| 5.0 Pirralha Benson |

15.2K 1.4K 3.3K
                                    

Agosto de 2012

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Agosto de 2012



Atrasada, atrasada, atrasada!

Em West High, todos têm a tendência de serem pontuais ou adiantados, e isso era perceptível ao extremo. Enquanto eu andava pelos corredores, meu papel em mãos me indicava a sala que eu deveria entrar.

Eu estava preocupada ao extremo. Quando as pessoas me vissem, os cochichos não acabariam nunca. Iriam falar da minha falta de pontualidade, julgar se meu uniforme está bem passado ou não, e iriam abominar cada sarda que tenho, do rosto ao pescoço.

E se souberem que tenho sardas até nos ombros, é o cúmulo.

Um frio na barriga me preenche como um mal-estar. Os corredores pareciam nunca ter fim, como um loop. Meus pulmões começaram a inflar e desinflar tão rápido, e eu me sentia sufocar cada vez mais. Entretanto, quanto mais perto estava de achar a sala, menor esse sentimento me consumia.

É intrigante questionar esse tipo de sentimento. Normalmente, são incompreensíveis, mas agora, sinto que eu não devo temer isso tudo. Eu já passei por várias situações ruins, e eu aprendi muita coisa com o tempo. Tenho que me manter firme, tenho que encarar e solucionar, não correr e me esconder.

Nesse pique-esconde, nossas inseguranças e medo sempre nos acham de última hora. Não dá para escapar, então é necessário ir direto na raiz.

Ao longe, avistei a porta da minha sala. Radiante em madeira polida e uma placa de vidro na frente. O alívio pesou sob meus ombros com intensidade surreal, e eu imediatamente corri de encontro a porta. Meu coração batia ansioso, e eu genuinamente não conseguia parar de sorrir.

As pontas de meus dedos encostaram na maçaneta gelada e abrira a porta com confiança. Quando pisquei, me vi num bosque de grama alta e lírios por diversas partes.

Eu olhei os arredores com tamanha apreciação. O calor do sol em minha pele fazia eu me sentir viva, os ventos em meu cabelo me libertavam e a grama por entre os dedos dos meus pés era algo revitalizante. Minhas roupas se transformaram em um modelo de vestido florido, e eu estava pronta para voltar às minhas origens.

Ouvi risadas, passos apressados, mais risadas. Meu coração derreteu ao ver minha versão pequena. Corria de um lado para o outro, brincava sem parar. Quando eu era mais nova, a palavra tédio era estranha para mim. Cinco minutos parada me parecia uma tortura, então eu poderia criar ideias e me manter focada e travessa vinte e quatro horas se deixassem.

Minha aparência juvenil acabou revelando que provavelmente era minha versão de três a quatro anos atrás. Eu tentei me aproximar, mas de repente, uma sombra preta surgiu.

O sol transformou-se em cinzas, o verde das gramas e folhas se tornaram pó, e eu me senti trancafiada novamente.

Sem que eu notasse, um barulho começou a surgir. Foi ficando alto a cada segundo, e parecia vir de todos os lugares. Fechei os olhos e minhas mãos cobriram meus ouvidos o mais forte que pôde, entretanto, o barulho só continuava cada vez maior.

S.O.S Adolescentes No Ensino Médio (ORIGINAL)Onde histórias criam vida. Descubra agora