capítulo 22

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Tomás

A cada dia, eu me apaixono mais na ideia de ser pai da Catarina, nasci para isso. Talvez esteja exagerando no cuidado com Carla, mas é que nada pode dar errado e a minha função é cuidar delas, protegê-las é a minha maior responsabilidade e prioridade.

Não me permito estar longe ou falhar com elas. Mas hoje, tive que permitir que a minha esposa saísse com Alice para fazer umas compras necessárias para a bebê, quis ir junto,mas claro que elas recusaram.

Tentei aproveitar o momento sozinho para compor, mas ideia nenhuma parecia boa e no fim das contas, acabei passando uma hora andando de um lado para outro. Quase fazendo um buraco no chão.

O celular tocou e o peguei rapidamente, olhei para o visor e era a Alice. Será que aconteceu alguma coisa? Falei que isso não ia dar certo. Sentindo o desespero tomar conta do meu corpo e atendi a ligação.
— O que houve? Cadê a Carla? Como está? Já estão voltando? – Disparei a fazer perguntas.
— Calma, Tomás! Deixa de ser paranóico! Já estamos voltando, só paramos numa hambúrgueria porque a bonita da sua esposa ficou com desejo de comer! E estamos levando um pra você também, é muito bom! Tchau.
— Espera aí, ow traz batata frita também pelo susto que você me fez passar agora – Gritei antes que desligasse na minha cara!

Peguei o violão que estava do lado e comecei a dedilhar uma canção qualquer para distrair a mente.

Demorou mais de duas horas para que Carla retornasse sozinha,  carregando várias sacolas, provavelmente com roupas de bebê.
—  Eu não resisti e comprei quase tudo que vi pela frente e a Alice não facilitou nada pra mim. – Carlinha largou tudo no chão, antes que a ajudasse e se jogou no sofá ao meu lado.
— Ah poxa, avisei que também queria escolher algumas roupas da baby e vocês nem sequer me esperaram! – Reclamei.
— Quantas vezes, vou ter que dizer que o plano era apenas decidir o papel de parede do quarto e acabamos comprando mais do que devíamos? Prometo que da próxima vez, eu espero você e vemos tudo juntos, okay?– Ela sorri me puxando para um beijo.

Repouso as mãos em sua barriga e nossa filha parece reconhecer meu toque. O que me faz sorrir entre o beijo.  A morena se aproveita disso para mordiscar meu lábio inferior como boa canibal que é. Ficamos assim por uns minutinhos até que ela sussurra sem se afastar:
— Sentimos muita saudade hoje e acho bom, você cantar agora para alguém dormir ou vai ficar muito brava com você, papai.
— Eu também senti muita saudades das minhas meninas hoje e a Cat não vai ficar brava com o papai, porque vou cantar pra ela agora mesmo – Espalhei beijinhos por toda sua casinha. Ela respondia com chutes animados.
— Calma, criança! – A mamãe gritou pela " dor " que sua agitação causava.

Peguei o violão e comecei a dedilhar uma música do Stvie Wonder que veio á minha mente enquanto imaginava como seria quando Catarina estivesse aqui e como já a achava maravilhosa e amável antes de conhecer e em como, ela era o nosso maior presente.

" Isn't she lovely?
Isn't she wonderful?
Isn't she precious?
Less than one minute old
I never thought through love we'd be
Making one as lovely as she
But isn't she lovely made from love?
Isn't she pretty?
Truly the angel's best
Boy, I'm so happy
We have been Heaven blessed
I can't believe what God has done
Through us He's given life to one
But isn't she lovely made from love?"

//////////

"Ela não é adorável?

Ela não é maravilhosa?

Ela não é preciosa?

Com menos de um minuto de idade

Eu nunca pensei que através do amor

Faríamos alguém tão adorável quanto ela

Mas ela não é adorável feita de amor?

Ela não é linda?

Verdadeiramente o melhor dos anjos

Cara, estou tão feliz

Nós fomos abençoados pelos céus

Não acredito no que Deus fez

Através de nós Ele deu vida á alguém.

Mas ela não é adorável feita de amor?"

Como a mãe previra, a pequena se acalmou com o som da minha voz e me senti completamente poderoso e abençoado por isso.
Minutos depois, mostrou cada nova peça comprada para o guarda roupa de Cat, eu já conseguia a imaginar vestindo todas elas, sujando todas elas e nos deixando loucos de amor.
O medo de não ser suficiente ainda existia, mas se perde em meio á ansiedade em ter minha filha nos braços.

Todo DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora