capítulo 33

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Tomás

Catarina completara 10 meses e já está quase falando e conseguia andar solta por aí, o que significa que eu e Carla precisamos ficar atentos o tempo inteiro.

A minha querida esposa tinha retornado ao estúdio de dança há mais de uma semana, até agora tudo vai bem. O Mauro está me pressionando para voltar a fazer shows, o mais breve possível. Eu não estava disposto a isso agora, não quero ficar longe da minha filha nem por um segundo. 

Talvez estivesse traumatizado por ter perdido o nascimento dela, eu imaginava que se saísse daqui, ela diria a primeira palavra, e eu não quero perder esse momento ou então os dentinhos começarão a crescer e ela sentirá um enorme desconforto. E conhecendo Carla como eu conheço, sei que ficaria desesperada sem mim aqui.

Sem chance, só pisarei em um palco depois que a princesinha fizer um ano. Está decidido.

— Posso saber em qual planeta você está? Cat dormiu e a mamãe precisa de colo. – Deitou-se ao meu lado com um bico enorme nos lábios.

A gestação e a maternidade de um modo geral deixou a gatinha muito
dengosa, tudo é motivo para choro ou abraços, embora eu quisesse mais do que isso há um bom tempo. Ela sempre nega, na verdade, nem ao menos me deixava encostar nela, parece que casei com uma freira.

Aquela não era hora pra reclamar de falta de foda e sim, vestir a capa de marido super compreensivo, ainda que não estivesse com mínima paciência pra isso no momento.

— E posso saber o que aconteceu que te deixou tão carente?
—  A Michelle está me ignorando totalmente desde que eu voltei para estúdio, não fiz nada, juro!
— Você a conhece há sete e meio, sabe bem que é o jeito dela, e além do mais, acabou de terminar namoro. Deixa ela quieta um pouquinho. Logo, logo está aqui invadindo a casa sem ser convidada. – Argumentei arrancando-lhe um meio sorriso.
— É, tem razão!

Ficamos em silêncio por longos minutos. Algo que eu ainda não sabia o que era direito estava me incomodando ou alertando sobre um possível problema que surgiria rapidamente.

Sim, tornei-me o homem que eu mais temia ser, aquele que está sempre  muito preocupado com o futuro para poder desfrutar do presente.

A minha juventude e rebeldia escorria pelos dedos sem que eu notasse. Me pego pensando, se não fui precipitado demais ao me casar às pressas por medo de perder a namorada e que rumos a vida teria nos dado, caso tivéssemos terminado quando tudo parecia perdido?

Para nenhuma daquelas perguntas haviam respostas e já é tarde demais para procurá-las.

Sei que soa como se eu estivesse consumido pelo arrependimento, mas não passa de devaneio. De curiosidade, de imaginação fértil demais.

Pelo menos, me agarro a acreditar nisso para não pôr tudo a perder outra vez.

Nota da autora: E vamos de Tomás tá loucão já e a autora permanece nervosa, mas me contem o que acham?

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Nota da autora: E vamos de Tomás tá loucão já e a autora permanece nervosa, mas me contem o que acham?

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