em minha boca dessa vez. Oh céus, isso está caminhando pra um assunto completamente diferente... e eu estou gostando disso. Droga, Guenevere, você está virando uma pervertid@!

— Isso eu... eu já sabia. — Senti meu rosto ficar quente até ouvir um mix de suspiro e risada dele, olhando pra mim como se eu fosse ingênua.

— Porr@, agora você me deixou curioso. — Provocou. — O que mais estava mantendo sua cabeça ocupada? Pensando demais sobre mim, suponho que o buraco seja mais profundo...

Minha respiração ficou errática enquanto eu tentava manter o controle, mas era impossível fazer isso enquanto a mão dele apertava tão sutilmente minha carne por debaixo da saia.

— Sabe por que eu gosto de você? — Ele chegou mais perto, mais próximo de meu ouvido. — Porque você sabe exatamente o que quer, Guenevere. Porque veio aqui, ficar comigo durante o resto da noite usando essa blusa de botões quase transparente com um sutiã preto rendado por baixo, sem a menor vergonha de tirar o blazer, porque queria que eu notasse.

Put@ merd@, isso me deixou excitada.

O sutiã foi puramente sorte, mas se for pra pensar racionalmente, se eu não estivesse tão ocupada querendo ir pra cama com Alex eu com certeza estaria vestida com o blazer da escola me sentindo envergonhada por escolher um sutiã tão inadequado. Não me culpem! Eu esqueci de colocar os de cor clara para lavar!

Mas ele notou. Alex olhou pra mim do jeito que pensei que não olharia...

Senti sua mão deslizar até a parte interna de minha coxa, e era tarde demais para reagir diferente. Nossas respirações estavam pesadas, e a televisão estava pausada, com sua luz fraca sendo a única fonte de iluminação daquele quarto. Num impulso, juntei meus lábios com os de Alex com necessidade. Senti o medo e a vergonha se dissiparem aos poucos, restando apenas uma chama dentro de meu corpo que precisava ser apagada antes que incendiasse todo o resto.

Alex pegou bem em meu quadril, fortemente, como se fosse para garantir que eu não escaparia. Sua língua disputava pela dominação, explorando o máximo que conseguisse de minha boca, e eu me deleitava sentindo seu gosto e desespero por mais. O puxei para mais perto pela sua camisa branca, querendo sentir seu corpo mais colado no meu. De repente, seu braço laçou pela cintura e me reposicionou um pouco para baixo, para que eu ficasse completamente deitada. Fiquei surpresa com o quão fácil ele fez isso, como se eu não pesasse nada.

Senti seu corpo por cima do meu, sabendo que a situação já estava mais tensa do que antes. Ele parou de me beijar por um momento, tomando fôlego assim como eu.

— Se não me mandar parar agora, não vai adiantar depois. — A voz profunda me fez sentir ainda mais quente por dentro. — Me diga o que você quer.

Um frio na barriga me deixou pensativa naquele momento, entretanto, era impossível me concentrar em alguma coisa enquanto Alex olhava desse jeito pra mim, querendo o mesmo que eu, irradiando o mesmo calor.

— Mais. — Pedi pra ele. — Eu quero mais. Por favor...


Sua boca se aproximou novamente, e de novo, voltamos a nos beijar como de fosse a última vez. Enquanto eu o puxava pela nuca, uma de suas mãos descansava em minha cintura, enquanto a outra explorava a pele nua de minha perna, apertando cada centímetro com uma força moderada. Soltei alguns suspiros quando sentia esses apertos, que faziam o calor se intensificar, se tornar cada vez mais insuportável. Eu nunca pensei que iria me sentir assim, com essa mistura de sensações me deixando tonta e carecida de aproximação.

Quando ele afastou seus lábios novamente, senti uma leve frustração. Eu não queria que essas sensações parassem. Drog@, eu quero sentir isso melhor. Alex se ergueu por um instante e tirou sua camisa, me deixando ter a visão de seu corpo perfeito. Perdi o fôlego no mesmo instante, porém eu não podia simplesmente ficar parada. Ergui meu corpo um pouco, não tirando os olhos dos deles, e comecei a desabotuar minha blusa. Seu sorriso ladino fez minhas pernas tremerem por um instante até ele cruzar os braços.

— Não se apreça muito não. — Alex deixava seu olhar percorrer todo o meu corpo, utilizando seu tom provocativo. — Quero lembrar dessa cena por muito tempo ainda...

Engoli seco, deixando o tecido deslizar de meus ombros, revelando meu corpo seminu. Ver sua naturalidade nesse momento me fazia pensar que com certeza não era sua primeira vez... mas era a nossa primeira vez. Não quero ser a sem graça justo nesse momento. Tentei ser um pouco mais ousada.

— É do jeito que imaginou? — O questionei, vendo-o arquear uma sobrancelha levemente, se inclinando para cima de mim de novo.

Ele já imaginou que isso aconteceria um dia? Eu quero saber...

— Consegue ser melhor do que esperei que fosse. — Murmurou perto de meu ouvido.

Consegui sentir sua mão deslizar por debaixo de minha saia, devagar na parte interna, cada vez mais próximo de meu centro. Minha respiração ficava desregulada a cada momento que passava.

— E você? Consegue ser melhor pra você também? — A voz rouca me fazia tremer, e um gemido escapou de meus lábios quando o senti me acariciar por cima do tecido. — Caralh@, há quanto tempo você tá molhada desse jeito? Consigo sentir por cima do tecido, Guenevere.

Tentei me concentrar em sua pergunta, mas sentir seus dedos me tocarem me enlouquecia por completo. Uma de suas mãos abriu meu sutiã, cujo o fecho era na frente, mas eu nem me importei com isso, com meu corpo completamente a amostra pra Alex. O nível de intimidade que estávamos atingindo juntos, ao invés de vergonhoso, me parecia ser especial. Era o nosso íntimo, e eu confio nele o suficiente pra isso. Pra qualquer coisa, na verdade.

Ele beijava meu pescoço de forma doce, enquanto seus dedos me torturavam por cima do tecido, me fazendo gemer e contorcer como uma desesperada. Os beijos de Alex foram trilhando para baixo, deixando lever mordidas em meu colo até chegar em meus seios, lambendo um de cada vez, mordendo devagar enquanto minha coluna arqueava. Era possível ouvir sua respiração, desesperada, quase que de forma animalesca, me tomando no seu tempo, apreciando da forma que queria. Isso me deixa ansiosa, um pouco nervosa.

— Alex... — Suspirei um gemido sôfrego.

— Shh, tá tudo bem. — Ele se aproximou e beijou minha testa, ambas as mãos agora indo para minhas laterais. — Você é incrível. Uma maldit@ perfeição, sabia?

Alex deslizou minha calcinha pelas minhas pernas bem devagar, jogando-a de lado no momento seguinte. Pensei que ele iria tirar minha saia junto, então me ofereci para ajudar, desesperada pelo seu toque em meu corpo novamente.

— Não, não... — Ele segurou minha mão e a tirou da barra de minha saia. — Isso fica. Nem pense em tirar.

Isso fez meu coração disparar outra vez, e eu senti meu rosto ficar vermelho. Alex sorriu de forma maliciosa e subiu um pouco mais a minha saia.

— Essa saia no seu corpo... put@ merd@, Guenevere, me provoca há um bom tempo. — Seus lábios tomaram os meus num beijo doce e quente, até ele voltar a trilhar meu corpo com suas leves mordidas.

Eu fechei os olhos por um momento, tentando eternizar essas sensações o máximo que pude, como se minha vida dependesse disso. Minha coluna arqueou assim que senti a boca de Alex beijar minha intimidade com vontade. Seus braços seguraram minhas pernas que, me movimentos de reflexo, queriam se fechar. Me engasguei em suspiros e gemidos, respirando fundo e tentando não perder tanto o controle. Além de utilizar a língua com maestria, seus dedos me tocavam vez ou outra como reforço.

Precisei tapar a boca com minhas mãos pra não soar tão alto. Não fazia ideia do quão bom isso poderia ser, e todo aquele calor parecia crescer cada vez mais, e eu sentia que estava prestes a explodir. A cada segundo que passava, minha mente ficava embaçada, em branco, distorcida completamente.

