Eu sei que não há esperança, mas espero
Tomando conhecimento do meu coração partidoCan you hear me? - Munn
Beatrice me puxa para trás.
Cambaleio quando ela me solta, sabendo que estou fraca demais agora.
Isabela corre até mim, por instinto, e Beatrice tranca a porta — dessa vez, comigo, ela e Isabela dentro do quarto.Beatrice pega o celular, clicando algumas vezes na tela antes de iniciar uma chamada.
Percebo que só há dois cortes na bochecha dela, mas eles parecem profundos e o sangue pinga até a camiseta que ela está usando.
Cambaleio até a cama, a dor em minha face cegando meus olhos por um instante. Pelo olhar de Isabela sobre mim, sei que minha situação provavelmente está ainda pior do que a de Beatrice.— Você recebeu alta? — pergunto, enquanto Isabela tenta, de alguma forma, limpar o sangue com seus dedos.
— Sim. Peguei um táxi e vim direto pra cá, esperava encontrar você e Mário... — a voz dela é baixa, aguda.
Só percebo que Beatrice está ligando para Mário quando ouço a voz dele no alto falante, grave e incendiada:
— Sua maldita filha da puta...
Não sei onde ela conseguiu o número de Mário, mas essa não é a coisa mais bizarra no momento.
— Controle sua boca ou não poderemos ter essa conversa — Beatrice cantarola.
— Solte ela. Imediatamente — Mário grunhe.
O sorriso se espalha pela boca de Beatrice. Percebo que a mão dela também está sangrando, ferida pelos estilhaços que voaram da janela.
— Isso parece vantajoso apenas para um de nós, não acha? — ela questiona, a voz calma.
Mário solta uma risada, e até mesmo eu me enrijeço. O som é oco, grave... Uma promessa de violência.
— Se acha que vou negociar, está muito enganada. É preciso apenas uma maldita palavra fora do lugar pra polícia entrar nesse lugar e esfregar sua cara no chão.
Beatrice olha pela janela, se aproximando o suficiente para olhar o chão abaixo. Ela acena para Mário, um sorriso no rosto.
— E basta apenas um empurrão pra que alguém caia daqui — ela murmura — Pode me ameaçar o quanto quiser, Mário. Pode me prender, mandar que me matem ou o que desejar, mas se você não tiver a Luna, de que serve tudo isso então?
Tenho vontade de gritar que ela não seria capaz, mas o sangue que ainda escorre pelo meu rosto é prova do contrário.
— Vadia desgraçada — Isabela grunhe, mas Beatrice apenas dirige mais um de seus sorrisos a ela.
— Essa é a voz da Isabela? — Mário pergunta pelo telefone.
— Um brinde inesperado. Não é adorável? — Beatrice volta a cantarolar.
Eu poderia jogá-la da maldita janela nesse momento, passando por cima de todos os meus escrúpulos e de qualquer sentimento. Mas, quando me viro para o espelho na parede paralela à cama, solto um suspiro. O sangue escorre da minha testa, da minha bochecha e do meu nariz. Está encharcando meu ombro agora. Tenho vontade de chorar, gritar, fazer qualquer coisa... Mas tudo o que posso fazer é olhar para Beatrice, esperar ela ou Mário quebrarem o maldito silêncio que se instalou.
É ele quem fala primeiro, a voz carregada de ódio, mas posso sentir o cansaço por trás das palavras:
— O que você quer?
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Lágrimas De Vidro - LIVRO 2 - Duologia Em Busca Da Felicidade
ChickLitLuna jurou vingança e, apesar dos olhos bondosos, ela é implacável quando está diante de seus cacos. Após uma descoberta que mudou tudo em que acreditava, essa mulher lutará para fazer com que os responsáveis pelo desastre de sua vida paguem pelos a...