capítulo 9 - Lembre mim

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Tomás

O ensaio fotográfico de ontem me fez ter lapsos de memória bastante íntimos. Descobri a risada que sempre surgia em minha mente é a dela e o mais simples toque é muito satisfatório. Senti-me como se pertencesse a Carla. Mesmo que eu prendesse ficar em alerta, fui ficando completamente relaxado com a presença dela e permitindo uma trégua por algumas horas, o que resultou em lembranças de detalhes que o antigo eu gostava naquela mulher.

Seu perfume é viciante, a maciez da pele delicada ao toque, atitudes e sorrisos atrevidos com um pouco de mistério, o que me traz o desejo enlouquecedor de desvendar tudo.

Por um momento, deixo a quase discussão passar batido, saber que o tal segredo que ela escondia e que tanto me intrigava era uma gravidez. Então por isso todos tentavam protegê-la dos meus prejulgamentos e afastamentos, mas algo não se encaixava:

Em lembranças desconexas o segredo ou que quer fosse parecia ser algo que nos causou diversas brigas e desentendimentos. E certamente, um Bebê não causaria nada disso. Eu nunca rejeitaria o meu filho.

A reação da Dançarina me deixou um pouco assustado e um tanto culpado, ela gritou que não teve coragem de me contar sobre a criança, porque eu a odiava.

E eu ACHO que não a odeio. Odeio o fato de ter esquecido coisas importantes sobre nós.

São quase meia noite, agradeço mentalmente por Malu ter trazido meus pertences para o quarto de hóspedes, jamais conseguiria dormir no mesmo quarto que Carla.

Como tô sem sono, resolvi desbloquear a tela do celular para olhar as fotos que eu havia tirado antes do dia que perdi a memória, ainda tenho que me acostumar de novo a mexer em smartphones, são um pouco complicados, assim que abri a galeria em sua maioria me deparei com fotos de Catarina, dos desenhos que ela fez em algumas partituras, toda suja de maquiagem, usando meus óculos escuros.

Em uma outra pasta, encontrei fotos de Carla, na primeira está sorrindo deitada no meu peito, avanço para a próxima imagem ela está vestida com apenas com uma camiseta minha, seus braços estão em volta do meu pescoço enquanto nos beijamos.

Parecemos felizes.

Minha visão desfoca e sou transportado de volta ao passado:

Abro os olhos e Carla vem em minha direção, está linda com a cara amassada, os cabelos cacheados e vestindo minha camiseta azul, com um sorriso atrevido estampado nos lábios, ela senta sobre meu abdômen envolvendo os braços nos meus ombros, sua boca se une com a minha com urgência. Tiro uma foto, deixando o telefone de lado. Invertendo nossas posições por cima dela.

Minhas mãos ansiosas reconhecem cada curva de seu corpo, enquanto suas unhas se cravam nas minhas costas deixando marcas suaves.

Nossas línguas se movimentam em sintonia e intensidade.

Por falta de fôlego ou por vontade, separo nossas descendo para pescoço, inalando seu cheiro doce.

Seguro a barra da camiseta e puxo para cima, a deixando nua para mim

— Eu nunca me canso de amar você – Confesso antes de levar a boca até seu seio direito, massageando o esquerdo.

— Eu nunca me canso de ser amada por ti, principalmente de sentir tua boca em cada pedacinho meu – A Frase sai entre gemidos e puxadas no meu cabelo.

Sacudo a cabeça tentando frear tais lembranças, eu não precisava ainda saber como funcionava o sexo entre nós ou qualquer coisa.

Agora eu estou confuso e duro para cacete, que merda!

Depois de um banho frio e tentativas frustradas de tirá-la da minha cabeça, acabei pegando no sono. 

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Nota Autora: Tanta coisa pra lembrar e Tomás foi lembrar do cabaré romântico. O QUE VOCÊS ACHAM QUE ACONTECE AGORA ? 

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