🔸🔶Capítulo 19 - Despedidas sempre me fazem chorar🔶🔸

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Porque dizem que lar é onde o coração se grava em pedra
É onde você vai quando está sozinho
É onde você vai para descansar seus ossos
Contanto que estejamos juntos, importa aonde vamos?

Home - Gabrielle Aplin

— Você TRANSOU com ele? — o grito ecoa pela linha.

Afasto o telefone do ouvido e faço uma careta enquanto tento me recuperar.

— Meu Deus, Beatrice... — murmuro, cutucando um fiapo na coberta espessa — Não seja tão indelicada.

— Ai. Meu. Deus. Você realmente fez — ela grita mais uma vez, pausadamente mesmo com a voz alterada. Ouço barulhos de panelas batendo do outro lado da linha — Merda, quase me fez queimar o brigadeiro!

— Essa é uma reação boa? — pergunto.

— Ai, meu Deus, é uma reação ótima! — ela continua gritando — Já não era sem tempo, Luna.

— Não sei se fico feliz ou ofendida — franzo a testa. Ouço a risada de Beatrice pelo telefone.

Ela demora um instante antes de voltar a falar.

— Estou feliz por você, Luna. Muito, muito feliz — ela suspira, como se estivesse encantada.

Sorrio, mesmo que ela não possa ver.

— Significa muito para mim — murmuro.

— Só um instante — ela diz, e mais uma vez ouço o barulho da cozinha.

Aguardo. Olho para baixo, para o mar.

— Que horas são aí? — Beatrice pergunta, voltando à ligação.

— 5 da manhã — respiro fundo.

— Uau... Você não dormiu quase nada essa noite também. Deveria ao menos deitar mais um pouco. É o seu último dia aí — Beatrice responde, e ouço seus sons de satisfação quando experimenta o brigadeiro.

Continuo encarando o mar pela varanda, os raios de sol ainda preguiçosos demais para se mostrarem.
Antes que eu possa responder, ouço um barulho na porta de vidro. Quando me viro, vejo Mário parado do outro lado da porta, as mãos no bolso. Sorrio e me viro para o mar uma última vez.

— Acho que tenho coisas mais interessantes para fazer — murmuro para Beatrice.

— Agarre este homem — Beatrice murmura de volta antes de encerrar a ligação.

Balanço a cabeça. Meu Deus, ela não tem salvação...

Me viro para trás e abro a porta para Mário, que não quis entrar mesmo que estivesse destrancada.
Mário nunca deixou de me dar o meu espaço.

— Boa madrugada, Passion.

Corazón... — sorrio para ele antes de passar meus braços por seus ombros.

Os lábios de Mário tocam os meus suavemente. Ele morde meu lábio inferior, e sinto tudo dentro de mim borbulhar.
Pareço uma adolescente descobrindo o prazer.

— Parece que gostou mesmo do meu lugar favorito na casa — ele sussurra, ainda próximo a mim — Uma pena que seja absurdamente frio — Ele faz uma careta enquanto afasta o rosto minimamente e desvia seu olhar para o mar.

Espalmo minhas mãos na nuca de Mário, e ele se encolhe com o toque frio, me olhando como se eu fosse uma criminosa.
Mas suas mãos não deixam minha cintura.

Lágrimas De Vidro - LIVRO 2 - Duologia Em Busca Da FelicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora