Um músico e uma bailarina que namoram há 7 anos começam a enfrentar problemas para conciliar a carreira e o relacionamento. Uma viagem à Salvador e a chegada de uma filha pode ser a solução para tudo ou o início do fim
Finalmente chegou o dia em que retornarei ao On beat, uma mistura de ansiedade com felicidade preenchia o meu peito. É o primeiro dia do resto da minha vida como profissional e mãe.
Nesta primeira semana ou até que ela tenha idade para entrar na escola, Catarina ficará comigo no estúdio com auxílio de Clara, ainda não decidi definitivamente, tudo depende de como vai se adaptar em um novo ambiente.
Terminei de me arrumar com muito custo, metade das roupas já não servem mais, ganhei seis quilos durante a gestação e os perdi nos últimos quatro meses. Eu preciso urgentemente fazer compras! Vai ter que ficar pra depois.
Michelle se ofereceu para nos buscar, o que achei estranho, faz três ou quatro meses que não nos falavamos e mesmo sendo madrinha de Cat, raramente nos visita, entretanto movida pela curiosidade, pois disse que tem algo muito importante a dizer, aceitei a carona.
Desci as escadas apressada, esbarrei com Tomás na sala, ele me lançou um sorriso que dizia " tem certeza que vai fazer isso? " Totalmente no automático, assenti. — Chelle está te esperando na garagem – Ainda era esquisito ver os dois se dando bem. Demos um selinho e esperei por Clara descer com a minha bebêzinha, na porta. Minutos depois, ela aparece. Pegamos o elevador, fiquei esse curto tempo com a Moranguinho no colo, estava quieta demais e aquilo me preocupou.
Quando chegamos á garagem vejo que Michelle está encostada na porta do carro, a observando mais atenta pude perceber a postura cansada,os lindos e misteriosos olhos verdes inchados.
Assim que me aproximei o suficiente, a abracei o mais apertado que consigo. Com a voz trêmula, tal como seu corpo inteiro, me confidenciou em um sussurro o que temia: — Camila terminou comigo. Q-quer dizer, eu terminei nosso namoro. Não sei, estou confusa demais.
Michelle namorava Camila já quase 8 anos, a relação delas era muito complicada, porque Camz escondia o relacionamento e a sexualidade para a família que é,como posso dizer? Conservadora! As coisas ficaram mais difíceis após minha amiga decidir se estabelecer no Brasil. As duas se amam, até onde me lembrava estavam planejando se casar. Aquele término não fazia sentido nenhum.
Quis mudar a rota do nosso destino para o apartamento dela e deste modo saber mais detalhes dessa história, cogitei até pedir que Clara voltasse para casa com a minha filha para pudéssemos ter mais privacidade para conversar no caminho, mas com toda sua teimosa, Michelle recusou.
Logo após montarmos a cadeirinha do bebê no banco de trás e deixá-la confortavelmente sentada ali com a babá ao seu lado.
Sentei no banco passageiro, coloquei os cintos e Mih deu partida, dirigia em velocidade mínima, porém apertava o volante com força. Paramos em um sinal vermelho. — Por que? – murmurei a encarando. — Porque eu me apaixonei por outra pessoa.... – Ela falou tão baixinho que eu mal consegui ouvir. — E você já contou para ela? Conheço? – Questiono sem conter a curiosidade. — Não.... Tive coragem de..... Contar! – gaguejava e falava pausadamente. Demostrava um nervosismo, vergonha e receio que eu nunca tinha visto. — O que houve com você? O término com a Cabello amoleceu seu coração de pedra? Ou então dessa vez o caso é mais difícil? O que pode ser mais difícil do que manter um relacionamento a distância com alguém que insiste em permanecer no armário? Vamos lá, Morgado! Nada pode ser tão ruim quanto isso. – Digo em tom de brincadeira, mas ela permanece séria. — Também acreditava nisso até me ver apaixonada por uma mulher casada e aparentemente HÉTERO! – Confessou Entre dentes. — Você só pode estar brincando! – Uma gargalhada nervosa escapou pela minha garganta. Um pensamento tolo chispa em minha mente por meio segundo não me travo a proferir aqui, pois não tenho plena certeza.
— Ah como eu queria estar brincando.
O restante do trajeto fora silencioso, salvo alguns gritos e risadinhas de Catarina. O carro foi estacionado em frente ao On Beat. Meu coração estava acelerado, era como voltar para casa depois de muito tempo longe.
Desci, tirei Cat de dentro do veículo e a carreguei no colo: — É aqui, meu amor, a segunda casa da mamãe. Você vai adorar aqui e vai criar muitas memórias felizes aqui. – Sorri para minha princesinha que involuntariamente beijou minha bochecha.
Eu amo esse carinho.
Durante o resto do dia, resolvi toda a parte burocrática do estúdio, tendo uma dúzia de reuniões virtuais e presenciais. O momento mais calmo que tive foi apresentar minha pequena para equipe e algumas turmas.
Não houve tempo para voltar a dançar, o que eu mais sentia falta,ainda assim quando o relógio marcou 18h30 me encontrava completamente exausta.
Pedi para Tomás me buscar, pois Michelle estranhamente me evitou.
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Nota da Autora: FAZ MUITO TEMPO QUE EU NÃO FALO NADA AQUI NÉ? MAS A AUTORA TA MUITO NERVOSA COM ESSA NOVA FASE DA FIC. VOCÊS SACARAM POR QUEM A MIH TA APAIXONADA? ME DIGAM DESAFIOS/TAGS PARA ToCar FAZER NO CANAL DELES.