Quando senti minhas pernas terem certos espasmos, eu sabia que não estava longe de minha liberação. Eu queria tanto isso, estava quase implorando para que ele me entregasse essa sensação viciante e elétrica, até que quando menos percebi, ele se afastou, deixando-me irritada. Meu corpo se frustrou de uma forma anormal, e gemi quando tentei pedir para que ele voltasse.

— Não, por favor... — Choraminguei, sentindo minha pulsação rápida e respiração ofegante. — Não era pra parar, por favor.

Sua mão deslizou até a umidade de meu centro, circulando lentamente o local, me torturando enquanto se inclinava sobre meu corpo.

— Eu sei, eu sei... — Murmurou como se pudesse me acalmar, beijando meu pescoço. — Você não está colaborando muito comigo, Guenevere. Eu quero ouvir você, não precisa ter vergonha em gemer aqui. Esqueceu que tenho isolamento no quarto?

Senti meu rosto ficar vermelho quando ele citou aquilo. Eu tinha me esquecido disso, pra ser sincera. Mas fiquei levemente envergonhada por ouvir ele me incentivar a isso, me soltar mais. Talvez fosse melhor, eu acho... e se ele quer me ouvir, acho que é porque ele gosta disso.

— Você só precisa relaxar. Eu cuido do resto. — Murmurou em meu ouvido, deixando os beijos mais doces em minha pele. — Eu cuido de você.

E ele voltou a sua posição de antes, faminto como nunca. Minhas mãos queriam voltar a minha boca, abafar os sons que queriam sair por livre e espontânea vontade, entretanto, agarrei os lençóis e me permitir sentir tudo, e colocar pra fora, do jeito que ele me pediu.

Dessa vez não demorou para que minha visão ficasse turva, como se houvessem estrelas bem em meus olhos, minhas pernas trêmulas e espasmos pelo meu corpo, liberando o calor que tanto senti. Sensível, apenas respirei fundo, deixando a sensação se prolongar. Por um momento, cogitei estar cansada. Mas não era isso. Não era exaustão, e sim, algo similar a satisfação.

Alex trilhou o caminho de volta com beijos até chegar em minha boca. Inevitavelmente senti meu gosto, como se fosse uma nova droga. Minha mão deslizou de seu peitoral até o abdômen, sentindo sua pele quente, acordando meus sentidos aos poucos, e novamente, um calor voltara a se construir dentro de mim. Parece que a satisfação não dura tanto tempo, e honestamente, eu quero descobrir até onde consigo ir desse jeito.

— Você é perfeita. — Ele sussurrava, beijando-me com necessidade. — Porr@, você é perfeita e é minha. Somente minha.

Aquelas palavras aguçavam tanto quanto seus toques, e tudo que eu mais preciso agora era ele. Eu o desejava mais do que qualquer coisa no mundo nesse momento, eu precisava sentir ele. Eu quero o fazer se sentir tão bem quanto ele fez comigo. O puxei pela barra de sua calça moletom.

— Sou sua. — Eu nem acreditei nas palavras que saíram de minha boca. — Sempre fui sua, Alex. Assim como você sempre foi meu, e sempre vai ser só meu.

Sua pupilas dilataram, e eu acho que nunca me senti tão bem vendo isso. Sua mão acariciou meu rosto, senti seu polegar traçar meus lábios delicadamente, tocar minha bochecha e então, seu mergulho para um beijo intenso, enquanto eu o ajudava a chutar suas calças para qualquer lugar. Por um instante, ele parou o beijo para abrir a última gaveta ao lado da cama. Me toquei sobre o que ele estava procurando.

— Eu tenho comigo, se você não tiver. — O avisei, mas ele já tinha pego o preservativo logo em seguida.

Desviei o olhar me sentindo uma boba, até que o vi sorrir de canto novamente. Ele rompeu a embalagem.

— Melhor guardar pra depois. — Ele se aproximou com cautela. — Vamos precisar...

Chegou num ponto cujo mal consegui sentir vergonha. Eu ri com ele. Ri por perceber que não era coisa da minha cabeça. Esse cara me deixou definitivamente maluca, e é ótimo saber que não é unilateral. Alex só me fazia querer mais dele, muito mais...

