capítulo 9

162 16 7
                                    

Carla

A Claridade do sol invade o quarto me forçando a acordar, permaneço de olhos fechados, os braços fortes e protetores do meu namorado envolvem minha cintura, rosto praticamente enterrado em meu pescoço porque gosta de dormir e acordar sentindo meu perfume, embora eu me sentisse suada e suja depois de uma madrugada inteira de sexo, ele ainda insistia que meu cheirinho natural é o seu favorito e que depois de cinco meses e uma semana tudo que precisava era dormir agarrado à mim, seria fofo se eu não enxergasse o medo que faiscava em seus olhos a cada palavra dita.

O que fez surgir em mim a necessidade de provar para Tomás que não havia com o que se preocupar temos a vida toda pela frente e juntos, o amo e não me imagino sem ele, algum dia. Farei o que for preciso para nos manter unidos e espero que também esteja disposto a isso.
Em um movimento brusco, Tomás me solta, assusto-me com o grito estridente que escapa da sua boca:

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH NÃO! – Suas mãos estão trêmulas, o rosto vermelho e lágrimas escorrem pelo canto de seus olhos.

— Calma, meu amor! O que foi? – O abraço forte, tentando entender o que houve.

— E-u pen-sei que tivesse te perdido pra sempre! Estávamos em um carro, perdi o controle e você acabo-ou. – Estava difícil compreender o que ele dizia, a cada palavra o choro aumentava.

Tratava-se de um infeliz pesadelo e só. Acho que nunca o vi tão transtornado

.— Ei! Olha pra mim, eu tô bem aqui inteirinha do seu lado... Foi só um sonho ruim – Segurei seu rosto.

— Parecia tão real... Foi muito angustiante não poder fazer nada pra te salvar, mesmo tentando com todas as forças. – Um murmúrio acompanhado de um soluço lhe escapou os lábios trêmulos.

— Mas não era, portanto chega de pensar nisso. – Acariciei seus cabelos bagunçados.

— Perdão por ter sido tão babaca nos últimos tempos e ter nos afastado tanto.

A fim de encerrar o assunto que tanto me afligia e farei de tudo para deixar no passado, o puxei para um beijo, senti o sabor salgado dos seus lábios, por conta das lágrimas, nossas línguas se entrelaçam dando sintonia e ritmo ao beijo.

Estou sentada sobre ele novamente. Suas mãos estão em minha cintura auxiliando os movimentos do meu quadril enquanto me preenche por completo. Somente depois que nossos líquidos se misturam e o relaxamento nos atinge percebo que não usamos preservativo nenhuma só vez e parei com o anticoncepcional, pois estava me fazendo engordar. Aquele pensamento me deixou inquieta. Voltei a ficar deitada na cama tentando regular a respiração e parar de fantasiar uma gravidez.

Meu celular tocou em cima da cômoda o peguei era uma vídeo chamada com a minha irmã, provavelmente era a Belinha, só ela me liga assim.

— Onde você jogou minha calcinha? – Questionei vestindo o sutiã, afinal não posso atender uma criança estando nua.

— Ah rasguei, Amor!– Gargalhou e joguei um travesseiro na cara dele.

— Idiota!! Se depender de ti vou ter que andar pelada por aí né?

— Até agora você não estava reclamando...
Sentei na cama, me cobrindo com o lençol, atendendo a chamada da minha sobrinha:
— Tiaaa Cá! Você ainda tava dormindo? Que demora para atender!

— Sim, meu amor! Lembra que a tia falou que ia viajar? Então, fiquei bem cansada de ontem e só acordei agora.

— Você plometeu que ia me levar junto! — Dessa vez foi de última hora e seu pai não ia deixar você vir.

— Da ploxima, eu peço pro tio Tommy me levar, você só enrola Belinha – Cruzou os braços fazendo um bico muito fofo.
Isso foi suficiente para Tomás tirar o celular da minha mão e começar a tagarelar com Isabela. Eu amo ver como os dois se dão bem, o que sempre leva a crer que será daqueles pais babões que mimam demais os filhos. Esse assunto de novo? Contenha-se Carla! Talvez seja a hora de conversarmos sobre isso.

— Assim que voltarmos pra casa, vamos te buscar e você passar a semana inteira conosco, prometo te ensinar a tocar guitarra em 3 dias como quer – Voltei a atenção para eles e ri da promessa feita por ele.

Ficamos conversando com ela por mais um tempo, até que a Becky descobriu a Isabela com o celular dela e insistiu para desligarmos, pois íamos perder o dia inteiro da viagem no quarto.
Já viemos à Salvador diversas vezes, ou seja, já conhecemos uma parte da cidade então é fácil decidir o que fazer o resto do dia. Como já passava das duas da tarde, resolvemos almoçar no hotel e depois irmos para alguma praia mais sossegada e vazia numa segunda– feira, pós festival de verão, quase impossível.

— Quando tivermos uma filha espero que seja tão esperta e musical quanto Isabela é! – Confessou fazendo meu coração quase saltar pela boca.

— E desde quando o senhor quer filhas? – Estou rindo de forma nervosa, enquanto a pergunta me escapa.

— Eu quero doze meninas que fritem o meu juízo e me deixem de cabelos brancos um pouco mais cedo, que sejam teimosas e lindas como a mamãe.

— Não sei se eu acho isso fofo ou fico com medo disso! E nem adianta insistir que de mim só saem três, o restante serão adotadas. – Adverti sorrindo mais tranquila.

Tomamos banho rápido, comemos e por volta das 15h da tarde partimos para praia do Solar do Unhão, em uma comunidade cercada por bares e restaurantes e histórias locais.

A areia branca, o mar esverdeado convidativo para um mergulho, os pássaros cantando e nós ali juntos.

Conversamos bastante sobre a vida e os caminhos que ainda vamos trilhar, muitos beijos, abraços e risadas dessas que nunca cansamos de ouvir. Todo o tempo desperdiçado se refazendo.

Ali, a água lavou nossas almas levando embora os maiores medos, apreensões.

Eu poderia reviver esse dia para sempre. Moraria aqui longe de tudo e todos, desde que ficasse tão em paz como me sentia agora.

Desde que eu estivesse com ele.

Nota da autora: a demora do capítulo foi porque tive que pesquisar as praias mais legais daqui (eu não conheço a cidade que eu moro, que vergonha!) e  bem poderia citar outra música, mas eu gosto dessa e meio que combina com eles né? e eu secretam...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Nota da autora: a demora do capítulo foi porque tive que pesquisar as praias mais legais daqui (eu não conheço a cidade que eu moro, que vergonha!) e  bem poderia citar outra música, mas eu gosto dessa e meio que combina com eles né? e eu secretamente amo Ivete, então né! importante salientar que não tem ninguém furando quarentena nessa história, ficcionalmente estamos em 2018 sem corana vírus viu bebês? o que acharam do capítulo? comentem,apertem na estrelinha, chama os amigos para ler....

Todo DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora