Carla
Eu sabia que ia enlouquecer quando os visse juntos, Tomás e Lauren Michelle se tornarem amigos em tão pouco tempo foi a ruína da minha sanidade, não estava feliz com o rumo que as coisas tinham tomado. Eu lutava dia após dia para fingir que acreditava que as coisas ficariam bem. Michelle queria que o filho dele tivesse meu sobrenome, porque queria estar ligada a mim pra sempre, eu só queria esquecer de tudo.
Depois da discussão, Michelle entrou em trabalho de parto prematuramente, eu poderia me sentir culpada, mas nem ao mesmo queria que aquela criança existisse, nem mesmo queria que Michelle existisse. Os gritos de dor dela, estavam me deixando apavorada e trazendo lembranças do meu primeiro parto.
Meu corpo inteiro tremia, meus ouvidos zumbiam e meu coração estava acelerado, se eu fechasse os olhos conseguiria reviver o nascimento de Catarina e todo temor que aquilo causava.
O relógio marcava 06h30 quando o choro fino e estridente de um recém-nascido preencheu cada ambiente da fazenda. Então, eu entendi que não podia mais ficar ali, pedi à Marilu que pegasse minhas malas e as de Catarina e nos levasse para o chalé, ficava dentro da mesma propriedade da fazenda, mas era muito mais afastada do casarão e de tudo.
Fiquei por duas semanas ali sozinha com Catarina, eu a distraia com passeios à cavalo e pinturas, também assistimos muitos desenhos e Tomás, que preferiu ficar na fazenda cuidando de Michelle e do bebê, vinha todas as noites colocá-la para dormir e ler uma história.
Nós ainda não tínhamos conversado direito desde aquela noite, eu não sabia o que ele estava pensando sobre mim depois de tudo e aquilo me assustava.
— O Mauro foi condenado e preso. Não precisamos mais ficar aqui ou manter o canal ativo. – Confidenciou, fechando a porta do quarto onde nossa primogênita dormia.
— Eu não quero ir embora, estou bem aqui. Você não deve se lembrar, por conta da amnésia, mas estávamos planejando mudar de casa. Tenho péssimas lembranças naquele apartamento. Quanto ao canal, não tem necessidade de excluir, só não vamos mais atualizar com novos vídeos por um tempinho.
— Quanto tempo você ainda quer ficar aqui? — Sussurrou sem me olhar
— Até quando minha irmã encontrar uma nova casa pra mim e as minhas filhas. — Digo incerta, e Tomás finalmente me olha, a expressão do seu rosto está confusa.
— Você não quis dizer uma casa pra nós?
— Não, eu vou para uma casa nova, você pode ficar na nossa, se quiser.
— Isso é uma forma sutil de dizer que vamos nos divorciar ?
— Não, amor, eu pensei em só morarmos em lugares diferentes por um tempo até tudo se ajeitar, talvez um tempo longe nos ajude a ....— Tomás me interrompe, colocando as mãos em minha nuca, massageando com a ponta dos dedos.
Sua boca colada na minha não me deixa pensar direito, seus lábios se movem devagar sob os meus, levo as mãos até seus cabelos, enrolando os dedos em seus cachos. Sugo sua língua, ele suspira, suas mãos desceram do meu pescoço para a cintura, me puxando para mais perto, se é que era possível. Quando o ar faltou, nos afastamos um pouquinho para respirar.
— É isso mesmo que você quer? Vai ficar bem assim? – Ele sussurra, com um sorriso lindo que me derrete inteira.
— Eu vou e você vai também, é só por um tempinho, eu prometo — Digo, quase sem certeza de que vou conseguir ficar longe dele.
Volto a beijá-lo e Tomás retribui com a mesma intensidade, minhas unhas arranham sua pele contornando as tatuagens, ele me ergue do chão, me carregando até o quarto, me coloca na cama com cuidado sem parar o beijo.
Tomás desce o beijo para o meu queixo e depois continua descendo espalhando beijos e mordidas na clavícula até sua boca alcançar o vão entre os seios e os apertar de leve, mordo os lábios para comprimir um gemido.
— Abre a boca — Pede, eu faço e ele coloca o dedo indicador e o médio entre meus lábios. Os sugo bem devagar, Tomás se arrepia com o toque.
Quando se convence que é o suficiente, ele se ajoelha, arranca a calcinha que eu vestia, apoia minhas pernas nos ombros firmes para logo depois enfiar a língua e os dedos dentro de mim. Ele me suga, morde e lambe até meu corpo esteja em chamas e eu me desfaça na sua boca.
Em seguida, ele se livra das próprias roupas voltando a me beijar na boca, me fazendo provar meu próprio gosto. Se deitando por cima e se encaixando perfeitamente dentro de mim. Tudo se transforma em uma nuvem de prazer até alcançarmos o ápice juntos.
— Eu... Senti a sua falta — Confesso e Tomás me aconchega em seu peito.
— Eu amo você, mas eu precisava entender o motivo de ter feito aquilo, aquele com comportamento não combina com você: A agressividade, a fuga.
— Foi um mix de muitas coisas: Raiva, cansaço e culpa por tudo que Michelle me jogou na cara e ver você preocupado com ela enquanto eu desmoronava na sua frente, foi demais pra mim. — Lágrimas se formam dentro dos meus olhos.
— Carla! E por mais que você a machuque, Michelle está apaixonada por você, não por mim. Ian está bem, foi registrado por nós, mas ela ainda insiste que você seja madrinha dele.
— Eu não posso aceitar, pelo menos, não agora! Espero que ela entenda de uma vez.
— — Eu posso conversar com ela, se você preferir. Se depender de mim, faremos tudo que for melhor para você, está bem? – Tomás beijou meu cabelo.
— Obrigada.
— Obrigada por não desistir de nós.
— Qualquer mulher no meu lugar teria te largado, você sabe, não é ?
— Mas você não é como as outras, você é.... — Começou com seu discurso clichê de sempre, mas eu cortei.
— Eu sou extraordinária, mas amar você não é uma das minhas qualidades. — o beijei para encerrar o assunto.
Fizemos planos para o nascimento da nossa bebê, tentamos escolher um nome para ela até os primeiros raios de sol entrarem pela janela e eu adormecer completamente.
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Nota da autora: um hotzinho de leves para vocês me perdoarem pela demora de atualizar essa fanfic, estamos pertinho do fim e eu estou chorosa. comentem aqui, o que estão achando que vai acontecer ?
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Todo Dia
FanficUm músico e uma bailarina que namoram há 7 anos começam a enfrentar problemas para conciliar a carreira e o relacionamento. Uma viagem à Salvador e a chegada de uma filha pode ser a solução para tudo ou o início do fim