Capítulo 11 - Lembre de mim

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Tomás

Acordo bem tarde no domingo e noto um caderninho preto em cima do travesseiro ao meu lado. Curioso o pego e começo a ler:

" Vamos voltar dez anos no tempo de novo, para que eu possa contar sobre nosso primeiro beijo. O chamo de "Beijo solidário" Porque só nos beijamos para evitar que um amigo fosse expulso do colégio e por mais apaixonada que eu estivesse, ainda era muito tímida e nós só éramos bons amigos. Então eu estava muito muito nervosa, mas até que foi bom.

Depois, você foi até minha casa e tentou me beijar de novo, eu recuei porque sabia que beijaria qualquer coisa que usasse saias e eu não queria ser só mais uma na tua lista. E permanecemos amigos por mais um tempinho. "

Coço os olhos meio rindo: eu era mesmo esse tipo de cara quando nos conhecemos? Que grande merda!

Passei para próxima folha com medo do que encontraria ali:

"O acontecimento de hoje, poderia ser mais romântico: O dia que você finalmente me pediu em namoro: Teve um ataque de ciúme depois que um colega me defendeu de uma situação ridícula. O que aconteceu foi o seguinte: você gritou que odiava ver outros caras perto de mim e que esganaria todos eles, se pudesse. Em seguida tentou me beijar. Eu recuei, você propôs o namoro. Minha cabecinha desmiolada, carente e apaixonada achou tudo muito lindo e aceitou.

Grande erro. Uma verdadeira bomba relógio, mas fica pra próxima carta o motivo. "

Se eu era esse grande idiota, como chegamos ao ponto de casar?

" O que aconteceu depois? Não nos desgrudavamos um segundo sequer, uma parte de mim se sentia muito segura contigo, talvez porque foi o único que me apoiou quando precisei sem julgamentos e pela primeira vez, me senti amada de verdade.

Eu estava tão feliz que não percebia o quão possesivo você era e fui deixando que acontecesse num dia, você implicava com o tamanho do uniforme, no outro se eu interagia com outros meninos, mesmo que fossem seus amigos!

O tempo foi passando e nós nos transformamos em dois monstrinhos controlados. Até que o inevitável aconteceu: Terminamos! E um mês e meio depois voltamos, um pouco mais tranquilos, eu diria. "

Ah então o problema é que ambos éramos muito inseguros, certo? Em minha defesa, eu acho que tinha medo de perder mais alguém como fui abandonada pela minha mãe. Eu tinha esse medo.

Opa, eu deveria estar recordando de coisas mais importantes do que isso agora,isso estava me incomodando.

Segui para a quinta folha:

Então, as férias chegaram, você queria viajar para Nova York, eu ainda não tinha o visto, portanto não podia viajar. Tivemos uma briga muito infantil e terminamos. Perdemos o suficiente nos alfinetando o máximo possível, estávamos na mesma banda, na mesma sala de aula, no mesmo ciclo de amigos. Eu nunca ia me livrar de você. Um dia, você pediu desculpas e propôs que voltássemos a ser amigos. Eu aceitei e as coisas voltaram ao normal entre nós.

Pouco tempo, começou a me escrever cartas anônimas, apesar de achá-las lindas e estar completamente apaixonada pelo garoto que escrevia cartas pra mim. Quando soube de quem se trata, me senti um pouco enganada.

Você uma declaração, como posso dizer? Pública e docinha. Voltamos e tudo ficou finalmente bem pra nós dois.

O restante da nossa história, prefiro contar pessoalmente, se me permitir.

Então duas perguntas surgiram em minha mente: será que ela ainda guardava estas cartas? E se eu as lesse teria certeza do meu amor por Carla? Só saberei se permitir nossa aproximação, correto? Como faço isso?

Folheei o caderno em busca de mais alguma pista ou qualquer coisa que me ensinasse a puxar assunto com aquela mulher esquisitamente intrigante.

Tomei um banho e liguei para Poliana para contar sobre o diário e lembranças da noite passada + a sessão de fotos

— Sabe o que eu acho? Que você está se cobrando demais para recuperar a memória ao mesmo tempo que reluta para não se lembrar de nada por medo da verdade. E me desculpe, mas você pediu pra soar mais como amiga do que como uma profissional paga para avaliar seu progresso mental e fiz favor te atender num domingo de manhã.

— Desculpa, Poli! É que sei lá, não consigo voltar a conversar com meus amigos.

— Não foi nada, você é meu paciente favorito e quanto aos seus amigos, resolvemos isso de maneira pouco convencional na quarta-feira, pode ser?

— Pode! – Confirmo com animação.

Desço para o café e tudo que eu encontro é Catarina acompanhada de sua babá Ana Clara:

— Carla me ligou e pediu para que eu viesse cuidar de Cat, ela está um pouquinho indisposta – Explicou e ao ver a preocupação chispar em meu olhar completou — Mas não é nada que precise se preocupar.

Durante o dia fiz o máximo para distrair minha filha, já que a mãe ficou o dia inteiro trancada no quarto.

Por muitas vezes, tive vontade de bater em sua porta, mas o que eu diria? Como poderia cuidar dela? Minha presença melhoraria ou pioraria seu estado?

Por mais um dia, Carla permaneceu sendo uma grande incógnita para mim. 

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Nota Autora: Finalmente as coisas estão andando nessa fic, eu to tentando escrever mais rápido e postar com mais frequência e talvez a gente se aproxime do fim antes do planejado.APERTA NA ESTRELA, COMENTA, DEIXA SUGESTÃO NO MURAL, COMPARTILHA A FIC COM OS AMIGOS. E ATÉ A PRÓXIMA.

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