capítulo 5 - Lembre de mim

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Tomás

Acordei naquela manhã decidido a dar um rumo diferente na minha vida, é evidente que não estou pronto para descobrir o que a minha história com Carla significa, entretanto, não posso me privar de recordar da minha filha ou da carreira e outros momentos. Por isso, estou a caminho da clínica da Poliana para primeira sessão de terapia.

Para ser sincero, estou ansioso para poder partilhar meus pensamentos com alguém que não me vê como indefeso ou insensato por uma falha de memória.

O Carro estaciona, o segurança desce, abra a porta e me acompanha até a entrada do hospital para evitar que eu seja fotografado aqui de novo.

Ando até a sala de Poliana, aquele ambiente branco me deixa nervoso demais.

— Finalmente, meu paciente sumido resolveu dar o ar da sua graça – A Psicóloga deve ter mais ou menos vinte e sete anos, rosto redondo, olhos azuis e a pele exposta bronzeada e um sorriso gentil nos lábios.

— Antes tarde do que nunca.

— E posso saber o que te fez mudar de ideia?

— Eu acho que posso ter lembrado de alguma coisa, mas nada muito concreto.

— Por exemplo?

— Primeiro, eu escutei uma risada feminina estridente na minha cabeça e depois a minha própria voz dizendo para deixar a minha filha longe das loucuras de alguém e essa pessoa deveria se arrepender de algo. Fiquei muito confuso.

— Quem você acha que pode ser essa pessoa?

— Pode soar estranho, mas da mãe dela. Algo me diz para desconfiar e muito de Carla.

— Por que? – Enquanto anotava num caderno

— Ela parece compreensiva demais e até cuidadosa, apesar do meu afastamento. Isso me levou a pensar que talvez, ela tenha culpa em tudo que aconteceu comigo.

Admitir aquilo para alguém tirou parte do peso das minhas costas. Respirei fundo, antes de continuar:

— E Você já tentou conversar com ela sobre isso? Quem sabe, possa te dar as respostas necessárias.

— Tenho medo de me aproximar.

— De onde vem esse medo? – Dessa vez, Poliana me encarava, como se quisesse me encorajar.

— Não quero me apaixonar de novo. Não quero sentir nada por ela. Meu coração se sente inquieto perto dela.

— Eu acho que você deveria dar uma chance ao que diz teu coração, essa inquietação talvez seja outra coisa. Ela está presente na maior parte das suas lembranças. Então precisa dar uma chance para reconhece-la melhor. – Poli aconselhou.

Ela percebe que ainda estou hesitante sobre isso e prossegue:

— Se não quer fazer por você mesmo, faça pela sua filha.

Naquele momento, uma voz infantil invadiu minha mente:

— Papa, cantá pá Cat? – A pequena vem correndo em minha direção e quase escorrega.

Deixo o violão de lado e a amparo afirmando que canto, os bracinhos gordos se agarram em meu pescoço com força. Toco uma música qualquer, seu olhar está atento em mim, Catarina sorri desdentada. Alguém a nossa frente parece estar filmando tudo.

Sinto uma forte dor localizada na testa, minhas vistas ficam embaçadas e ouço uma voz ao longe perguntar:

— Tomás? Você está bem? – Parece ser Poliana.

Me esforço para responder, mas minha boca seca e a garganta se fecha fazendo ser difícil até respirar. A dor avança para peito e perco a consciência por instantes.

Desperto preso a uma cama de hospital, as veias latejando por conta do soro.

— Quais os sintomas você teve? – Alberto e Poliana perguntam juntos.

Relatei que tive uma lembrança da minha filha e logo depois, senti aquelas dores terríveis e desmaiei.

— São frequentes? – Quis saber o neurologista.

— Sempre que tenho alguma recordação! – Assenti, me sentindo um pouco nervoso.

— Vou diminuir a dose dos seus remédios e substituir um deles – Avisou.

— E a minha recomendação é que assim que for liberado aqui, vá ver sua filha, te fará bem – Poli completou.

Depois de alguns minutos, fui liberado. Caminhei devagar até a saída, encontrei com o segurança que levou de volta para casa.

Entrei e minha mãe avisou que Carla havia ligado alegando que Catarina estava sentindo minha falta e por isso, estava doente. Retornei a ligação preocupado, avisando que logo estaria lá. 

Nota da Autora: TOMÁS FINALMENTE TOMOU VERGONHA NA FUÇA E FOI PRA CASA, A AUTORA TÁ GRITANDO DE FELICIDADE VIADOOOOO! EU SEI QUE UM BEBEK DE UM ANO E 3 MESES NÃO DEVIA FALAR TANTO, MAS É NECESSÁRIO QUE CATARINA FALE E MUITO COM O PAPA DELA, ENTÃO ...

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Nota da Autora: TOMÁS FINALMENTE TOMOU VERGONHA NA FUÇA E FOI PRA CASA, A AUTORA TÁ GRITANDO DE FELICIDADE VIADOOOOO! EU SEI QUE UM BEBEK DE UM ANO E 3 MESES NÃO DEVIA FALAR TANTO, MAS É NECESSÁRIO QUE CATARINA FALE E MUITO COM O PAPA DELA, ENTÃO NÃO JULGUEM . ( A LINHA CRONOLÓGICA DE TD\LDM É TODA BAGUNÇADA MESMO) 

2018 - Catarina no fornininho até dezembro 

2019 - festa de um aninho tema jasmine 

2020 - Catarina, a irmã mais velha faladeira 

Não quando sai o próximo capítulo, pq eu tbm preciso estudar. 

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