Carla
É o meu aniversário de 24 anos e não consigo parar de pensar o quanto o tempo passou rápido desde a formatura no Elite way, logo a banda partiu em sua primeira turnê internacional e por mais que eu amasse estar no palco, nunca me sentia totalmente confortável em cantar, a minha paixão sempre a dança, então um ano depois (2014) eu resolvi sair da banda para me dedicar a isso, meus amigos e colegas de trabalho me apoiaram mais do que imaginava. Alguns meses se passaram e o Tomás recebeu uma proposta de fazer carreira solo e claro aceitou, pois queria cantar as próprias músicas e fazer o som que realmente gostava. Em meio a todas essas mudanças decidimos morar juntos, precisamos do nosso espaço e estávamos muito apaixonados, foi como unir o útil ao agradável.
Foi o que eu achei na época, nossos dois primeiros anos vivendo juntos foram pura felicidade, porém não durou muito, a rotina começou a nos consumir e ficamos cada vez mais focados em trabalho e mais trabalho. As viagens dele se tornaram constantes sem que eu sequer percebesse, a carreira musical internacional do meu namorado foi como uma explosão! Ao passo em que pouco a pouco, a minha dedicação á dança também dava resultados satisfatórios.
Somente no ano passado, consegui realizar um sonho antigo: Abrir meu próprio estúdio de dança, lá ensino crianças, adolescentes, adultos e idosos essa arte e também gravo vídeos para redes sociais e tem sido um sucesso, o " On Beat " é o meu maior orgulho.
Entretanto, tive que fazer muitos sacrifícios e o meu relacionamento acabou ficando em terceiro plano.
Eu e Tomás nos tornamos dois desconhecidos que vivem sob o mesmo teto aos fins de semana e eventuais feriados.
— Carla, você está nesse planeta? – Diego estalou os dedos na frente do meu rosto.
— Nesse, eu só estava pensando na vida! Típico dos aniversários. – Suspirei.
— Na vida ou no Tomás? A situação não melhorou depois que ele chegou? – Meu melhor amigo questionou, era com ele que desabafava o caos que meu "casamento" se transformou, pois precisava de uma perspectiva masculina.
— Não nos falamos ainda, ele nem olha mais pra mim! Tenho certeza de que não me ama mais, acho que o melhor a fazer é deixá-lo livre, terminar de vez – Enfio um brigadeiro na boca para evitar o choro.
— Não tenho dúvidas de meu amigo te ama e muito, é normal passar por esse tipo de crise depois de oito anos juntos.
— Você e a Beta não tem esse tipo de problema! – Apontei.
— Não temos porque não fugimos de uma conversa como vocês estão fazendo. – Acusou.
— Não estamos fugindo! Só não tivemos um tempo a sós ainda!
— Prometa que assim que a festa acabar vai conversar com ele – Segurou minhas mãos.
— Prometo!
— Agora vamos nos divertir!! Vamos dançar, eu sei que você adora essa música.
Tocava " Sunflower " Rex Orange Country. E ela sempre me animava, então eu concordei com o Di, e fomos para o centro da sala cantando e pulando despreocupada, rapidamente o restante dos meus convidados se juntou a nós, mas ele não veio até mim continuou escorado na ponta do sofá e me observava friamente, tive a sensação de ter sido congelada por dentro.— Amiga,tudo bem? – Alice se aproximou preocupada com a minha palidez.
— Tudo, é que eu acho melhor cantarmos logo os parabéns, sei que disse que a festa não tinha hora para acabar, mas de repente não estou mais no clima – Olhei para o chão.
A minha irmã escutou a conversa e foi para a cozinha buscar o bolo. Estava tão triste e confusa que fiz tudo no automático.E quando todos foram embora, tranquei a porta do quarto e me permiti chorar até dormir.
nota da autora: Gostaram ? O primeiro capítulo está curto porque era só para resumir o que aconteceu durante a passagem de tempo. apertem na estrela e comentem, ajuda muito!
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Todo Dia
FanfictionUm músico e uma bailarina que namoram há 7 anos começam a enfrentar problemas para conciliar a carreira e o relacionamento. Uma viagem à Salvador e a chegada de uma filha pode ser a solução para tudo ou o início do fim