É possível que o ódio desencadeie um amor?
Ao conseguir uma bolsa de estudos para um colégio de elite em sua cidade natal, Bakersfield, Güenevere Blake acaba descobrindo as dificuldades que é estudar num ambiente rodeado de pessoas da classe alta. I...
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Agosto de 2012
Era como andar de bicicleta, só que bem mais rápido, claro. Ver as luzes da cidade quando anoitecia e as placas neon das lojas era magnífico. O vento beijava minha face de uma forma doce e selvagem, e um frio na barriga sempre se acentua em cada curva tomada pelo motorista.
Com meus olhos, eu poderia ver as luzes dos postes irem de branca para amarela, e rapidamente, as placas neon pararam de aparecer. Não acho que tenham passado mais de vinte minutos, mas já estávamos quase nos limites da cidade, segundo as indicações pelas estradas.
Estávamos nos aproximando de um lugar que parecia um bar, ou cabana. Era difícil dizer, acho que nunca vi algo parecido. A moto foi diminuindo a velocidade e, numa curva suave, Daniel estacionou próximo de outras motos que havia ali. Tinham caminhonetes estacionadas um pouco mais longe, entretanto, era maior o número de motocicletas.
Desci da garupa e retirei o capacete, admirando o lugar que tinha uma aparência punk alternativa. Dava pra ouvir claramente alguma banda tocando lá dentro, risadas, gritos eufóricos, vozes. A casa parecia bem cheia. Novac pegou o capacete de minhas mãos e me encarou com um sorriso.
- Tá parecendo uma criança. - Expeliu numa risada suave.
O encarei de volta.
- Irônico ouvir isso de uma. - Sorri convencida, vendo suas expressões encenarem uma falsa dor.
Ele ajeitou seu casaco de couro e guardou o capacete no compartimento de sua moto.
- Touché, mademoiselle. - Ele revirou os olhos e não perdeu o bom humor.
Nós nos aproximamos da entrada em passadas calmas. Havia dois homens resguardando a porta principal, e aquilo dava um frio na barriga.
- Onde estamos, Novac? - Meus olhos não pararam de encarar os dois homens.
- Você está no meu mundo, Blake. Tente relaxar um pouco. - Respondera.
Nos aproximamos dos rapazes. Andei um pouco atrás de Novac, apreciando o lugar e notando o quão afastado nós estávamos da cidade. A lua e estrelas iluminavam parcialmente o lugar, e apenas alguns piscas e luzes internas da cabana davam um destaque para a construção.
Quando chegamos perto, os homens vieram na direção de Daniel.
- Novac! - Um deles recebeu-o calorosamente. - Cara, chegou bem na hora! Rocket e Jason estão apostando. Vão correr daqui a pouco.
- Phill, deixe de ser mal educado. - O outro cara deu um tapa na nuca do que acabara de comentar sobre uma aposta. - Não está vendo que temos visita?
Os olhos dos dois focaram em mim. Engoli seco e me senti nervosa de início, mas tentei não dar uma de medrosa naquelas circunstâncias. Respirei fundo e sorri de forma amigável. Ou pelo menos tentei.
