Junho de 2008
O dia amanheceu tão ensolarado quanto ontem. Nem mesmo as chuvas isoladas perpetuavam daquela noite. Nada era mais forte do que os ares do amanhecer e os raios solares das oito da manhã. As árvores estavam com as folhas brilhantes, com as gotas do orvalho deslizando entre as mesmas e vento até ajudava o calor a não derreter as coisas por completo, mas ainda assim, era um dia de intensa temperatura. As crianças corriam de um lado para o outro com picolés em mãos e os monitores estavam à beira de endoidar. Blake e Jude ficavam em sua cabana, sentadas no degrau da varanda enquanto tomavam suco de morango em uma caixinha.
Elas conversavam sobre tudo que fariam naquele dia. Passeio, ouvir histórias, aprender a amarrar e desamarrar nós, entre diversas outras atividades. Entretanto, o local estava em um caos sem igual, e tudo parecia ter atrasado.
— Está tão calor e tão chato. — Exclamou Jude de uma forma dramática.
Blake sugava o restinho de suco que ainda restara na caixinha.
— A monitora Delart irá vir buscar o pessoal assim que der, Jude. Vamos relaxar e esperar. — Suspirou Blake. — Podemos buscar mais suco, se você quiser.
A garotinha de cabelo crespo deu de ombros.
— Qualquer coisa é melhor do que ficar derretendo aqui, Blake. — Respondeu ela. — Quem sabe meu pai não possa arranjar sorvete também?
O sorriso de Guenevere surgiu com esperanças. As garotas se levantaram e foram prontamente ao refeitório atrás do pai de Jude, o dono do acampamento que cuidava da parte da cozinha quando havia tempo sobrando em seu dia. Um homem simples e humilde de bom coração. Jude ama o pai de um modo impossível de descrever, entretanto, fácil de notar. O amor genuíno de uma criança.
Não muito longe dali, Alexander estava a conversar com colegas enquanto lia Edgar Allan Poe pela centésima vez. O som de vozes, risadas e bolinhas de gude chocando-se umas contra as outras era notório, mas isso não incomodava o garoto que, aos poucos, se via no limbo mais tedioso possível. Olhar os pássaros voarem e cantarolarem para os cantou já não era mais tão interessante. Peter tocou o ombro de Rutherford com cuidado.
— Vem, Alex, vamos jogar! — ele chamou. — o Carlos está apostando várias bolinhas raras que ele tem. Estou afim de pegar algumas para minha coleção. — Ele sorriu e esfregou as mãos. Sorrateiro, parecia bolar algum plano para conseguir o que quer.
Peter é um garoto franzino, loiro que usa óculos e que tem uma pinta do lado esquerdo do rosto. Simpático e incontrolável, sempre com ideias mirabolantes e um ar competitivo. Havia feito amizade com Alex poucos dias depois de entrar no acampamento,e os dois puderam se dar muito bem durante esse período.
Não que fazer amigos fosse difícil para o Rutherford. Era algo quase que necessário para uma boa imagem social.
Alex bufou e virou a página do livro.
— Vai jogar só. Não quero perder meu tempo. — respondeu.
— Mas, Alex, são de colecionador. É edição limitada! — o garoto insistiu.
Alex vira os olhos. Já estava aborrecido pelo incômodo de Peter. Normalmente, o garoto não é assim. Que bicho o mordeu para perturbar?
— Consigo a coleção inteira se eu quiser, sem nem precisar ficar apostando igual idiota. — Disse Alex. — Essas coisas são bestas, Peter, deixe de idiotice.
Peter ficou meio cabisbaixo com as falácias de Alex enquanto o mesmo voltou a ler tranquilo, como se não tivesse dito nada demais.
— Sei que você pode ter tudo que quer. Mas nem tudo é sobre você. — Peter deu de ombros e saiu entristecido. Ele logo foi se juntar com os outros demais garotos. Não para jogar, mas para observar.
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S.O.S Adolescentes No Ensino Médio (ORIGINAL)
RomanceÉ possível que o ódio desencadeie um amor? Ao conseguir uma bolsa de estudos para um colégio de elite em sua cidade natal, Bakersfield, Güenevere Blake acaba descobrindo as dificuldades que é estudar num ambiente rodeado de pessoas da classe alta. I...