Entre lavei minhas pernas em seu quadril e apoiei minhas mãos em seus ombros largos, respirando fundo e tentando relaxar, sentindo seu beijo lento tomar toda minha atenção, mas quando o senti entrar, mesmo que devagar, era impossível não se incomodar com a dor aguda que aconteceu.

— Tudo bem? — Ele perguntou quando fechei os olhos com força, respirando fundo. — Olhe pra mim.

Respirei fundo, tentando ignorar essa sensação. Eu sei que iria passar, não é tão insuportável. O encarei como ele me pediu.

— Foca em mim. Não vou te machucar. — Continuou, beijando minha testa. — Vou me mexer agora e você vai continuar olhando pra mim, certo? Pode fazer isso por mim?

Engoli seco, depositando toda minha confiança em Alex. O senti estocar novamente, mas continuei encarando seus olhos, deixando escapar um gemido de dor baixo, fincando minhas unhas em seu ombro, tentando esquecer a dor por completo.

Havia algo em seus olhos que me fazia sentir especial. Algo similar a um lar, um lugar seguro. Nunca pensei que alguém pudesse olhar pra mim dessa forma, mas sempre que eu me perdia em seus olhos de gato, a sensação era de ser engolida pelo seu mundo, aclamada, protegida...

Sua quarta estocada foi o suficiente para a dor ser substituída por algo mais intenso. Aquela sensação que fazia o calor irradiar do meu corpo, que me levava a ver as estrelas. E ele cumpriu o que tinha dito. Alex não me machucou.

Ele socou mais uma vez, e eu o ouvi gemer perto de meu ouvido. Rouco, necessitado. Aquilo me deixou em êxtase, e eu queria mais. O puxei pela nuca e gemi quando o senti ir fundo, mas ainda assim, não sendo o suficiente.

— Mais rápido... — Resfoleguei, apertando minhas pernas ao redor de sua cintura. — Por favor.

E eu não precisei pedir duas vezes para que ele pegasse um ritmo perfeito. Puxei um pouco do seu cabelo na nuca enquanto eu sentia minha libertação chegar lentamente, mergulhando na sensação de sentir Alex grudado a mim, me preenchendo de todas as formas possíveis, gemendo baixo em meu ouvido, sôfrego, me fazendo sentir desejada.

Quando os espasmos dominaram meu corpo, a sensibilidade me deixou entorpecida enquanto Alex procurava por sua libertação que ocorreu logo em seguida. Enquanto eu me permitir exalar minha completa satisfação, Alex sufocou seu gemido num chupã@ em meu pescoço. E eu até me incomodaria com a dor, se não fosse pelo fato de que foi a melhor coisa que já pude sentir na vida.

Meu corpo amoleceu no mesmo instante, e após cair para o lado, Alex laçou minha cintura e me puxou para perto de si. Fique de costas para ele, grudada contra seu corpo, sentindo a sensação de prolongar novamente enquanto nossas respirações retomavam a realidade. Senti sua mão acariciar levemente minhas curvas enquanto ele beijava minha nuca, repetindo várias e várias vezes a mesma palavra.

"Minha".

Como uma prece sagrada, me fazendo sentir adorada e confortável em seus braços.

———


Alex estava apenas com uma toalha na cintura enquanto eu usava sua camiseta para não ficar completamente exposta enquanto comíamos nossa pizza. Estávamos exaustos depois de tudo isso, até que lembramos de pedir algo pra comer antes que a noite acabasse por completo.

— Você tá livre esse fim de semana? — Ele indaga, terminando de comer sua fatia e voltando pra cama, largando a toalha pra qualquer lado e se enfiando pelos cobertores.

Fiquei sentada, o observando deitar de bruços e desenhar círculos imaginários em minha coxa, esperando minha resposta.

Terminei de mastigar para conseguir dizer algo, pensando se estava tudo bem mesmo.

— Acho que não tenho nada. — Dei de ombros. — Quer dizer, tenho que estudar. A gente tem prova próxima semana e o trabalho do professor Hendrix.

— Deixe isso pra domingo. Preciso de você no sábado. — Seu tom autoritário me deixou curiosa.

— Não vou estudar tudo no domingo. Ficou maluco? — Arqueei uma sobrancelha.

Alex franziu a testa aborrecido.

— Eu ajudo você depois. — Insistiu. — Qual é, só dessa vez!

Terminei de comer meu pedaço de pizza e limpei as mãos, suspirando e cruzando os braços para o encarar.

— E o que tem no sábado de tão importante pra você precisar de mim? — Esse garoto inventa cada coisa.

— Vai ter um Sarau aqui em casa, pra comemorar um novo contrato que minha mãe assinou com gente importante de Xangai, na China. — Ele explicava. — Vão doar algumas coisas pra usarmos num leilão beneficente e parte do dinheiro vai ajudar essa nova empresa que tá surgindo. Quero que esteja comigo, como meu par.

Pensei por um instante sobre o convite. Eu achei fofo da parte dele me querer como seu par, mas ao mesmo tempo, eu não conseguia me ver nesse tipo de evento chique. Admito que ponderei sobre o que fazer em relação a isso.

— Nossa, parece ser importante. — Tentei esconder minha certa insegurança. — Você tem certeza de que seria bom eu ir? Sinceramente, esse tipo de coisa... acho que não combina comigo. Nem roupa eu tenho pra esse tipo de evento.

— Eu quero ficar com você. O evento é só uma desculpa. — Seu sorriso convencido conseguia me persuadir direitinho. — E seus amigos vão estar aqui. As empresas dos Cranberries e Smiths são parceiros da minha mãe.

Alexa e Tyler vão vir? Caramba...

— Timothy e Daniel também vão estar. Não vai ser chato, isso eu garanto. — Afirmou, me encarando esperançoso. — Pode até chamar aquela menina também...

— Jessy.

— Sim, essa daí. Não faço ideia de quem seja, mas é sua amiga, então tanto faz. — Seu comentário me fez revirar os olhos. — Você vem, não vem?

Cerrei o olhar em sua direção e maquinei um sorriso pestinh@. Ah, mas ele quer tanto assim?

— Só se pedir com jeitinho. — Pisquei os olhos convencida em sua direção, vendo-o revirar os deles e desviar o olhar.

— ...Por favor...? — Murmurou hesitante, me arrancando uma boa risadinha.

— Vou pedir um vestido emprestado da minha mãe. — Comentei enquanto peguei meu celular, que vibrou repentinamente.

Alex percebeu e se aproximou, colado em meu corpo, me vendo mexer no celular como se fosse uma criança birrenta.

— Blair vai levar você pra escolher um vestido. Não se preocupe com isso.

— Não vai pagar um vestido pra mim. — Franzi as sobrancelhas em sua direção. — Isso aí já é demais.

— Sou seu namorado. Não pode me impedir de dar um presente pra você, então se comporta e aceita. — Credo, isso que é ser um controlador irritante. — Quem é?

Olhei para a mensagem que tinha chegado e era de Nate. Ele perguntou se estava tudo bem e que horas eu estaria em casa. Comecei a digitar.

— Nate. Ele quer saber que horas vou pra casa. — Pude ouvir o suspiro entediado-dramático do Rutherford. Após enviar a mensagem, Alex tirou o celular de minha mão e colocou no topo da gaveta, ao lado da cama. — Ei!

— Quanto tempo ainda tenho com você? — Alex perguntou, se inclinando sobre meu corpo, vagando de meus olhos até meus lábios.

Meu estômago arrepiou novamente. Quanto tempo vou levar pra me acostumar com esse efeito?!

— Uma hora e meia. — O avisei, encarando seus lábios que se aproximavam.

— Interessante. — Sua mão acariciou meu rosto, e eu conseguia ver nos olhos dele o que ele queria. A mesma sede que acabou me assolando no momento que senti ele encaixar seu joelho bem no meio de minhas pernas. — Já que você foi tão boazinha em aceitar o meu convite, tenho muito o que agradecer nesse meio tempo.

— Faça valer a pena os meus esforços, Rutherford. — Sorri de canto, me sentindo nervosa mas extasiada com essa conexão que, a partir de hoje, sinto que ficou mais forte.

S.O.S Adolescentes No Ensino Médio (ORIGINAL)Onde histórias criam vida. Descubra agora