| 12. Dia Infernal |

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Agosto de 2012

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Agosto de 2012

Eu relutei bastante em acordar cedo hoje. Tentei me convencer que de alguma forma, as coisas que se passavam pela minha cabeça eram apenas bobagens. Frutos que plantaram lá e deixaram apodrecer propositalmente, e com meu conhecimento ainda por cima. Eu deveria ter tirado todos, um por um, antes que se espalhasse pelo resto do labirinto de jardim que se formava em meus pensamentos.

Cansada e derrotada de tentar me convencer a relaxar um pouco mais, movi logo meu traseiro pra fora da cama. Tudo parecia girar ao contrário em minha mente. Nem consigo me recordar do sonho que, provavelmente, tive. E olha que normalmente eu me lembro de todos eles quando acordo. É meio estranho, mas é natural. Alguns ficam guardados na minha memória por motivo nenhum. Outros eu costumo escrever num caderno que tenho na escrivaninha. Está mais pra um diário, mas enfim.

Sonhos. Às vezes, meu dia não é o mesmo sem que eu saiba o que sonhei de noite. Parece que me deixa vazia, perdida. Mas não que meus sonhos façam muito sentido, sendo bem honesta.

Houve um que me marcou por um tempo. Creio que foi umas semanas depois que eu e minha mãe retornamos para Bakersfield. No sonho estranho, eu me sentia presa num casulo macio e aconchegante, mas era algo que me deixava com medo e até sufocada. Ele era muito grande por dentro, de um jeito que eu poderia andar dentro dele, não muitos passos, mas alguns. Raios de sol iluminavam umas frestas, mas eu não conseguia ver nada do lado de fora a não ser uma luz branca. Pelo que consigo me lembrar, o casulo era um tecido realmente delicado e a cor parecia ser marfim. Uma melodia parecia tocar do lado de fora, mas nada que me recordasse alguma música que eu já tenha ouvido antes.

De repente, uma pressão forte empurrava com dificuldade a pele de minhas escápulas. Era esquisito, já que eu não sentia dor, entretanto, apenas agonia. Eu não conseguia gritar ou chorar. Era como se eu estivesse preparada mentalmente pra toda aquela metamorfose. Meu corpo estava embalado numa seda branca perolada, quase transparente. Quando ajoelhei-me no chão do casulo, senti algo querer sair de minhas costas numa explosão intensa e premente. Fechei os olhos com força e esperei a pior das dores imagináveis.

S.O.S Adolescentes No Ensino Médio (ORIGINAL)Onde histórias criam vida. Descubra agora