Luna jurou vingança e, apesar dos olhos bondosos, ela é implacável quando está diante de seus cacos.
Após uma descoberta que mudou tudo em que acreditava, essa mulher lutará para fazer com que os responsáveis pelo desastre de sua vida paguem pelos a...
Toda vez que conversamos, dói muito Porque eu nem sei o que somos Eu nem sei por onde começar
That Way - Tate Mc'Rae
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Elijah tem em torno de seus 60 anos; o cabelo já grisalho e o rosto marcado por linhas de expressão que o fazem parecer eternamente preocupado. Curiosamente, ele exala elegância. Perto dele, mesmo com meus 1,70, eu pareço uma anã. Ele carrega uma bengala por um problema qualquer com a perna direita, mas isso não diminui sua postura imponente. Mesmo se não tivesse a informação de que ele foi policial, não conseguiria imaginá-lo em outra profissão, e o porte bruto e sofisticado explica as promoções a Detetive.
— Elijah Young — o homem se vira para mim, e meu tempo de reação é maior que o necessário. Até então, ele tinha atendido Mário e ignorado minha existência por quase 3 minutos.
— Luna Dawson — estendo minha mão também, e o aperto da mão dele é firme. Diferentemente de Laurent, que eu havia visto apenas alguns minutos atrás, ele não exala simpatia.
— Entrem, vão acabar congelando. — Ele finalmente abre espaço para que passemos pela porta.
Mário e Elijah engatam em uma conversa em tom baixo, e não me dou ao trabalho de ouvir enquanto Mário o põe a par de todas as informações que sabemos e mostra a ele o que conseguimos no hotel. Observo a casa, alheia à conversa. Não é uma mansão, mas também não é nada modesta. A sala é espaçosa, o teto alto, e toda a decoração é em tons quentes. A enorme lareira está apagada, mas ainda assim torna o lugar ao todo muito aconchegante, contrastando com o rosto vincado de Elijah. Tenho que admitir que ele ao menos tem bom gosto.
Elijah, sem parar de ouvir Mário, aponta para um grande sofá marsala no meio da sala, onde nós 3 nos sentamos, eu mais distante de Elijah enquanto Mário estende para ele a foto da mulher.
— Quanto tempo acha que vai levar? — Mário pergunta e, pela primeira vez, volto minha atenção para a conversa.
Elijah franze os lábios, o que torna sua expressão ainda mais dura.
— 15 dias — resmunga por fim.
Arregalo os meus olhos. Mais uma vez minha esperança é esmagada com tudo. 15 dias impotente?
— Tudo isso? — Mário pergunta, a voz quase raivosa — Você não disse que tinha contatos?
Elijah suspira, colocando as mãos para cima como quem se livra da culpa.
— E eu tenho. Mas eles estão de férias. — Ele aponta para a janela de vidro outro lado da sala, onde o céu, mesmo à noite, está enevoado — Terei de buscar outras opções. Acredite, estou tão desconte quanto você. Não gosto de enrolação.
Elijah trinca os dentes. Mário suspira, passando a mão pelo rosto e se afundando no sofá macio.
